Eu não sei o que se passa com certas familias por estes dias, aliás, eu não sei o que se passa com as mulheres.
Esta semana já é a segunda vez que me deparo com textos esdrúxulos e duvidosos escritos por jornalistas do Público, que sou sincera, não sei se são verdadeiros, se são
irónicos, se são escritos para agitar as águas, para revoltar os maridos, para vitimizar as raparigas, para enfurecer as mães dos rapazes, ou isto tudo junto, mas que me arrepiam dos
pés à cabeça, lá isso, arrepiam.
É que vamos lá ver: a miséria familiar que é retratada neste texto pela Sofia Anjos, moça sempre muito aplaudia, muito partilhada, e a explodir likes por todo o lado, custa-me a engolir.
Ou a rapariga teve mesmo azar no homem que escolheu para casar e foi completamente enganada, ou então, se não foi, não percebo o que foi que lhe passou pela cabeça quando se decidiu por um troglodita deste calibre, sem sequer colocar a
hipótese de que esse mesmo troglodita seria o responsável pela reprodução genética da sua família, através dos filhos que viessem a nascer, depois de tudo o que sabe sobre as dificuldade de criar um filho na nossa vil sociedade, mesmo com a ajuda de um super-pai e de uma super-mãe.
Não sei se fui só eu que tive uma sorte danada, é que se fui estou muito grata, por ter um marido-pai ao invés de um marido-progenitor, porque no fundo o que vejo neste artigo de opinião, muito mal escrito por sinal, é que os novos pais não são pais, são apenas trogloditas reprodutores, que em nada contribuem para o crescimento e para a alegria dos seus filhos, isto enquanto transformam as suas mulheres em escravas da maternidade e únicas responsáveis pela formação dos seus rebentos.
Eu não me revejo numa única linha deste texto, minto, o meu marido é do Benfica, e ainda assim, depois de ter uma filha ao colo com trinta e tal quilos, a fazer-lhe perguntas, a dançar frenética, ou a fazer trezentas macacadas em frente à televisão durante os noventa minutos do jogo, ainda lhe tira a cera dos ouvidos, cuidadosamente, para ela ouvir melhor as músicas da Violleta.
Aliás, se eu comparar a geração do meu pai, dos meus tios e avós com a geração do meu marido, consigo encontrar uma mar de diferenças.
E estou mesmo em crer que muitos dos rapazes da minha idade encontram na paternidade a grande felicidade da sua vida, dedicando aos filhos todo o tempo que podem, participando e descobrindo a cada dia aquilo que no passado era terreno feminino, muitas vezes sem que essa divisão fosse necessariamente culpa sua, mas antes de 'tradições' e do 'era assim' do tempo do feminino-submisso.
Não posso, nem quero acreditar, que este texto, mesmo que irónico, tenha como finalidade a generalização do que são os pais de hoje, ou que queira passar uma imagem de 'coitadinhas das mulheres-as-sempre-sacrificadas'.
Há casos destes, infelizmente há, mas nem de perto e nem de longe, são a maioria.
Os novos pais não são trogloditas. Os novos pais evoluiram e estão cada vez melhor. Os novos pais são muitas vezes aqueles, que além de cuidarem dos seus filhos biológicos, ainda educam e amam os filhos de outros casamentos, com tanto empenho como se fossem seus.
Sofia Anjos, miúda, se a descrição que fazes é baseada em factos reais da tua vida, tu não percas mais tempo com um marido desse calibre.
Manda-o ir matar melgas ou isso.
Concordo totalmente contigo, vejo muitas melhoras nos pais, em geral. Aliás, vejo o meu irmão mais velho fazer coisas aos filhos que nunca fez pelos irmãos muito mais novos - aí, era eu que tinha obrigação.
ResponderEliminarO que me assusta no texto de Sofia Anjos é conseguir identificar ali dois ou três nomes de futuros pais que conheço. Ou eles arrepiam caminho muito bem arrepiado ou daqui a uns anos as suas respectivas estarão a partilhar este texto como descrição fiel das suas vidas domésticas.
É que tens toda a razão. Eu na minha esfera mais proxima vejo muito pouco disto, e do pouco que vejo, são casais a rebentar pelas costuras.
EliminarNa maior parte das vezes que isto acontece, ou é por dependência monetária, ou por martirização ou por submissão. Homens maxistas tem os dias contados. No que depender de mim, é assim que pretendo ensinar a minha filha. Igualdade.
Lá em casa não há criados.
A última frase acaba com todas as dúvidas. "O pai e a mãe não devem ter medo de trocar papéis..."
ResponderEliminarQuer dizer então que mãe e pai têm papeis distintos? A mãe cheia de deveres e o pai cheio de direitos certo? E, consequentemente, não há mal nenhum em ficar a mãe cheia de direitos e o pai com os deveres? É isso, não é?
