8 de setembro de 2014

Isto não vai ser nada fácil...

De todas as coisas infelizes que alegadamente fazem parte de um casamento saudável, e supondo que o meu casamento é saudável, isto se me detiver no número de vezes que esteve de facto doente e que se foi uma vez ao hospital foi muito, devo afirmar, deixando de lado o ingrato mundo das suposições, que sim, que é um casamento saudável, e que teve coisas infelizes. 
Mas ia eu dizendo que, de todas as coisas infelizes que pairam sobre o meu feliz casamento, a mais dolorosa de aceitar, de sempre, foi uma ingénua mas expressiva alergia primaveril.
É verdade.
Uma doença de espirros, uma absurda doença de espirros, foi de entre todas as coisas, a pior e a que despoletou as doenças mais acesas lá em casa.
É um contra senso, pois que é, mas a minha vida é isto, contra-sensos, altos e baixos, recuos e avanços, enfim, uma ale(r)gria.
Mas que raio de infeliz coisa herdaste tu por contrato de casamento, que por culpa de uma doença de espirros te faz ter discussões de meia noite e algumas até ao quarto para as duas?
Simples.
Por consequência dessa infeliz doença, fui continuamente enganada com histórias peregrinas de alergias tais que obrigaram a internamentos, paragens respiratórias, entubamentos a sangue frio, bolas de pêlo entaladas na narinas do tamanho de melões, e eu sei lá, coisas do demónio, para dessa forma ser impedida de ter um gatinho, bichinho que tanto adoro, ou qualquer outro animal de estimação que apresentasse pêlo, penugem, ou pelame, em minha casa, muito embora não entenda, por coisas cá da minha vida intima, como foi o rapaz capaz de conviver, razoavelmente, com um certo animal peludo que eu cá conheço.
Ora bem.
Casámos (muito contra a minha vontade) com comunhão total de bens, ou seja, ele, eu, as contas da casa e a porra da alergia.
E eu, que não me lembro de um único momento da minha vida em que não tivesse um gato a passear-me na cabeça, fui apaixonar-me por uma florzinha de estufa, comprovadamente alérgico a 'pêlos de gato que andam no ar', porque aos 4 anos de idade foi a um 'grande profissional', ora isto há para aí uns quarenta anos, altura em que os testes alergológicos conheciam um franco desenvolvimento cientifico e eram qualquer coisa como sacudir o pano do pó em frente à cara ou esfregar uma flor no nariz, que atestou a veracidade da doença e que não, nunca poderia ter um gato a amassar-lhe os colarinhos da camisa.
Agora pasmem-se que eu vou atalhar: 
Chegaram ontem os resultados de novos e credíveis testes alergológicos, que lhe impus fazer em troca do convívio, razoável, com um animal muito fofinho....
(risos malévolos ouviram-se a milhas após a leitura da palavra: negativo)
E isto agora não vai ser nada fácil.
Hei-de escolher o cinza ou o listado? 
Ou os dois?


Uma coisa é certa, meu menino, este é que não!
Tem lá paciência... a mim não me enganas tu!

6 comentários:

  1. Um de cada!!! :)))

    Beijinhos Marianos, Uvinha! Grrrrrrrr! :))

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    1. Era bom era!!!! Vamos lá ver como é que se entende com um... se não lhe cair o nariz sou bem capaz de pensar nisso.

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  2. Lol.... depois mostra foto!!!
    (não há desculpas agora!)
    :))))))))))))

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  3. fica difícil opinar após tentar perceber como uma alergia, ou suposta alergia, pode ter danificado a confiança de uma pessoa em testes científicos. senão vejamos: uma pessoa habituada à negação da possível convivência com miaus mais ou menos fofos, como vai agora, numa espécie de estágio de preparação, encarar ronronares próximos dos tornozelos? há que ter calma a tomar decisões dessa natureza.

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  4. :DDDDD
    fantástico gato. ah, as maravilhas das modernas técnicas depilatórias.

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