23 de dezembro de 2015
Feliz Natal e até para o ano!
A minha mensagem de Natal para este ano é simples como a inocência de uma criança.
Desejo-vos tudo aquilo que venho desejando para mim ao longo da vida.
Que a vida vos sorria sempre.
Feliz Natal e um ano de 2016 pleno de alegria.
22 de dezembro de 2015
As 40 palavras que nunca te direi
As últimas notícias do mundo deixam-me perplexa.
Eu tento, que tento, uma postura aceira, que me permita penetrar e entender as causas dos acontecimentos, mas talvez a minha capacidade intelectual, senescente, se tenha escapulido pela tonsura e se encontre numa fase de asnidade.
Os meus pensamentos não são, agora, mais do que voejo undívago, sem praia onde morrer.
Por exemplo hoje, enquanto subia pela enésima vez a Calçada do Carriche, e tentava fazer ligações lógicas à notícia de abertura, senti-me bruscamente espaventada.
Como é que é possível existir (ainda) uma maioria de votantes, absolutamente ecmnésicos, predisposto a votar num governo de direita, caso a isso fossem chamados? Agora que mais um Banco se vestiu de descalabro, onde mais uma vez a supervisão se mostrou um gigante dessiso, que através da sua pungente, gritante e vergonhosa falta de carácter e brio profissional, age mesmamente sobre os temas que no passado e outra vez no presente, nos fizeram regredir anos sem fim como nação, qual sicário ubertoso, ardil, e necator, que usa a sua taifa altamente especializada, curvada, submissa e socancra, que joga areia para todos os olhos que ainda não dormem.
Filhos da Puta! Que estas palavras todos conhecem.
Julgam-se urbígenas de pelegrine, grandes otimates também da misericórdia divina, julgando-nos a todos nós pengós, meros pingadeiros da sua despesa contínua, ultrajante e desumana, enquanto de lá, do acento etéreo onde sentam a ossatura, acendem pegadilhas para disfarçar a grande merda, rechaçando culpas em cartórios das sua sociedades.
Sanguinos!
Deviam ser todos fechados numa estacada, submetidos a uma eclampse química, levados numa igarité (que eles são muitos) para uma qualquer ínsua, onde lentamente os submetessem ao mesmo género de sofrimento que causam ao país, pobre país, exaurido desde rumorejo infinito, vulgar apanágio dos vermes.
Atoarda uma ova! Que onde há fumaça à incêndio.
Somos constantemente adentados por estes coreutas, que agem nos colédocos do submundo da alta finança, ahh que bonito paradoxo, que ignoram a cércea do povo, submetendo-nos não só à carga, mas também a corifeus que se dizem guapos, mas não passam de vegetais ondulando no nabal.
Filhos da Puta! Que estas palavras todos conhecem.
Neste texto, cuja obvenção é vagal, mas de pasigrafia geral, deixo escrita a minha perplexidade e a minha dor, e choro também pela língua portuguesa, queimada pelo fogo, tal como um povo, que eu tão bem conheço.
Filhos da Puta!
Eu tento, que tento, uma postura aceira, que me permita penetrar e entender as causas dos acontecimentos, mas talvez a minha capacidade intelectual, senescente, se tenha escapulido pela tonsura e se encontre numa fase de asnidade.
Os meus pensamentos não são, agora, mais do que voejo undívago, sem praia onde morrer.
Por exemplo hoje, enquanto subia pela enésima vez a Calçada do Carriche, e tentava fazer ligações lógicas à notícia de abertura, senti-me bruscamente espaventada.
Como é que é possível existir (ainda) uma maioria de votantes, absolutamente ecmnésicos, predisposto a votar num governo de direita, caso a isso fossem chamados? Agora que mais um Banco se vestiu de descalabro, onde mais uma vez a supervisão se mostrou um gigante dessiso, que através da sua pungente, gritante e vergonhosa falta de carácter e brio profissional, age mesmamente sobre os temas que no passado e outra vez no presente, nos fizeram regredir anos sem fim como nação, qual sicário ubertoso, ardil, e necator, que usa a sua taifa altamente especializada, curvada, submissa e socancra, que joga areia para todos os olhos que ainda não dormem.
