Derby

Uma vez escrevi sobre isso, das claques.

Não faltou quem viesse defender os meninos.
Não ponho os pés num estádio de futebol (e não meto tão cedo) desde que uns marmanjos sanguinários quase mataram um colega meu ao pontapé, só porque tinha um cachecol do Benfica.

Uma coisa tão brutal que ainda hoje me vem à memória.

Nada mudou desde então. Passaram-se vinte anos...

Acho uma anormalidade, uma vergonha, vê-los a caminhar nos corredores em direção à entrada do estádio, em tronco nu, suados, como animais acossados, com polícias de choque prontos a dar-lhes com o cassetete.

Acho uma afronta, um desrespeito, quando foram por exemplo acompanhar 'o King' à última morada, e espezinharam e estragaram tudo o que foi campa ali em volta. 

Por amor de Deus! 

Não os elevo acima de grunhos, cepos e trogloditas, que o são, ou se não são transformam-se ali, pois que de contrário não precisavam de jaulas para ver um jogo, como os animais selvagens.

Ontem no fim do jogo, caiu um puto dentro do fosso; não sei se morreu se ficou com sequelas para a vida, mas um fosso?

Isto do futebol é pior que a Idade Média.
Anda uma mãe a criar um filho para isto, para o ver enjaulado, como que inebriado, a gritar impropérios, a fazer gestos grosseiros, e a lançar very lights a ver se mata mais alguém.

Até já mostraram na televisão (para quê?) os meninos da claque a fazer xixi para cima dos outros adeptos.

Ontem caiu um miúdo dentro do fosso, e no Cairo morreram mais uns quantos.

Não é preciso visitar o Coliseu de Roma para ver tão reles e decrépito espetáculo.

E é uma pena, porque o futebol até é um desporto muito interessante.