11 de janeiro de 2018

KRAMER CONTRA KRAMER

Não é exatamente com os mesmos personagens do titulo, mas é também um grande filme.
Eu peço desculpa por estar sempre a falar de Lisboa, mas é essencial que alguém fale de Lisboa como eu falo.
Decentemente.

Então o que é que temos hoje na temática da indignação virtual?
Pombos.
Ora já cá faltava a temática dos pombos, e como não quero que vos falte nada, resolvo discorrer decentemente sobre a superlativa temática relacionada com a bicheza mais odiada em Lisboa depois dos turistas-de-paquete.

Parece que resolveram tratar dos pombos como tratam dos lisboetas que não conseguem acompanhar a pressão do mercado imobiliário. A gentrificação foi finalmente aplicada à temática das inúmeras famílias de pombos que habitam há séculos a nossa querida Luz-boa e, vai daí que a CML resolveu contratar uma espécie de capangas dos proprietários de AL [Alojamento Local] - os falcões - para espantar dos ninhos pombalinos essa espécie que nos é tão cara - as ratazanas com asas - para que as aves inglesas, francesas, chinesas e outras raças não-autóctones, possam nidificar à vontade.
Se fossem só os lisboetas a sofrer com a merda que os pombos fazem [há séculos] decerto que não valeria a pena gastar 18 000k em falcões. 

É assim uma espécie de espanta-espíritos, mas para pombos, ou ainda, uma coisa mais à PGR [Prova Geral de Acesso]:

Os falcões estão para os pombos como a EMEL está para ___________.
a) os lisboetas
b) os não-lisboetas
c) os portugueses em geral
e) todas as anteriores

"Uma solução arrojada para um problema persistente", diz "O Corvo" sobre a esperada contratação de falcões para espantar os pombos da cidade.
O corvo veicula que foram contratados falcões para acabar com os pombos.
É muita passarada numa frase só.
Aaaaaaaaaatchim!

Com muita passarada, e muita merda de pássaro, vão ficar também as zonas suburbanas da cidade, porque está mais do que visto para onde é que esta passarada toda vai.
A falta de ninhos nestas zonas vai acabar por afetar também os pombos escorraçados, como afetou os lisboetas-pobres que foram desalojados pelos falcões do AL e da especulação imobiliária.
Um ninho em Odivelas está pela hora da morte, e em breve, não haverá nem pombos e nem pessoas numa área que pode chegar ao Minho.

Julgo mesmo que a longo prazo, esta manobra de diversão dos grandes galifões da industria do turismo pode ser uma belíssima ideia para devolver várias gerações ao interior do país, deixando para o litoral as aves raras e de bonitas penas que vêm em voos-charter aterrar no aeroporto de Lisboa.

POMBOS CONTRA FALCÕES
Um filme Hollywoodesco numa cidade perto de si.

E no meio disto tudo o que mais me preocupa é: sem pombos em Lisboa que raio de nome vamos dar ao Marquês?!



Daqui:
http://ocorvo.pt/lisboa-experimenta-uso-de-falcoes-para-espantar-bandos-de-pombos-no-centro/

3 comentários:

  1. Ah, agora é que os turistas e os ricos vão ficar maravilhados com este lado selvagem da cidade. Sem pobres, sem pessoas feias e com uns bichos lindos que são os falcões. Que quando acabar a sua comida preferida, vai ser lindo vê-los a atacar os seus pequenitos cães de raça. Numa palavra: ma-ra-vi-lho-so.
    É uma ideia espantosa, pois assim atraímos turistas dos países árabes e pode ser que consigamos retirar aquelas plantas da estufa fria e fazer uma falcoaria de luxo.
    Bela ideia!
    M.Lopes

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    1. Os falcões comem os pombos. Quando deixar de haver alimento, comem os turistas.
      Talvez seja efetivamente uma bela ideia.

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  2. Sorte a minha, por aqui só há gaivotas
    (bem, não só, mas a_penas elas me procuram)

    https://conversavinagrada.blogspot.pt/2017/04/a-gaivota-um-conto-acidental.html

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