Filhos da Puta! Que estas palavras todos conhecem.
Julgam-se urbígenas de pelegrine, grandes otimates também da misericórdia divina, julgando-nos a todos nós pengós, meros pingadeiros da sua despesa contínua, ultrajante e desumana, enquanto de lá, do acento etéreo onde sentam a ossatura, acendem pegadilhas para disfarçar a grande merda, rechaçando culpas em cartórios das sua sociedades.
Sanguinos!
Deviam ser todos fechados numa estacada, submetidos a uma eclampse química, levados numa igarité (que eles são muitos) para uma qualquer ínsua, onde lentamente os submetessem ao mesmo género de sofrimento que causam ao país, pobre país, exaurido desde rumorejo infinito, vulgar apanágio dos vermes.
Atoarda uma ova! Que onde há fumaça à incêndio.
Somos constantemente adentados por estes coreutas, que agem nos colédocos do submundo da alta finança, ahh que bonito paradoxo, que ignoram a cércea do povo, submetendo-nos não só à carga, mas também a corifeus que se dizem guapos, mas não passam de vegetais ondulando no nabal.
Filhos da Puta! Que estas palavras todos conhecem.
Neste texto, cuja obvenção é vagal, mas de pasigrafia geral, deixo escrita a minha perplexidade e a minha dor, e choro também pela língua portuguesa, queimada pelo fogo, tal como um povo, que eu tão bem conheço.
Filhos da Puta!
Mote: Aqui!
21 de dezembro de 2015
Da maldade
Sou muito contrária à generalidade das pessoas.
Tudo me surpreende.
Ao contrário dos descrentes, aqueles que se dizem ter passado por muito, tanto que já nada os faz voltar a cabeça num trejeito de curiosidade - e que, quanto a mim, demonstrando uma apatia mais feroz do que as pedras da calçada - tenho pena.
Não sou assim. A mim tudo me seduz, tudo me entristece, tudo me afadiga. Ao virar da minha esquina está uma jovem romena envelhecida. Tem nas mãos um copo esticado que pede esmola. Olho para ela nos olhos, e vejo-lhe as mãos andrajosas, corrompidas. Sou a única que a olha. Já a ela, que me fita displicente e até mordaz, a minha imagem não lhe afadiga os pensamentos.
Estamos dormentes, mas eu ainda sinto os braços.
Hoje de manhã, quando sai para a rua: será possível? estarei a ver bem? Onde estão as árvores que davam cor a isto tudo, que aninhavam passarinhos, que sombreavam as esplanadas?
Todas cortadas rentes, sem novas oportunidades.
Maldade.
Mais à frente vi dois gatos cambaleantes, pequeninos. Têm fome, pensei.
Mas outros gatos jaziam mortos, ali perto, e os outros, ainda vivos, agonizavam esticando-se ao comprido no relvado, de olhos muito abertos.
Veneno.
Logo que cheguei ao escritório denunciei a situação.Os gatos foram todos envenenados porque faziam moscas.
Matam as moscas e mantém-se a merda.
As árvores foram definitivamente abatidas.
Sujavam as casas através das janelas, e uma comissão de moradores achou por bem um abaixo assinado.
Como se os moradores não convivessem bem com a merda que têm na cabeça.
Não entendo as pessoas.
Não percebo as cabeças.
Gosto tanto de árvores como gosto de animais.
E no entanto vejo-me rodeada de gente como cepos, animais em forma de gente.
Sois miseráveis.
Tudo me surpreende.
Ao contrário dos descrentes, aqueles que se dizem ter passado por muito, tanto que já nada os faz voltar a cabeça num trejeito de curiosidade - e que, quanto a mim, demonstrando uma apatia mais feroz do que as pedras da calçada - tenho pena.
Não sou assim. A mim tudo me seduz, tudo me entristece, tudo me afadiga. Ao virar da minha esquina está uma jovem romena envelhecida. Tem nas mãos um copo esticado que pede esmola. Olho para ela nos olhos, e vejo-lhe as mãos andrajosas, corrompidas. Sou a única que a olha. Já a ela, que me fita displicente e até mordaz, a minha imagem não lhe afadiga os pensamentos.
Estamos dormentes, mas eu ainda sinto os braços.
