10 de maio de 2017

ECOSSEXUAIS

Um dos problemas de abandonar um blog à sua sorte, como eu fiz - e consequentemente deixar de seguir a atualidade da blogosfera - é vir falar tardiamente sobre um tema já amplamente depenado, e que, no máximo, soltará aos leitores um longo e sonolento bocejo.
Ainda assim acho importante o apontamento para considerações futuras porque, parece-me, vai haver guerra entre os vegans e os ecossexuais, já que andam ambos a 'comer' a mesma natureza.

Então é assim: hoje adentro-me numa temática pudenda - os ecossexuais. 

Não fazia a mais pálida ideia que pudessem existir pessoas "ferozmente apaixonadas pela natureza" no sentido literal, isto é, pessoas apaixonadas pela natureza - mas que não fossem filiadas no PAN. 
No fundo pessoas que se "rebolam na terra, enquanto têm um orgasmo coberto de substrato vegetal.”

Os ecossexuais têm relações sexuais potentíssimas com o caule de uma bromélia, mas isso não me soa nada extramuros, o que eu acho verdadeiramente excepcional é levarem o relacionamento amoroso com a biosfera tão a sério, que já existem empresas especializadas nas cerimónias matrimoniais, onde convidados e outras espécies em vasos, ou assim, assistem ao casamento entre pessoas ecossexuais e o Grand Canyon!
Há inclusive quem faça testamento a favor do grande desfiladeiro legando ao seu parceiro matrimonial os seus bens e a guarda das plantas que entretanto vieram a adotar, sobretudo as de pequeno porte, que já se sabe, são as que dão mais trabalho.

É extraordinário!
É que isto de andarem todos nus por essas florestas afora é uma coisa comum, enfim, o Homo Erectus já o fazia com alguma perícia, mas ao que consta, a origem do seu nome nada tinha a ver com o comportamento que o seu órgão sexual pudesse ter quando se via envolvido nas lianas ou nos grande matagais. 
E depois, vamos lá ver: o Homo Erectus apareceu depois do Homo Habilis, que ao que consta já sabia fazer algumas coisinhas com as mãos, mas parece que esta ramificação não deixou grande genética nesta gente..

Eu até posso preconizar que uma pessoa ecossexual, ao ver-se sozinha no meio do mato, não vislumbre outra alternativa para os seus desejos mais pudendos que não seja agarrar-se a uma árvore (ou a um cato gigante do Arizona, sei lá), e enfim, aliviar-se sexualmente ali mesmo, mas descobrir que há um movimento “pólen-amoroso” que casa pessoas com musgo, isso é que já é qualquer coisa que está para lá da minha compreensão, sobretudo por não saber onde é que o musgo mete a aliança.

Diz que aqui em Portugal o movimento ainda é esparso, e eu fico muito mais tranquila, sobretudo pelas alentejanas.
É que se calha a uma qualquer mocinha virgem apaixonar-se pelo Menir dos Almendres, é bem capaz da relação acabar numa maca de hospital.

12 comentários:

  1. Eu por acaso ando um bocado enfeitiçado com a flor da carqueja. Gosto de pedalar por montes cobertos de carqueja. Mas isto não é grave, pois não? Sinto-me razoavelmente Sapiens, não tanto Habilis ou Erectus.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu é pelas árvores em geral, mas acho que isso é mesmo da idade.
      ;)

      Eliminar
  2. E fico a matutar no que dava
    o coito
    dela com um cacto
    e, de semelhante maneira
    dele com uma piteira

    ResponderEliminar
  3. tenho aqui um cacto, que picou o patife do meu gato, em forma de pentáculo, pelo qual tenho grande simpatia.

    mundo perdido.
    fosse supremo guardião deste quadrante galáctico, pensaria "aqueles macaquitos sem pelo continuam vítimas da insanidade, mas há algum tempo que têm armas nucleares; talvez seja ocasião de lhes enviar um meteorito de presente. afinal funcionou com os dinossauros, que eram bem mais tranquilos.

    felizmente este tipo de estupidez ainda não mata gente, só neurónios.

    Abraço cara Uva.

    (sendo Uva, pode também ser vítima deste assédio)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. As pessoas não sabem o que querem.
      Sabem que querem coisas diferentes, coisas inexplicáveis, querem tudo o que nem sabem se existe, porque lhes falta o essencial. O amor dos outros. Onde é que já se viu fazer amor com árvores e plantas? Casar com as cataratas do Niagara. Isto é uma falha gigante na socialização. Estamos partidos aos pedaços.

      Outro abraço Onónimo.
      É um prazer ter-te aqui. Não sei quem és mas gostava muito de saber.

      Eliminar
  4. Li umas parangonas no Fb sobre essa realidade e não tive curiosidade para abrir o artigo. Nestas coisas da sexualidade, sou pela maior liberdade possível, desde que haja consentimento por parte dos envolvidos e se poupem os exibicionismos. Mas agora que li o teu texto, fico a pensar na questão a higiene... A pessoa já tem de andar nos jardins públicos a olhar para o chão para perceber se não houve nenhum dono negligente que não apanhou a porcaria do seu Bobby, agora quando decidirmos aproveitar a sombra de uma árvore é melhor verificarmos se não andou por ali nenhum ecossexual...

    Quanto ao amor, não me sinto capaz de opinar, é um conceito tão grande. O gigante Lobo Antunes há-de amar uma pedra...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :)
      Desde que haja consentimento... tu achas que o Grand Canyon deu consentimento para alguém se casar com ele?
      Isto configura-me crime!!! :))))

      Ai Mirone, o mundo está perdido....

      Eliminar
    2. E a bigamia?
      O Grand Canyon terá mil cônjuges, tantos quantos por ele se apaixonem, ou um casamento anterior não dissolvido é impedimento para novo casamento? Onde e como é feito o registo?

      Eliminar
    3. O casamento com a biosfera é para sempre, como na religião católica.
      Aquilo que Deus uniu nenhum homem pode separar! Amém.
      Lavra-se esta ata em folha de bananeira, que é larga e grossa, e regista-se a coisa numa das paredes como faziam os pintores rupestres.
      (Achas que alguém é capaz de lá ir destruir este registo com o desenho de uma bike?)

      Eliminar
    4. Sim, os ET descem à Terra e fazem uns círculos gigantes que ninguém sabe explicar como aqueles no meio dos campos.

      Eliminar
    5. Os ET também são ecossexuais???? Credo!

      Eliminar