29 de setembro de 2015

Meanwhile


De acordo com o All Africa, a lei traz esperança de que os nigerianos "comecem a aceitar que práticas culturais e religiosas também devam sujeitar-se aos direitos humanos".
De acordo com dados divulgados pela Unicef em fevereiro, há cerca de 130 milhões de mulheres e meninas vítimas da prática, vivas atualmente.
Jonathan Goodluc, antes de sair do Governo, faz jus ao nome e transfere para as mulheres nigerianas a boa sorte que todas elas necessitam para ultrapassar aquela que é a maior barbárie aos direitos humanos das mulheres.
Resta apenas que as mães destas meninas, no segredo das suas casas, não se furtem a esta espetacular medida.
Tudo dependerá delas.
As usual.

7 comentários:

  1. Não muito longe, na Guiné Bissau, três anos depois dessa prática inominável ter sido proibida, chegou à Assembleia Nacional uma petição a solicitar a imediata revogação dessa proibição. Enquanto uns evoluem, outros regridem a passos largos.

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    1. Quase que me custa acreditar que isto seja possível fazer-se ainda, menos acredito que ainda queiram ver revogada a proibição e ainda mais saber que isto acontece cá em Portugal, mesmo debaixo das nossas barbas.
      O que não se faz e o que não se diz às crianças no 'aconchego do lar'...
      São aquilo a que eu chamo de famílias auto-imunes, isto é, o sistema imunitário (família) fica desorientado, atacando o próprio corpo e os órgãos que deveria proteger.
      São as mais difíceis de tratar.

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    2. Uva, grande parte dos subscritores da petição que te referi são mulheres. Sim, as mais difíceis de tratar, tal a profundidade das feridas que carregam.

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    3. No fundo, apenas a confirmação de que as mentalidades não mudam por decreto.

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    4. São as mães.
      É isso mesmo, mas por algum lado temos de começar.

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    5. Mirone e Uva, este tema tanto nos horroriza a nós, que vivemos numa cultura privilegiada em muitos aspectos, como é aceite por algumas das mulheres dessa cultura muçulmana, daí a petição que a Mirone refere ser inacreditavelmente assinada por tantas mulheres.
      Eu li um livro escrito por uma destas mulheres (mas da Somália) que fugiu para a Europa, a Ayaan Hirsi Ali, que conta como é e testemunha a aceitação da mutilação genital por parte de outras mulheres. Elas sendo mutiladas e cosidas sentem-se mais puras e dignas de respeito perante o futuro marido e a sociedade, etc. É mesmo terrível de imaginar, mas é verdade. De qualquer forma, penso que a tendência é para se abolir essa monstruosidade. Ou pelo menos quero acreditar que sim.

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    6. Eu também quero acreditar que sim. Este era um caso em que gostava que as mentalidades mudassem por decreto, para acabar o mais rapidamente possível com esta monstruosidade.

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