Hoje de manhã, quando sai para a rua: será possível? estarei a ver bem? Onde estão as árvores que davam cor a isto tudo, que aninhavam passarinhos, que sombreavam as esplanadas?
Todas cortadas rentes, sem novas oportunidades.
Maldade.
Mais à frente vi dois gatos cambaleantes, pequeninos. Têm fome, pensei.
Mas outros gatos jaziam mortos, ali perto, e os outros, ainda vivos, agonizavam esticando-se ao comprido no relvado, de olhos muito abertos.
Veneno.
Logo que cheguei ao escritório denunciei a situação.Os gatos foram todos envenenados porque faziam moscas.
Matam as moscas e mantém-se a merda.
As árvores foram definitivamente abatidas.
Sujavam as casas através das janelas, e uma comissão de moradores achou por bem um abaixo assinado.
Como se os moradores não convivessem bem com a merda que têm na cabeça.
Não entendo as pessoas.
Não percebo as cabeças.
Gosto tanto de árvores como gosto de animais.
E no entanto vejo-me rodeada de gente como cepos, animais em forma de gente.
Sois miseráveis.
19 de dezembro de 2015
Por causa de coisas destas ...
... em que gatas completamente loucas saltam para cima das coisas mais altas que tem lá em casa, logo após a esterilização, of course - é que lhes acontecem coisas assim...
Porquê?
PORQUÊ????
Porque não pára um segundo quieta, porque trepa às paredes, aos cortinados, porque se atira contra as janelas, porque se acha o Batman, ou o Plastic Man (e porque só tem ideias escatológicas), e vai daí, saiu-lhe uma hérnia (que ficou do tamanho de uma bola de ténis), justo no sitio da sutura da esterilização.
E lá fomos nós outra vez para o hospital, onde foram precisas 4 pessoas adultas para conseguirem anestesiá-la, e só depois de enfiada numa jaula de retenção para animais SUPER ferozes, é que finalmente deu de si e se deixou levar pela moca da morfina.
E mesmo assim ficou de olhos abertos, fitados em direção à veterinária.
E a minha vida é isto.
Uma gata completamente... olhem, nem sei que vos diga.
18 de dezembro de 2015
E se de repente uma desconhecida te...
...oferecer bicicletas, isso é?
Uma loira chamada Vera!
Ó pá, tu és uma explosão de sabor nesta minha vidinha sem sal.
Obrigada miúda.
Tão, mas tão fixe!
Uma loira chamada Vera!
Ó pá, tu és uma explosão de sabor nesta minha vidinha sem sal.
Obrigada miúda.
Tão, mas tão fixe!
Ingrato
Um amigo meu faz hoje anos.
Eu, moça muito simpática, fui ao mural dele dar-lhe os parabéns, o que fiz segundo a minha personalidade inigualável.
Olá miúdo. Então como é que vão esses ossos?
É que ouvi dizer que fazes anos hoje e como não fui convidada estou a pensar dar-te com um pau.
Desamigou-me.
A falta da compreensão da ironia é o maior flagelo nisto das redes sociais.
Eu, moça muito simpática, fui ao mural dele dar-lhe os parabéns, o que fiz segundo a minha personalidade inigualável.
Olá miúdo. Então como é que vão esses ossos?
É que ouvi dizer que fazes anos hoje e como não fui convidada estou a pensar dar-te com um pau.
Desamigou-me.
A falta da compreensão da ironia é o maior flagelo nisto das redes sociais.
Dress code para o jantar de Natal
Umas cuecas de ciclista, logo por baixo do collant de lycra fatela, do chinês, para alapar o rabo numa cadeira lááááááá nos fundilhos da mesa, comer a tranche de bacalhau assado sobre mousse de grão e grelos salteados (blhéc), e fugir dali para fora na roda pedaleira maior, para ninguém notar que este ano a super-secretária não participará (jamais!!) no grande acontecimento do ano: o insuportável amigo (in)culto.
Tenho aliás mais que fazer esta noite, nomeadamente abalroar condutoras perigosas, com a minha super bike de carbono...
17 de dezembro de 2015
Cada dia é um bico d'obra
Meu querido V.
Hoje tivemos uma manhã particularmente difícil.
