5 de maio de 2016
Granda espiga!
O título é irmanado com o dia de hoje, que por sua vez se irmana comigo.
A minha mãe costumava dizer que eu era uma espiga, uma espécie de haste fina, loira e irrequieta.
Ainda hoje, quando vou dançar, não me dá jeito nenhum fazê-lo sem ser de braços no ar.
Sou uma espiga dourada, e tenho espigas todos os dias.
A maior espiga que me lembro foi a de ontem.
Sabem aquele dia em que depois de muitos anos, muitos meses, muitos dias, muitas lutas, muito estudo, nomeadamente em línguas estrangeiras, quase chinesas, muita estafa, muito treino, e em que tu és a água da experiência, do saber e do querer, e ora passas naquela montanha e contornas a montanha, ora encontras um muro, e superas o muro, ora cais num precipício catarático, e cais de pés perto da margem, e depois disto tudo, já na foz, pingando água e sem um pingo de força, uma pergunta, uma única pergunta isolada, numa sala cheia de gente, e vês-te novamente no lençol de água, à espera de uma brecha na rocha dura, que te permita renascer.
Aquilo ontem foi uma granda espiga.
Mas hoje, morta de cansaço, encontrei vivo em cima do meu teclado, um ramo de flores silvestres, gritando:
Desta vez foste água, da próxima serás fogo.
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Belo texto, "Uva" - lindo de ler...
ResponderEliminarÉ dos teus olhos! Obrigada.
EliminarUva, que bonito. Parabéns, a tua escrita continua ótima, senão mesmo, cada vez melhor. folgo em saber que os desafios se vão ultrapassando.
ResponderEliminarEste acho que se foi, Mia. Infelizmente.
EliminarTão lindo... e reconheço ali qualquer coisa :) :) :)
ResponderEliminarEstá aqui desde que veio cá parar, juntamente com a pulseira e um clip que está colado com fita cola ao monitor. É uma inspiração diária.
EliminarÉs uma bela de uma espiga, pá! :D
ResponderEliminarEspigadota ;)
ResponderEliminarMergulhei-me nesta fatia de vida tua, enfim, posso compreender pois, espigando ao cotidiano, fico solidário ao teu lindo texto. Bfs. Abraço Silvestre~
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