O segredo:
Um segredo é uma coisa que se conta a uma pessoa de cada vez, e eu, que ando atulhada em trabalho, que corro para a frente e para trás, na tentativa insana de apagar todos os fogos de deflagram por este escritório fora (é que entendam isto: anda tudo a arder, para não dizer aquela coisa feia e possidónia do ‘anda tudo com o fogo no rabo’), e por mais que a pessoa tente, nos intervalos da chuva, livrar-se de algum berbicacho mais comezinho, a verdade é que procrastinar é coisa que não cabe na época natalícia da área profissional onde vim bater com os costados.
E dizia eu, que por falta de tempo para andar a contar um segredo às pinguinhas, resolvo, já aqui e agora, contar a toda a gente de uma só vez, o que se vem passando comigo nestes negros tempos natalícios.
O dinheiro:
Não é coisa fácil, convenhamos, abordar assim publicamente o que se aufere ao final do mês, e das duas uma, ou é uma soma do tipo torre Burj Khalifa e esta pessoa está armada ao pingarelho, ou é uma soma tipo Marques Mendes, e isso dá vontade de chorar (a rir).
Para explicar melhor onde quero chegar, conto-vos como um reencontro com uma teoria absolutamente genial me limpou a cabeça de minhocas.
A teoria revisitada, que encaixou na perfeição com o valor líquido de um vencimento que eu cá conheço, fez-me chegar à brilhante conclusão que o meu ordenado mensal atingiu a plenitude do Principio de Peter, que diz (e muito bem) que com o tempo, cada posto de trabalho tende a ser ocupado por um funcionário que é incompetente para realizar as suas funções.
Ora, justo na altura em que sou chantageada com arma branca (sim, há que chamar bois aos nomes) para comprar prendas de Natal, chego à fascinante conclusão que o meu ordenado atingiu o seu nível de incompetência para esta função, tão bem explicado naquele princípio, que sem mais por onde subir, a não ser para cima de alguma cadeira para mudar uma ou outra lâmpada, por ali se fica, sem servir para porra nenhuma.
O problema:
Temos então que o meu vencimento azedou.
Tá mais que visto que sendo o Princípio de Peter uma coisinha muito difícil de contornar, já que um incompetente nunca assume esta sua caraterística, vejo-me confrontada com esta situação, e não sei ao certo o que poderei fazer.
Passo a explicar:
Este ano tenho 4 jantares e 4 amigos ocultos (o_O), divididos pelos vários departamentos aos quais me vinculo. Sim, é este disparate todo, porque na minha (rica) empresa ainda se trocam prendas como se fazia antes da crise… e toca de espalhar o pânico que se traduz num saco de plástico cheio de papelinhos com nomes... aleatórios.
Raios partam os amigos ocultos! E estes, logo estes, que ganham mais que eu, que não têm despesas brutais, não têm filhos, não têm cão, não têm rugas e nem sogras, moram em lofts com mezanine, sem uma única fidelização para lhes corroer as entranhas, e eu, que para aqui ando a comer as pedras da calçada (diz que até isso vai acabar, e que mais cedo ou mais tarde, nem calçada havemos de ter), ainda vou ter de espremer um vencimento seco e duro, como os cornos de uma grande cabra, para comprar 4 presentes da tanga, que me vão deixar ainda mais de tanga, para satisfazer os instintos natalícios de todo um grupo empresarial.
A conclusão:
Dizer que a nata sobe até azedar, é exatamente aquilo que eu diria do meu ordenado nesta época natalícia. É um incompetente azedo!
E entretanto, embrenhada que estou nesta espetacular comparação, chego a uma parte do Princípio de Peter que diz: “Uma das soluções apontadas para se evitar o princípio de Peter é a adoção das "promoções horizontais"…
E eu digo: Quem nasceu para Marques Mendes lagartixa, nunca chega a Jacaré!
Não aprecio essa cena de amigo oculto!!!
ResponderEliminarNem eu Til, nem eu...
EliminarFelizmente este ano só tive um amigo oculto.
ResponderEliminarMas nunca excedemos o orçamento de 5 euros.
Valha-me isso...
R: Obrigada, já estou fina!
Beijinhos
Mas isto aqui é outro nível... é tudo rico... 15,00€ mínimo. Tás a ver...
EliminarAinda bem que já estás boazinha miúda.
E por que não dizes a verdade? Que não tens dinheiro para prendas e portanto não dás nem recebes.
ResponderEliminarAfinal são todos adultos.
Ou também podes argumentar que os amigos ocultos desapareceram da tua vida aí por volta dos sete, oito anos.
Ou ainda, o que provavelmente será melhor, dizes que tens mais com que te ocupar do que com as brincadeiras dos adultozinhos..
Se nada resultar, diz NÃO! E acaba com o problema.
Um Bom Natal.
Dizer não, é de todas a melhor.
EliminarSó não, sem mais. É uma resposta suficientemente adulta.
60,00€ gastei eu.
Uma alarvidade nos (meus) dias que correm.
Bom Natal meu amigo Corvo.
A vantagem do amigo oculto é que não se sabe de quem se recebe... ;) vá, eu não seria capaz mas ficar de tanga com este frio pode trazer gripes e constipações!!
ResponderEliminarNo nosso caso vai ficar a saber-se porque há uma charada e quem recebe tem de adivinhar quem foi que lhe deu.
EliminarSó nisto demoramos nós umas 4 horas.
NOofim do jantar já nem o vinho me bate...
* no fim do
EliminarPassei por aqui, para te dar os parabéns. Cem, parece-me um número bastante simpático, quando ainda há uns meses nos conhecemos com aquele singelo treze (eram treze, certo?). Cem. Cem vezes parabéns. Um beijo, ou melhor, cem beijos.
ResponderEliminarEstou muito contente por sermos 100. Já fomos treze uvinhas passas numa selfie.
EliminarObrigada ervilhinha. Vamos seguindo por aí fora, na partilha. Isso é que interessa.
Sigo-te da mesma maneira que durante 11 anos paguei o selo do carro que vendi ao estupor. Religiosamente!
Cem beijos que sejam!
Só tive um amigo secreto imposto - encontrei um livro super giro e em conta - agora estou com grandes expectativas sobre qual vai ser a minha prenda...
ResponderEliminarE então? As minhas: um caderno de argolas, um abre garrafas do chinês, uma caneca com o Pai Natal careca e um lápis com o meu nome... Arggggg
EliminarHabemus problemas pois claro, tanto amigo oculto, um não chegava?? Se fosse a ti fazia greve... :))
ResponderEliminarA greve está demodé!
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