Parece-te que escalamos uma parede que não tem em lado nenhum um apoio para os pés, e que incompletos, subimos por ali a cima sentindo o corpo morto que se baloiça, pendurado, sem fé nos seus braços.
Agarra-te a mim.
Tenho a força de todas as gerações que antes de mim sucumbiram escalando.
Agarra-te a mim.
Confia que nos meus braços reside um sonho e uma força maior do que todas as paredes, todos os muros, todas as desesperanças.
Hoje tivemos uma manhã particularmente difícil.
Agarra-te a mim.
Ninguém é capaz de construir uma parede sem fim.
16 de dezembro de 2015
Então Uva, novidades?
No salto para a Liberdade.
Quando regressarmos à margem, vestirmos as roupas enxutas, e alisarmos os cabelos, diremos que fizemos um mergulho daqueles à antiga, daqueles de cortar a respiração por muitos e longos dias (de incertezas, de surpresas, de dúvidas, de trabalho e de orgulho), e nesse momento, ela, ainda criança, olhando pela nova janela os rapazes do futuro, ele, compenetrado, fazendo os últimos furos para pendurar as toalhas do bidé, e eu, ahh eu, sentada na minha mesa inundada de luz, olhando para uma janela muito luminosa com lindos cortinados de linho branco, escreverei aquilo que durante tantos dias não consegui escrever, darei uma cara nova a esta Uva Passa velhinha, gasta e aborrecida, e encetarei com todos vocês aquela que será a mais corajosa etapa da minha vida.
Há coisas na vida que passam.
Mas aqui a Uva...
Fica!
11 de dezembro de 2015
Querem saber de mim, querem saber quem sou, mas querem saber sobretudo 'para onde vou'.
A inocência traduz a bonomia.
Soube, desde a primeira vez que encontrei um comentário a um post meu, que havia de me apaixonar imensas vezes por pessoas desconhecidas.
A paixão também traduz a inocência.
Quando escrevi o epílogo para o blog, a finalidade do blog, servindo-vos numa bandeja a conclusão imediata daquilo que estavam prestes a conhecer - sem terem lido ainda nada meu, a chamada carroça à frente dos bois, pois onde é que já se viu um epílogo no início, queria muito que (por aí) entendessem que o meu delírio, a Uva passada-trocada-trajada-esculpida, neste blog e nesta vida - dessa finalidade, isto é, servir-vos primeiro o epílogo, dizer-vos exatamente ao que vinham e depois esculpir-vos em grande delírio, a minha história.
Com a ânsia de escrever, lancei muitas vezes a mão a verdades inverosímeis, brincadeiras sérias, ironias, estas ultimas explicando as primeiras, tudo trocado, mais uma vez.
A inocência traduz a bonomia, e eu gostava cada vez mais de todos, e as inverdades, o rosto escondido, as ironias, a palhaçada que é o circo da minha vida, foi-se perdendo, e com ela a alegria de me ver apaixonada a casa dia.
Não sei quem sou, sequer para onde vou.
Levo-vos a todos no coração pequenino de criança.
O meu delírio perdido jaz morto à margem de mim.
Quero muito entender o que foi que na minha bonomia me fez perder a paixão.
Agora vou.
Se não tenho já o meu delírio, que fiquem pelo menos com o delírio dos outros.
Bem vindos.
Outra vez?
Aqui a tentar ir para qualquer lado mas a não conseguir ir para lado algum, o artista inglês Gerry Judah, é a metáfora perfeita para o meu delírio de hoje.
Soube, desde a primeira vez que encontrei um comentário a um post meu, que havia de me apaixonar imensas vezes por pessoas desconhecidas.
A paixão também traduz a inocência.
Quando escrevi o epílogo para o blog, a finalidade do blog, servindo-vos numa bandeja a conclusão imediata daquilo que estavam prestes a conhecer - sem terem lido ainda nada meu, a chamada carroça à frente dos bois, pois onde é que já se viu um epílogo no início, queria muito que (por aí) entendessem que o meu delírio, a Uva passada-trocada-trajada-esculpida, neste blog e nesta vida - dessa finalidade, isto é, servir-vos primeiro o epílogo, dizer-vos exatamente ao que vinham e depois esculpir-vos em grande delírio, a minha história.
