1 de agosto de 2014

Dos comentários em blogues

Escrevo num blog.
Consumo comentários.
Tenho lido muita coisa, estive sempre atenta, há anos que o faço, aos comentários do Expresso, aos comentários dos blogs que acompanho há mais tempo, do Seixas da Costa,  do Aventar, do Jugular, do Blasfésmias, do Público, entre outros, por cujos títulos me detenho, por cujos temas me encanito, as opiniões dos outros, malévolas, cínicas, despesistas, alheias, sombraceiras, de merda.
São e sempre foram de grande interesse para mim, as ideias dos outros sobre temas comuns, as ideias diferentes sobre opiniões comuns, adoro o Alta Definição, adorava as entrevistas do Herman, da Anabela Mota Ribeiro, gosto de ouvir falar quem sabe efetivamente ouvir e responder, com respeito, de quem sabe realmente discorrer sobre um tema sem o distorcer a seu bel prazer, interpretar uma imagem, um texto, uma frase, e com isso ensinar e ajudar os outros a pensar de outro jeito.
Há na bloga uma brincadeira chamada  "comentário elevado a post."
Hoje, enquanto alguém se esforçava por dissecar, depois de elevar a post um comentário totalmente cortante e inusitado no seu blog, eu detinha-me em outro comentário, que apesar de não ter nada a ver com o blog que referi, acaba por lhe responder na perfeição.
Diz assim:
"Este conflito [Gaza] é-me indiferente. Não ligo nem me choca. Nem sequer vejo. Acho uma seca que ocupe jornais, televisões, murais e blogues. Há gente a morrer noutros lugares, em barda. O ébola já me começa a entediar. Pouco haverá a fazer senão informar e rezar. Há gente a morrer noutros lugares sem qualquer "tempo de antena".

Aos dois comentários tenho a dizer o seguinte:

A indiferença é também o que nos permite sobreviver.

 Discordo, porquanto houver várias formas de expressão.

6 comentários:

  1. Concordo com todos os pontos e todos i's, pois tb eu "ignore" esse é outros assuntos políticos, costumo dizer q hoje em dia a indiferença é o q nos mantém vivos!!!

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  2. Não me choca. Na blogosfera, cada um é o que lhe apetece ser no momento.

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  3. Não concordo (mesmo nada!) com este seu comentário, mas fico-lhe grato pela sua fidelidade como leitora. Um abraço

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    1. Caro Francisco Seixas da Costa, permita-me a ousadia de o tratar por caro, mas foram já tantas as palavras que lhe li, que quase o conheço como família.
      Vou repensar o meu comentário, profundamente, mas tenho certo que se não fosse a minha (e a dos que escrevem) indiferença perante certos comentários que por aí se lêm, era praticamente impossível continuar a escrever, de tão profanos que os acho.
      A liberdade de expressão, e outras liberdades, acabam quando começa a liberdade dos outros. Um cliché, se me permite.
      A liberdade de expressão pode e deve ser utilizada como um direito pleno, sempre, e para sempre, desde que não seja somente a vil profanação dos direitos dos outros. A inteligência da expressão escrita é precisamente saber utilizá-la como um direito e não como arma de destruição maciça, que foi exatamente o contexto do meu post: um comentário imbuido de uma liberdade ufana, que afogou a liberdade de expressão do outro.
      Caro Francisco Seixas da Costa, foi um prazer imenso, que guardarei, este de o ter aqui, nem que seja só por uma vez.
      Um abraço
      Uva Passa

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