As coisas que a Uva descobre inusitadamente

Perceber que estava grávida com 29 anos foi uma das coisas que descobri inusitadamente.
Mas vocês já sabem como se engravida, e vai daí, não é bem disto que eu quero falar.
Depois de 9 meses e mais 32 kg no lombo, nas mamas, nas pernas, nos braços, na barbela do pescoço (credo!) e por aí fora, é que eu descobri que se acaso não tivesse tomado banho em creme todos os dias, desde o primeiro dia, e teve mesmo de ser todos os dias porque fui uma mãe super mamalhuda, mas bota mamalhuda nisso, hoje em dia não estava aqui a colocar uma fotografia do creme que usei, mas sim uma fotografia minha, deitada numa sala de recobro, depois de uma cirurgia estética às partes moles... e bota moles nisso.
Não foi necessário chegar a tanto.

Tenho quase todas as minhas amigas na chamada faixa das 'mães idosas', isto é, todas a parir depois dos 35.
Ora já todas sabemos que parir depois dos 35 acarreta problemas acrescidos. A elasticidade da pele não é seguramente a mesma que aos 25, e voltar ao peso anterior é pior que o Cabo das Tormentas.
Mas o peso é daquelas coisas que correr todas as maratonas de Lisboa, durante 1 ano, com ténis patrocinados e PT´s famosos, podem mitigar. Já as pelaruncas na barriga, aquela massa disforme e flácida que ali fica entre a púbis e o umbigo é que já pia mais fino. Raras são as mães que não ficam irremediavelmente deformadas naquela zona e não é com o maravilhoso Barral com sabor a banha de porco que conseguem resolver o problema.
Isso é garantido.

Vocês atentem bem: eu engordei 32 kg. Fiquei com 87 kg. A certa altura a minha barriga cresceu tanto que eu não conseguia chegar com os braços ao teclado.
Quando a bebé nasceu, a minha badana barrigal era um pedaço de toucinho rançoso com muito mau aspeto. Além deste pedaço de carne mole, tive a sorte de ter uma amiga (com 3 cesarianas no bucho) a gravitar à minha volta, rodeando-me de conselhos e dicas para manter a silhueta elegante.
Foi ela que me passou os ensinamentos que agora partilho.
A descoberta: a cinta pós-parto rígida.
- Quê?? Tás maluca? Queres estrafegar-me aqui dentro? Esta merda é super rija pah!!
- Quero! Cala-te e inspira! O coiso também era rijo e não te queixaste...
(esta parte não era para contar, mas prontoS)

Peço desde já desculpa à comunidade médica que é contra a cinta especialmente a rígida e especialmente nas cesarianas, mas é o melhor que podem fazer para impedir que a terrível badana de toucinho se instale permanentemente.
Usei e abusei, 3 meses sem falhar.
Usava durante o dia o mais possível (sorte a minha que era inverno) e não passei uma única noite sem ela. Apertada mesmo à séria e como me ensinaram, e acreditem, a minha barriga hoje é de fazer inveja a muita gaiata de 18 anos.
TODAS as minhas amigas que não usaram a cinta, TODAS, estão numa desgraça que só visto.

Agora a descoberta inusitada: cinta pós-parto rígida à hora das refeições principais, acompanhada de água das pedras tomada imediatamente antes de iniciar a refeição.

Passado dois meses estava com 55kg novamente.
Não meti os pés uma única vez no ginásio. Não passei fome. Mantive-me magra até hoje.
Uma grande fatia de pessoas que conheço ainda usa a técnica da garrafa de água das pedras à hora do jantar para manter o peso e sentir-se cheia antes de atacar as feijoadas.
Bandas gástricas?
Why?

 Esta não sou eu, é uma moça de 15 anos que nunca foi mãe.