Com a ânsia de escrever, lancei muitas vezes a mão a verdades inverosímeis, brincadeiras sérias, ironias, estas ultimas explicando as primeiras, tudo trocado, mais uma vez.
A inocência traduz a bonomia, e eu gostava cada vez mais de todos, e as inverdades, o rosto escondido, as ironias, a palhaçada que é o circo da minha vida, foi-se perdendo, e com ela a alegria de me ver apaixonada a casa dia.
Não sei quem sou, sequer para onde vou.
Levo-vos a todos no coração pequenino de criança.
O meu delírio perdido jaz morto à margem de mim.
Quero muito entender o que foi que na minha bonomia me fez perder a paixão.
Agora vou.
Se não tenho já o meu delírio, que fiquem pelo menos com o delírio dos outros.
Bem vindos.
Outra vez?
Aqui a tentar ir para qualquer lado mas a não conseguir ir para lado algum, o artista inglês Gerry Judah, é a metáfora perfeita para o meu delírio de hoje.
10 de dezembro de 2015
No Natal o meu presente eu quero que seja...
... a minha agenda?
Não!
Um dicionário de crescimento infinito.
Onde eu possa encontrar, diariamente, novas palavras para o melhor blog do mundo.
O meu.
Não!
Um dicionário de crescimento infinito.
Onde eu possa encontrar, diariamente, novas palavras para o melhor blog do mundo.
O meu.
Das voltas que a vida dá
Quando eu era uma chavala, naquela idade em que qualquer brisa era na verdade um furacão, a minha melhor amiga foi estudar para Lisboa.
Fiquei especada no meio do pátio, com os braços descaídos e a boca aberta.
- Como assim 'vais estudar para Lisboa'?
- Então, o meu pai quer que eu vá para perto do trabalho dele e conseguiu meter-me no liceu.
No liceu...
Mas que merda de pai é que nos tira assim a melhor amiga, ainda para mais para a enfiar num liceu?
- E nós?
- ´Tão, nós é fácil, pegas na camioneta e vais-me visitar.
Oh, sim, claro, e dos meus bolsos jorram notas de mil escudos para te ir visitar ao liceu...
Mas se as notas fraquejavam, as moedas iam aparecendo, e o liceu da minha amiga tornou-se parte integrante da minha vida, como fazem parte da nossa vida todas as melhores amigas.
Passava tardes perdidas no pátio à espera que a minha amiga acabasse as aulas que tinha da parte da tarde. Já me consideravam uma aluna, assisti a milhares de aulas, participei nas atividades festivas, ajudava nos convívios. Os alunos do liceu passaram a ser os meus amigos do liceu, o meu namorado betinho era um betinho do liceu, e quando mais tarde me encontrei com um livro da Isabel Stilwell, fiquei maravilhada, também com a história da sua construção.
Escusado será dizer o que vou dizer agora.
- Então e nós?
- ´Tão, nós é fácil, pegas na camioneta e vais-me visitar.
Fiquei especada no meio do pátio, com os braços descaídos e a boca aberta.
- Como assim 'vais estudar para Lisboa'?
- Então, o meu pai quer que eu vá para perto do trabalho dele e conseguiu meter-me no liceu.
No liceu...
Mas que merda de pai é que nos tira assim a melhor amiga, ainda para mais para a enfiar num liceu?
- E nós?
- ´Tão, nós é fácil, pegas na camioneta e vais-me visitar.
Oh, sim, claro, e dos meus bolsos jorram notas de mil escudos para te ir visitar ao liceu...
Mas se as notas fraquejavam, as moedas iam aparecendo, e o liceu da minha amiga tornou-se parte integrante da minha vida, como fazem parte da nossa vida todas as melhores amigas.
Passava tardes perdidas no pátio à espera que a minha amiga acabasse as aulas que tinha da parte da tarde. Já me consideravam uma aluna, assisti a milhares de aulas, participei nas atividades festivas, ajudava nos convívios. Os alunos do liceu passaram a ser os meus amigos do liceu, o meu namorado betinho era um betinho do liceu, e quando mais tarde me encontrei com um livro da Isabel Stilwell, fiquei maravilhada, também com a história da sua construção.
