30 de maio de 2014

Há coisas que me afligem, e algumas não são palavras.




Às vezes vivo num sítio escuro.
Às vezes o que vejo são só as ondas de impacto.
Esforço-me por entender por que motivo agem as pessoas só por ver fazer.
Talvez porque ao ver fazer, se livrem da culpa de fazer primeiro.
Toda a nossa historia negra, tudo aquilo que nos envergonha, as guerras, as crises, o medo e a culpa, são só uma questão de querer  'ser o primeiro'.
Mas quando o primeiro atira uma pedra ao invés de deitar a mão, o outro que vem depois, não constroí nada.
O primeiro que atira a pedra, tem certas certezas, julga-se, toma a dianteira daquela ação, e sente-se forte por ser o primeiro, o mais audaz.
Mas é um tolo. Cheio de si mesmo.
Ser o primeiro é um fardo demasiado grande, pois que podem os outros que nos dão força, desistir de nos acompanhar.
E fica a culpa.
E a culpa ninguém partilha.
É que a vida muda a cada dia, e a cada dia nos ensina, que para sermos alguém neste mundo, precisamos primeiro de ser nós próprios. 
E não uma sombra dos outros.
 
O mundo não se fez de pedras.
Nao é com pedras que se constroiem castelos.
 
 

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