13 de março de 2014

É como comer e coçar...

Ir ao médico é só começar.
Hoje, depois de colocar o trabalho do escritório em dia, porque faltei ontem para ir médico pela quinquagesima vez, estive a fazer contas à vida e fiz uma retrospetiva das novas doenças que angariei na última consulta de rotina, 10 anos depois de me terem surrupiado o médico de família para a reforma, e me terem atribuido uma estrangeira que pinta as pontas do cabelo de roxo e as unhas de verde.
Meus caros leitores, a coisa está pior que uma barata, ou seja, está preta.
Em primeiro lugar estou merdosamente infetada, (e não passo o termo, porque é mesmo assim) com uma FDP de uma batéria, que ao invés de viver nos meus intestinos, como é normal nas outras da sua espécie, resolveu emigrar, qual Fernando Tordo das bactérias, do meu aparelho excretor, vulgo intestinos, para a minha bexiga, para ali estender a toalha da praia, abrir uma sagres mini e refastelar-se no bem bom. Obviamente que enquanto a asquerosa se bronzeia, eu não faço mais nada que é ficar agarrada à sanita a fazer chichi às prestações, coisa que o Fernando Tordo também deve estar a fazer, mas com o bilhete de avião para o Brasil.
Em segundo lugar, tenho 80 kg de colestrol nas veias, acabadinhos de chegar das Américas. Não sei porquê, mas alguma coisa ouviram para virem disparados de NY, a cidade dos obesos, para se instalarem justo nas minhas graínhas. Suspeito da bactéria, que fartinha de mergulhos solitários no mijo da Uva, convidou o colestrol para uma visita ao seu novo SPA particular, por terras lusas.
Mas estes miseráveis emigrantes não vieram sozinhos. Trouxeram as plaquetas. As plaquetas são os animais de estimação do colestrol, e como a estadia era por tempo indeterminado, não conseguiram que ninguém ficasse a tomar conta dos animais.
Dá-se o caso de serem mais de 400 por ml de sangue. Podiam ser duas ou três plaquetas cadelas, mas não, são milhares, e está-se mesmo a ver quem é que leva com o cocó desta bicharada toda.
Entretanto, e como dizia logo ao início, isto das doenças é só começar, e como não conheço nenhum médico que não sofra da esquizofrenia da prescrição, tá-se mesmo a ver o que aconteceu. Eles querem é prescrever. Não importa se o doente tem o figado aos pedaços, se tem nauseas ou vista turva, desde que comprem 3 caixas de antibióticos por dia, façam 300 exames às mamas ou à vagina num consultório "conhecido", e ainda nos peçam para encher a bexiga como um balão pronto a explodir, para depois andarem com uma merda de sonda a carregar para baixo, só para ver se nos mijamos pernas abaixo.
Depois desta visita de rotina, descubro que além de estar cheia de não-presta, também estava cheia de dinheiro, por isso a médica decidiu que eu podia gastar um rio, para tratar das maleitas todas e toca de prescrever tudo o que é o mais caro do infame mercado das farmacêuticas.
Pois bem, aqui a Uva, desesperada, e já a pensar em mudar toda uma vida profissional e pessoal para a casa de banho, onde tem passado a maior parte dos dias, foi comprar os medicamentos prescritos, decidida a acabar com os imigrantes ilegais todos de uma só vez, como fez a Suiça.
Eis senão quando, a Uva descobre que é alérgica a uma porcaria chamada Penincilina, que um médico inventou para desalojar os imigrantes ilegais, como faz a malta do SEF, e assim que engole aquilo vomita tudo, o antibiótico, o dinheiro, a cura e tudo e tudo.
Então é assim: a Uva está doente e é alérgica ao tratamento (fuck them all!).
Pensou em contratar uns capangas à paisana para ver se se conseguia livrar da estrangeirada toda, mas especialmente da batéria que é a cabecilha do gangue.
Não tendo conseguido, pede ajuda à blogosfera e pergunta:
Está aí alguém com uma bexiga a mais para a troca? É que a minha está estragada....
É que nem me digam nada.

 
 

1 comentário:

  1. OK... Já parei de me lamentar. Coitadinha! Mas o texto está mesmo engraçado. O Fernando Tordo das bactérias deu cabo de mim.

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