Às vezes acho que somos só... um povo falho.
Preocupado com as coisinhas miúdas, perdidos num entediante e amorfo durar.
Preocupado com as coisinhas miúdas, perdidos num entediante e amorfo durar.
Somos grandes a vencer barreiras, concursos, recordes. Somos os primeiros a transpor o cabo mais difícil, a montanha mais alta, a bactéria mais resistente, e depois somos profícuos a esquecer, num vagal encolher de ombros, a tanta história feita de heróis, por esses mares nunca dantes navegados.
Perdeu-se o olho do poeta em vão?
Já não somos marinheiros?
Será que foi esta proximidade, esta familiaridade que temos com o mar, que nos fez perder o medo, que nos distraiu do seu marulhar? Porque será que nos esquecemos de ensinar, agora como então, as manhas tão complexas da nossa natureza?
Saber parar, não ir espreitar para fotografar, respeitar, olhar e escutar, aprender a nadar, não voltar as costas à rebentação, saber contar as sete e mais uma, saber o que é a vazante, a enchente, os agueiros, o mar picado, usar colete na lide, dois coletes na lide, três coletes na lide, não andar a mariscar como gatos pendurados em finos ramos, com 70 anos, acabados de beber, de almoçar.... a dormir, a ver passar, sem ter em mente, que o mar é dormente, até acordar.
Já não somos marinheiros?
Será que foi esta proximidade, esta familiaridade que temos com o mar, que nos fez perder o medo, que nos distraiu do seu marulhar? Porque será que nos esquecemos de ensinar, agora como então, as manhas tão complexas da nossa natureza?
Saber parar, não ir espreitar para fotografar, respeitar, olhar e escutar, aprender a nadar, não voltar as costas à rebentação, saber contar as sete e mais uma, saber o que é a vazante, a enchente, os agueiros, o mar picado, usar colete na lide, dois coletes na lide, três coletes na lide, não andar a mariscar como gatos pendurados em finos ramos, com 70 anos, acabados de beber, de almoçar.... a dormir, a ver passar, sem ter em mente, que o mar é dormente, até acordar.
Às vezes acho que somos só, um povo falho.
Tal como as árvores inertes que dançam displiscentes ao sabor do vento, assim é o meu povo, à beira mar plantado... culpado, complacente, com este mar tão ausente, e de súbito tão presente, que nos vai afogando as vidas.
É criminoso não haver no nosso país uma disciplina obrigatória nas escolas, transversal a qualquer tipo de ensino e até constitucional!, e na criação de outras tantas leis, das mais ousadas, das mais pesadas e instransponíveis, e que se assuma de uma vez por todas a importância do mar nas nossas vidas, e nos acorde para o peso do mar, nas nossas mortes.
Tenho a certeza de que se de pequeninos nos mostrarem o mar, vamos saber muito melhor como nos safar... na mais ampla acessão da palavra safar...
Se o mar est-nostrum e está feito cão, então há que meter-lhe o açaime.
Se o mar est-nostrum e está feito cão, então há que meter-lhe o açaime.
Ó mar salgado...... até quando! o teu sal, serão lágrimas de Portugal (clique)?
Um amigo de quem gosto muito diz que somos um povo de merda e que merecemos tudo o que nos está a acontecer... Costumava irritar-me com ele e dizer que não, que não somos nada disso. Agora, com o passar do tempo, começo a dar-lhe razão, infelizmente...
ResponderEliminarBeijinhos Marianos, Uvinha! :)
Há coisas tão simples e tão fazíveis, que até me custa saber que não as temos, só porque é chato pensar nelas. Sobre o mar então é gritante! A quantidade de pessoas que morre no mar porque NÃO CONHECEM O MAR, é estupidamente difícil de engolir. Tomem-se medidas. Já!
ResponderEliminarEu, pessoa que começou na natação aos 3 anos de idade, aprendi desde muito cedo que o mar não é piscina. Nadei até aos 18, todos os dias e muitos fins-de-semana.
ResponderEliminarAprendi o medo e o respeito pelo oceano, onde sempre nadei com a mestria que os anos me trouxeram. Nadei sim, no mar, muito. Mas sempre olhando a praia na horizontal, ali, pertinho, não fosse o caso.
O nosso mar é das coisas mais bonitas que este rectângulo natural nos ofereceu.
É, também, o que mais devemos perceber, desde tenra idade.
É de pequeninos. É o que eu digo. Mas ninguém me ouve. Eu tenho uma história imensa com o mar e com a Lagoa, (como vês a minha casa mora quase dentro de água), e sou ferverosa adepta de que todos os portugueses deveriam aprender tudo sobre o mar como aprendem matemática e português. Acredito muito, que por essa via Portugal cresceria económicamente muitíssimo, e as mortes realcionadas com o mar passariam de muitas, a ridiculos números.
EliminarAssim de repente até te convidava para fazermos a travessia da Lagoa (com barbatanas claro) mas tu eras capaz de me ganhar, e enfim, eu sou muito competitiva....
Querida Uva, quem está "Passa" aqui sou eu ó, que daqui a escassas semanas faço a redonda conta de 50 aninhos! Vai daí...esquece, que eu também não gosto de perder nem a feijões :D:D:D
EliminarHahahahahaha. vamos as duas no barco. Meto o meu marido a remar. Vamos só apreciando a vista, e olha, já é uma canseira! Hahahahahahah
Eliminar