18 de junho de 2014

Agarra que é grávida!

Eu já nem sei o que hei-de fazer à minha vidinha.
Não sei se leve um blog, se leve um pau, ou se leve toda uma equipa de Pepes, armados de bastão e bazuca, para fazer frente a este ataque.
Mas tal é isto, hem?!
Então cada dia que passa encontro um novo ataque à minha estrutura mental?
Não fui criada para isto, que não sei se é um ataque às mulheres, um ataque aos bebés, ou aos dois, a nós portugueses, ou a toda a natalidade humana, e consequentemente à própria da civilização?
É que esta porcaria apanha-me aqui forte e feio as veias do pescoço.
Tomar o precioso tempo de antena de um jornal on line (o futuro da comunicação social... é o que dizem os gajos da Controlinvest) e áh e tal, barrigas de aluguer é que não, que isto de ter filhos biológicos é para quem pode e não para quem quer?
Um filho não é um rim, ó ignorante, mas se toda gente pode ter um rim, porque raio julgas tu que só algumas é que podem ter um filho. Escuta lá, agora que insistes,  se precisasses de um transplante de coração para o teu filho ias pedi-lo a quem? Com certeza que também acharias que o dador morto era assim uma espécie de humano de aluguer, logo não consideravas a hipótese, pois não? 
Dou-te um pequeníssimo conselho. Não tenhas mais filhos caramba, carregas um gene muito mau.
Como se não bastasse,  levo com esta notícia que vem dar conta, claro, daquilo que já toda  agente sabe, mas agora em crescendo, levando já todos nesta onda bizarra e monstra.  
Realy? As mulheres assinam contratos que comprometem a sua reprodução durante 2 anos? Ok, ok, durante dois anos não há pinanço lá em casa, para continuares a enriquecer com o ordenado miserável que me pagas?
Então mas esta gente quer acabar com a raça lusitana?
Agarra que é grávida?!
Mas está tudo doido ou andam a comer palha?
Esta gentinha pensa que nasceu de onde?
Vieram todos numa nave foi?
 
Diz assim um excerto da notícia:
“O que era importante era que o país assumisse o compromisso e que mais ninguém tirasse o pé do acelerador nos próximos 20 anos”.
 
Apoiado! Era passar as rodinhas por cima do lombo deste gentinha toda, que era um descanso.
Alienados de merda.

6 comentários:

  1. É um nojo mesmo. Mas sabes, no sector público em que trabalho também há alguma pressão. Já estou na àrea há 17 anos e lembro-me de haver senhores inspectores que diziam que as mulheres não deviam entrar na nossa profissão por causa, exactamente da maternidade.

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    1. Eu nem sei que te diga. Eu acho que estamos a voltar ao tempo do homem de Neandertal, e se assim for, é como digo, só de cacete na mão, em direção a eles, a grunhir...

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  2. Aquele artigo de uma senhora com ar de infeliz que acha uma aberração as barrigas de aluguer não me despertou a atenção. Porque, perdoa-me a expressão, acho mesmo que é só mais uma mal fodida entre muitas que andam a gritar por atenção.
    Quanto à notícia de não se poder emprenhar em 2 ou 5 anos (li artigos diferentes) já fiquei mais alerta.
    Não por receio mas porque, afinal de contas, sou a funcionária ideal e ninguém me recompensa por isso. 10 anos, 10! no mesmo trabalho e nunca emprenhei. No entanto, noto diferenças no tratamento, sobretudo, por parte de colegas homens. E a questão é sempre a mesma: Se não tens filhos porque é que não podes ser tu a ficar até mais tarde, a fazer as nossas folgas, a marcar férias de verão em Dezembro... and so on....
    E eu estou cansada deste assédio e deste machismo, diametralmente oposto ao exposto na notícia: o do patrão que não quer mulheres com filhos. Afinal que querem eles, raios partam? Gajas de 30 anos com filhos de 40 que já não dêem trabalho?
    Só me apetece dizer um grande foda-se.

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    1. Às vezes a bizarria é tão grande como isto: eu noto o estigma da grávida nas próprias mulheres.
      As mais velhas a dizerem que o patrão não gosta de mulheres grávidas... Uma pressão desmedida contra quem falta por assistência. Essa coisa das férias então é gritante. Eu tenho uma filha, como sabes, mas também tenho um marido, 4 avós e uma bisa. Se falto quando a miúda precisa mesmo de mim, mas se isso acontece vem logo a conversa: então não tens cá a tua mãe? Do outro lado da barricada tinha uma colega assim como tu. Sem filhos, ultra profissional. Sabes o que ela fez? Instituiu que o cão era como um filho e fazia a mesmíssima vidinha. Ah e tal não tenho filhos? pois olha, o meu cão comeu a alcatifa. Tenho de faltar. E levava a dela avante. Eu achava aquilo lindo. Mas estou mesmo preocupada, conheço muitos casos de miúdas que ficaram grávidas e perderam os empregos no regresso da licença. Deve ser o pânico...

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  3. A reboque da crise económica os patrões vão-se convencendo e convencendo os outros que só assim é que a empresa é competitiva e se aguenta à tona, e cometem-se verdadeiras atrocidades...

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    1. São absurdamente estúpidos e pouco visionários. Apetece-me usar aquela expressão muita gira: you give peanuts you get monkeys. Não se ponham a pau...

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