Com a vida dos outros, que ultrapassa (e muito) aquilo que eu consigo compreender.
É estranha a língua portuguesa, dúbia e injusta.
Como podem ser chamados de 'artistas' estes homens que brincam com a nossa vida, como os artistas brincam no arame?
Como podemos subestimar a palavra arte, deitá-la à lama, indefenindo-a, misturando um conceito vagal e rasteiro, só deduzido na política e por políticos, com Artistas de verdade, esses sim, mensageiros do prazer da nossa vista?
É estranha a vida portuguesa.
É estranho como se sopesa a vida de alguém, como quem escolhe a melhor batata.
Desculpem divagar.
O assunto não carece de divagações. O assunto carece sim, de decisões.
Vamos ou não salvar a vida dos que aguardam o medicamento para o tratamento da Hepatite C.
O Sr. Ministro Paulo Macedo acha 'hostil' pedirem 400 mil euros para tratar quatro doentes.
Vou hostilizar o Ministro.
Sabe o Senhor Ministro o que acho eu hostil?
Acho hostil um Artista-da-República gastar 16 milhões de euros anuais para não salvar ninguém, nem a própria honra.
Acho hostil um Artista-Espírito-Santo fazer um buraco de 1,3 mil milhões de euros para não salvar ninguém, nem os próprios filhos.
Acho hostil que uns artistazinhos inferiores, detenham na mão como uma batata, a decisão de ir almoçar ao Eleven anos de seguida, ou comprar um frasco de comprimidos que salvam uma vida.
Hostil Sr. Ministro, é um virús que nos mata, é ter uma doença sinistra que nos come por dentro, e nós a ver que ninguém nos dá de comer.
Sr. Ministro Paulo Macedo, hostil é albergar uma morte que já tem onde dormir.
Hostil é depois de encontrada a cura, deixar morrer os doentes.
E porque temos de ser de arame, duros mas maleáveis, frios mas fortes, inertes mas energizados, deixo-vos mais uma vez a ARTE.
Que estes sim, são ARTISTAS.
Quase sempre sem rede... no arame.
Quase sempre sem rede... no arame.
Artista (e vale mesmo a pena entrar) Aqui!
Artista (e vale mesmo a pena entrar) Aqui!
Artista: Aqui!
Artista Aqui!
Artista Aqui!
Artista Aqui!
Artista Aqui!