Mãe. Genitora. Progenitora. Geradora.
Mãe. A que maximiza o leque de possibilidades futuras; a que toma decisões que resultam num maior número de futuros possíveis; a que mantém o maior número de opções em aberto.
Mãe. A que permite a evolução e diferentes
probabilidades de sobrevivência.
Mãe. Origem da vida.
Mãe. Vida.
Nós, o ser humano, que na nossa estranha pressa de viver e de chegar ao fim do dia, da semana, da vida, que dificilmente perdemos a individualidade e a tendência egoísta e narcisista da badalada e valorizada independência, que nos subtraímos tantas vezes às misérias alheias, não tanto por despeito mas porque não podemos acudir a todos os que, miseravelmente, se atravessam no nosso caminho, aos caídos, sem ter onde cair, conseguimos ainda assim parar, como se repentinamente um sino tocasse na torre da consciência, cadente e misericordioso, e nos transformasse novamente, ainda que por pouco tempo - que a vida urge - em animais sociais, solidários e gregários.
A perda é um desses sinos.
Ao sinal, acorrem as gentes de todos os lados, munidas de flores, de dores, de lágrimas e compaixão, para ver passar uma mãe num caixão.
Mãe. Genitora. Progenitora. Geradora.
Mãe. Força motriz.
E fina-se, ao sinal, o leque de possibilidades futuras.
As decisões ora tomadas, são opções em aberto.
A vida não é hoje senão um deserto.
E o que é o deserto senão uma imensa possibilidade?
Para P.
Que possas ver no deserto a imensa força motriz que te deixou a tua mãe.
Um grande abraço.
Que lindo Uvinha :)
ResponderEliminarEu devia ficar calada, porque não sei o que dizer.
ResponderEliminarÉ sempre assim, quando aqui aterro, parece que aterro sempre de cabeça.
~
Ser mãe e ser filha, em simultâneo, é tão enriquecedor (nem é bem este o termo, mas estes falham-me, não sei porquê, e é sempre aqui. Deve ser da aterragem) quanto esmagador. Gerimos no mesmo corpo emoções demasiado antagónicas, mas complementares, que nos ensinam coisas boas e nos levam sabedoria que achávamos adquirida há muito. Um dia seremos avós, e, provavelmente, a corrente continuará a somar elos. Mas partir-se um deles, o da nossa mãe, só não provoca um irremediável porque a corrente é tão invisível quanto eterna, e "o amor não vai com a morte, fica aí, no ar", como eu ouvi uma vez uma senhora dizer.
Olha q depois do que passei hoje, claramente, mãe é mm sinal de força! e é também alguém q desde o momento em q o passa a ser, passa tb a viver com o coração na boca...
ResponderEliminarAdorei Uva... :^)
ResponderEliminarÉs linda Uva! :)
ResponderEliminarÓ minha mãe, minha mãe
ResponderEliminarÓ minha mãe, minha amada
Quem tem uma mãe, tem tudo
Quem não tem mãe, não tem nada
Rezam quadras, assim cantadas
Diga-lhe que a força da mãe fica cá toda, dentro do corpo da filha. Mesmo que a não sinta...
ResponderEliminarTenho ido a enterrar muitas mães, por estes dias. Fico sempre seca de palavras.
ResponderEliminarBeijos, Uva.