Paul Krugman chamou-lhe “o livro da década”. Não sei se é assim, mas em poucas semanas atingiu o top de vendas da Amazon só com a edição francesa e inglesa.
Falta-lhe meio mundo. Talvez Paul Krugman tenha razão.
Não há que temer as mais de 700 páginas de 'O
Capital no Século XXI' por três grandes motivos. O primeiro prende-se com o conteúdo temático. É sobretudo um livro de história económica. O segundo porque a escrita escorreita, e tecnicamente simples, se lê num fôlego, e por último, porque o brilhante Piketty não escreve só para economistas ou para os especialistas das ciências sociais. Escreve para todos, o que é pouco comum na temática em apreço.
Para quem se interessa pelas questões do capitalismo, pela evolução económica das sociedades e sobretudo pela repartição da riqueza, então tem aqui uma excelente companhia para a cadeira da praia.
Entre nós o livro está publicado sob a chancela da Temas e Debates, já na sua 3ª edição.
Thomas Piketty virá falar-nos no dia 27 abril pelas 18h30, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A entrada é livre.
O capitalismo foi sempre — e continua a ser hoje, na época da sua maior globalização e financiarização — um capitalismo patrimonial, isto é, um sistema de produção e distribuição de rendimento que, a partir de uma maior ou menor desigualdade inicial, gera sempre, de forma endógena e progressiva, acumulação e concentração de património (ou capital) nas mãos de uma percentagem muito minoritária de famílias. No longo prazo “as pessoas com riqueza herdada só precisam de poupar uma porção do seu rendimento sobre o capital para que este capital cresça mais depressa do que a economia como um todo”.
Uma sociedade capitalista acaba sempre por ser uma “sociedade de herdeiros”.
Excerto da recensão do livro por João Constâncio em 16/05/2014
Nota: farei o favor de enviar aos interessados a brilhante recensão completa do livro de Piketty feita pelo João Constâncio. O documento word tem 6 páginas frente, na fonte Helvética 10.
o capital é "coisa brava", e os "herdeiros" não têm tendência para partilhar, antes para concentrar!
ResponderEliminarÉ um livro muito bom. toda a gente devia ler.
EliminarNa verdade diz tudo o que já sabemos, mas factualmente.
as críticas têm sido excelentes. mas ainda me faltam umas mil e quinhentas páginas antes de lá chegar. há um pequenito sobre paraísos fiscais muito interessante embora daqui não consiga vê-lo, publicado na mesma ocasião...
ResponderEliminarFarei por...
ResponderEliminarLá estarei