A partilha de responsabilidades não é para aqui chamada, claro que não é. Realmente às vezes penso em cada coisa. Shame on me.
Tenho muito a mania de dizer que lá em casa fazemos os dois tudo, mas conheço muito boa moça que diz: ahhh ele ajuda-me imenso!
EliminarPois.
São as raízes profundas encafoadas na cabeça das mulheres 'modernas'.
O texto deu-me alguns sentimentos mistos. Talvez porque eu sei que o que ela retrata é real e acontece de forma comum, infelizmente. Se as pessoas escolhem esta vida ou acabam com ela sem saber muito bem como isso aconteceu, é outra estória. Mas podemos mudar o futuro. Fazer mais por nós. Essencialmente, dar outro exemplo aos filhos.
ResponderEliminarO Amor é chamado ao casamento, mas sob o seu pretexto escondem-se muitas capas.
Fazer mais por nós e fazer mais por eles, homens, que tirando aquilo que aprendem com as mulheres depois de casados, muito pouco sabem fazer.
EliminarO exemplo dos filhos é sem dúvida o melhor começo.
Mães de meninos, tem um logo caminho a desbravar. É aí que tudo começa.
Infelizmente, pelo que tenho visto, acho que a primeira frase ainda é muito verdade nos tempos que correm: "Um pai tem direito a escusar-se de qualquer tarefa com o bebé, casa ou cão, caso o Benfica jogue."
ResponderEliminarAté pode ser. Mas nós ganhamos nas novelas. Umas sete por dia...
EliminarPois olha Uva.
ResponderEliminarTudo verdade o que ela denuncia e às vezes ainda muito piores. Felizmente são a excepção, mas há.
Ficaste indignada porque não te imaginas na pele dela, mas há homens tal e qual ela os descreve.
Ainda há, e não só em Portugal, homens para quem o conceito de esposa se resume a: amante e servidora.
BFS.
Nã, tudo junto numa só pessoa, num homem moderno, e ainda assim arranjar uma mulher?
EliminarDuvido muito. Se assim for, a próxima estação onde ela vai parar é à esquadra com uma faca na barriga.
Conheci homens assim mas anda tudo de bengala, e os mais novos vivem sozinhos... com as mãezinhas..
Sou uma sortuda. Até o meu pai que não fazia nada de nada, (culpa da minha mãe a 100%) hoje faz tudo à neta, ajuda a minha mãe e até, pasme-se, vai despejar o lixinho à rua.
Homens como ela aqui descreve, são o cumulo do mimo, são tiranos, maxistas, alguem os fez assim...
Ela vive onde? Na Siria?
Não vou discutir contigo, mas ainda há muito disso. Mais do que tu imaginas.
EliminarVou-te dizer algo que te vai admirar. Para aí uns 45% dos homens de hoje, ainda estimam mais a TV, - sobretudo nos dias do jogo e da fórmula1, e os popós, - do que a mulher e filhos.
É assim. Há duas qualidades de homens. O que levam a mulher para a cama, e os que, preteriam-na, se pudessem, na cama pelo popó.
BFS
Concordo contigo a 100%, e até parece que estamos de acordo em quase tudo. Mas o quero dizer é que isso já não é tanto assim como antigamente, e que ter estas características todas no mesmo homem é quase como ganhar o euromilhões mas ao contrário.
EliminarCaramba, ter um filho de homens assim é o mesmo que se atirarem para dentro de um poço.
Eu sei que há homens assim, que há, mas não são todos assim. A grande maioria não é assim. Podem ter duas ou três características daquelas, nomeadamente com o futebol ou com carros, mas tudinho Corvo? Credo.
Temos de lhes arranjar um luz para lhes meter na cabeça. Um alerta para Troglodita!!!!
Achas que discutia contigo por causa de trogloditas??? Nem de perto.
Pois é o que eu digo. Não são todos assim, feizmente, mas ainda há bastantes mais que o desejável. A única diferença entre os homens prepotentes de hoje por comparabilidade com os de ontem, está que sabem disfarçar melhor. As mulheres exigiram os legitimos direitos e eles adaptaram-se à sacanice inteligente, o que lhes permite conservarem a febra por um lado, e as más qualidades, por outro.
EliminarPor que há tantos divórcios e separações? Antes não era assim porque a mulher aceitava mais. Vira a avó e a mãe e portanto aceitava o que pensava que era.
Porque a verdade e desde os primórdios perdendo-se na história dos tempos, em todas a relações entre um homem e uma mulher é sempre ela quem dá mais. Mesmo quando pede.
No fundo foi o que a rapariga que escreveu o artigo, disse. E está coberta de razão.