Cara amiga:
Em resposta à sua carta, que muito agradeço, venho retribuir, com prazenteiro gosto, o gesto simpático e caloroso, que teve para com esta Uva.
E sim, a minha cabeleira é um dos assuntos mal resolvidos da minha vida, assim como o tamanho do meu fémur, o perímetro abdominal, o espaço que ocupam as minhas mamas por baixo do soutien copa B52, e enfim, o número de bolas que o meu rabo faz, sempre que me sento nesta cadeira, e que felizmente ninguém vê. De dia.
Gostei especialmente dos termos "cabelo de rato" e de "cabeça de gata lambida", termos estes que encaixam na perfeição com os meus três cabelos loiros, que só consigo pentear com um fino pente de crina de pónei, porque do tamanho também não me posso gabar.
Ora bem.
Coloca-me aqui questões muito pertinente, mas acho que esta menina é bem capaz de lhe dar respostas muito mais técnicas do que eu, mas ainda assim, vou tentar ajudar.
A menina Rainha, detentora do gene maligno da farta cabeleira, pode fazer o que quiser. Tá mais que visto que o seu cabelo é um batalhão romano de gladiadores, indestrutível, mesmo perante um furioso Bárbaro.
Vai daí, que o OMO não lhe trará grandes novidades, a menos que não queira que os seus cabelos brancos se pareçam com a trunfa de um velho do Restelo, desses que ainda usam brilhantina e marrafa lateral, e que amiúde pendem para aquele amarelado, a fazer pandant com a cor dos dentes.
No entanto, para cobrir cabelos brancos, conheço uma fórmula milagrosa, que é usar por exemplo, um chapéu.
Há para todos os gostos, e acredite que vai muito bem com fartas cabeleiras.
Eu não posso usar chapéus, porque outro assunto mal resolvido na minha vida é precisamente a distancia que fica entre a minha cabeça e o pavilhão auricular, mas isso agora nem é para aqui chamado, porque sinto-me muito diminuída, e tenho de explicar publicamente que em pequena usei fita cola para remediar a questão, até arrancar definitivamente os cabelos daquela zona, que por razões óbvias nunca mais nasceram.
Tenho estas contas a acertar com a minha mãe, que por falar nisso, também me deve vinte euros.
Tenho estas contas a acertar com a minha mãe, que por falar nisso, também me deve vinte euros.
Outra maneira é usar uma bandolete grossa, daquelas que parece que temos a cabeça partida, mas que fora isso até dão jeito porque vem imensa gente perguntar se precisamos de ajuda para ir ao hospital.
Tenho uma amiga que usou esse truque, para caçar um médico, e não se deu mal.
De resto, se fosse eu a detentora desses cabelos brancos, olhe, deixava-os em paz.
Já bem basta o nosso Governo, para acabar com tudo o que é velhos neste país, para ainda vir uma Rainha rebelar-se contra a normal passagem do tempo.
Enfim. Espero ter ajudado.
Enfim. Espero ter ajudado.
Conte sempre com esta sua amiga, que aqui se põe a jeito, para tudo o que forem questões capilares.
Entretanto diga à sua mãe, que estou a pensar formar uma comunidade de auto-ajuda para pessoas como nós, carecas. Havíamos de fazer uma grande dupla.
;)
Beijinhos Rainha.
E toma bem conta dessa Ervilha!
E aqui estou eu, com o meu cabelo de rato!
Agradecida pela resposta. Mesmo muito, a sério. Quanto ao chapéu, também eu, apesar de exibir uma trunfa triunfal (bolas, que isto dava um bom nome para cabeleireiro), tenho cá os meus quês... Não me ficam bem os chapéus, assim como dificilmente me ficam bem, um par de óculos. um drama. e nem nunca percebi porquê (talvez, aquele puto que em miúda me chamou carinha de osga, e que eu tive vontade de esganar, tivesse razão, cabrão do puto, que me deixou traumatizada para o resto da vida). Vou tentar viver com esta minha triste realidade, e pensar que há coisas piores.
ResponderEliminarP.S.- Bolas... vinte euros? mas isto o mundo virou mesmo do avesso. o papel não está invertido? Bolas, bolas. vinte euros dá para quantas caixas de OMO ??
Havia um puto que me chamava cabeça de ovo... outro trauma gigante, já que eu quando tenho fome, dá-me para dar dentadas na minha própria cabeça, e isso nem sempre é fácil...
EliminarOlha Rainha, deixa lá, há coisas piores. Vamos indo, com a graça de Deus e a desgraça deste país.
O caso da minha mãe, é uma caso bicudo. Tem uma farta cabeleira mas guito, está de chuva... hehehehehe.