Escusado será dizer o que vou dizer agora.
- Então e nós?
- ´Tão, nós é fácil, pegas na camioneta e vais-me visitar.
4 de dezembro de 2015
Das pedras no caminho
Pedras no caminho? Não guardo nem uma!
Estou-me completamente a cagar para os castelos, para as princesas e para a monarquia.
Quero é seguir descansada, e se possível, sem pedragulhos às costas.
Estou-me completamente a cagar para os castelos, para as princesas e para a monarquia.
Quero é seguir descansada, e se possível, sem pedragulhos às costas.
Da impaciência
Fui ler um post da Ana há cerca de uma hora e meia.
Pois há cerca de uma hora e meia que estou numa estúpida ansiedade para me libertar do escritório só para ir a correr à Buchholz comprar 'o' livro do Miguel Real.
Pois há cerca de uma hora e meia que estou numa estúpida ansiedade para me libertar do escritório só para ir a correr à Buchholz comprar 'o' livro do Miguel Real.
Da pena
A Justiça foi criada e pensada para assegurar que todas as pessoas pudessem ter exatamente as mesmas oportunidades perante as leis.
O acesso à Justiça, apesar de indissociável da primeira, foi criado e pensado para acabar com os ideais peregrinos de igualdade de oportunidades.
A Justiça (e o sol) quando nasce, é para todos, dizem; já o acesso à Justiça é uma treva imensa.
O acesso à Justiça, apesar de indissociável da primeira, foi criado e pensado para acabar com os ideais peregrinos de igualdade de oportunidades.
A Justiça (e o sol) quando nasce, é para todos, dizem; já o acesso à Justiça é uma treva imensa.
Da incerteza
Disseram-me no outro dia que um tal de Einstein era um burro de primeira apanha, mas afinal não o era em todas as áreas.
Este burro, mas não em todas as áreas, disse que era um erro grave substituir a vontade de olhar e pesquisar (vontade de aprender) pela obrigação e pelo sentido de dever, isto é, que os exames são prejudiciais e aprender não deve ser obrigação.
Disse ainda, este animal racional, burro mas não em todas as áreas, que até um predador animal pode ser privado da sua voracidade se lhes for exigido continuarem a comer quando não têm fome.
E o burro, era ele?
Este burro, mas não em todas as áreas, disse que era um erro grave substituir a vontade de olhar e pesquisar (vontade de aprender) pela obrigação e pelo sentido de dever, isto é, que os exames são prejudiciais e aprender não deve ser obrigação.
Disse ainda, este animal racional, burro mas não em todas as áreas, que até um predador animal pode ser privado da sua voracidade se lhes for exigido continuarem a comer quando não têm fome.
E o burro, era ele?
Da inutilidade
De que servem anos e anos de lutas, de sofrimentos, e disputas, horas e horas de estudos, reuniões, livros e conferências, sobre o lugar da mulher no mundo, se depois da inundação é a ti que te mandam ir buscar o caralho da esfregona?
Da incoerência
O que é que na vida pode ser mais incoerente do que passar um ano inteiro a tentar a integração e a aceitação, e depois marcar um jantar de departamento?
Do direito ao foda-se
Para que serve a merda do blog, se basta dar aqui um peidinho para me virem logo perguntar se já estou na fase da quimioterapia aos intestinos?
Foda-se!
Foda-se!
Da estupidez
É-me muito doloroso verificar que a esmagadora maioria das pessoas que lêem blogs, gastam muito mais tempo da sua vida a visitar espaços que só debitam merda, do que a visitarem espaços que, pela sua qualidade, lhes permitem esquecer que estamos todos rodeados de merda.
Do azar
Deve ser lixado largar tudo para ir a correr gastar uma pipa de massa na black friday, para depois descobrir que pagou muito mais pelas coisas do que se lá tivesse ido na véspera de Natal.
2 de dezembro de 2015
Desculpem esta ausência
Mas tenho andado numa roda tão viva (a roda gira e com ela a minha vida), que tenho os minutos todos ocupados, de sonhos, perspetivas, e possibilidades.
E que possibilidades meus senhores, que possibilidades!
E Lisboa?
Não é tão, mas tão boa?
É pois!