4 de novembro de 2014

As mulheres, essas infelizes de merda!

Em primeiro lugar, como não sou completamente analfabeta das letras, pois haveria de ser do quê, e parecendo que não, também consigo escrever no gerúndio, resolvo ser uma 'essa dos blogs' e dar o ar da minha (des)graça nisto dos textos de certos pensadores, vulgo, crónicas jornaleiras desta vida, que é a nossa. A das mulheres infelizes.
Sou, com a graça do Deus dos neurónios, criativa de sobra para fazer malabarismos com os dedos, e por isso dou pinotes de contente, fazendo as letras irem todas pelos ares. Mesmo que algumas acertem em cheio na testa de alguém, que percebe muito pouco de letras femininas.
É fazer um curso. Digo eu...
Dizem alguns, que sou uma verdadeira artista, uma diva dos fonemas, poemas, prosas e sonetos, e se não me metem travões, saem as palavras aos trambolhões.
E em sendo artista de ginástica mental, vou tentar fazer um mortal, sem cair de costas.

O nosso antepassado  José António Saraiva, que morreu há muitos séculos mas ninguém lhe disse nada, resolveu destabilizar as donzelas, para ver se vende mais algum livrinho da treta, desses que proliferam nos escaparates. 
Uns falam de mortos, outros de física quântica, outros de coisa nenhuma.
Foi o caso deste nosso iluminatti.

Decidiu falar sobre a falta que lhe fazem as mulheres que cosem cestos e fazem costura, dessas que não cortavam os cabelos e nem as unhas, que não sabiam escrever e nem ler, a não ser nas estrelas ou lá nas coisas delas, a melhor altura para lhes fazerem uma festa no pardal sem ficarem outra vez de esperanças.


Creio mesmo que foi este o homem que inventou a burca, ou talvez algum antepassado seu, ressabiado com a beleza da mulher, ou com medo que ela fosse enfiar a agulha em outro buraco qualquer, que não no rabo dele.
Apareceu aí numa dessas croniquetas da tanga, que servem unicamente propósitos de marketing, para nos esfregar na cara a inteligência do pai e a infelicidade da mãe. Uma vergonha, Sr. JAS, expor assim na cara de tanta iliteracia a soberba da escolaridade.
Vocência quer que lhe responda se as mulheres são agora mais felizes? Importa-se que a sua pergunta seja respondida por uma mulher muito feliz, formada, educada, empregada, com um ordenado, com filhos, que sabe ler e escrever e até, pasme-se, sabe enfiar uma ou outra agulha, e coser um ou outro botão?
As mulheres agora são mais felizes porque também podem, se quiserem, ter filhos bastardos.
As mulheres podem, se quiserem, ir ao um bar com as amigas e chegar a casa podres de bêbadas.
As mulheres podem, se quiserem, dizer não ao pedido de sexo diário e sem interesse, com homens de quem não gostam, em nome de uma merda chamada 'casamento-de-fachada'.
As mulheres podem, se quiserem, trabalhar fora de casa, e escolher fazer ou não o jantarinho ao menino.
As mulheres podem, se quiserem, cuspir na cara de senhores como Vocência, que as acusam de ser as responsáveis pelo suicídio dos filhos, pela sua dependência de drogas, pelo adultério dos maridos, pelos divórcios e das separações, só porque decidiram evoluir, aprender, trabalhar e ser gente, independente.
Caro JAS, Vocência deveria ponderar melhor antes de publicar croniquetas da tanga.
Oiça por exemplo a sua mulher, se é que ainda a conserva.
Ela deverá saber o que fazer com os seus escritos.
Ouvi dizer que é muito boa com agulhas.

44 comentários:

  1. Eu não li nada disso. Mas é que não li mesmo.

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    1. Olá miúda.
      Eu li que ele atribui a relativização da família e o seu consequente descalabro, à emancipação das mulheres. Ele culpa o colapso da família, ao facto das mulheres saírem de casa. E depois ainda pergunta se as mulheres são agora mais felizes (com a emancipação) do que eram há anos atrás quando só sabiam cozer meias e cuidar dos filhos.
      Às tantas posso até estar a cometer um grande erro, às vezes acontece.
      Eu juro que li isto. Não leste isto?

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    2. Olha Uva, não te preocupes porque é isso mesmo. Eu também li tal qual tu dizes.
      Lá esta escarrapachadinho. Mulher que trabalha é a responsável pelo descalabro da sanidade mental do homem e auto-inflige-se a infelicidade.
      Agora se a Picante não leu, provavelmente lá terá as suas razões para não ler.

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    3. Pois eu li que ele acha, e bem, que os lares estão mais vazios, que as mães estão menos tempo com os filhos, que têm de os entregar a terceiros e que isso tem consequências. É mentira? Não é. Esta geração de jovens e crianças é menos acompanhada.
      Também li que ele acha que o direito a ir trabalhar, a sair de casa e não depender de ninguém é um direito (bem) adquirido. E é.
      Diz que a mulher tem mais opções. Que os casamentos são abanados mais vezes, que conhecem e estão mais tempo com colegas de trabalho, que com os maridos. É mentira? Não é.
      Por último diz que algumas mulheres passaram a ser duplamente exploradas. Que além de trabalharem o dia todo, continuam a arcar com a maior parte das tarefas domésticas. É mentira? Infelizmente não é.

      Eu não li uma crítica à mulher independente e que não precisa de um homem que a sustente. O que eu li foi uma reflexão sobre os efeitos de a mulher ter saído de casa. Há efeitos, não o podemos negar. Conseguiram-se muitas coisas boas e foi um claro avanço, mas também há um lado negativo, nomeadamente o impacto na dinâmica familiar. É só isso.

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    4. Ele acha! É uma opinião meramente particular.
      E o que são opiniões senão conceitos pessoais? Ele acha aquilo que entende cingir-se à verdade, não que o seja de facto.
      Os lares estão mais vazios porque a mulher vai trabalhar. E em casa a tomar conta da filharada e das lides domesticas sente-se mais realizada e consequentemente mais feliz?
      Se a vida familiar depende da infelicidade da mulher trabalhar, podem sempre trocar os papéis. Ele fica no lugar dela e ela no dele.
      Note que em momento algum ele, Saraiva, aventa essa hipótese.
      Diz que a mulher tem mais opções. Quais? Prostituição?
      Diz que a mulher passa mais tempo com colegas de trabalho. (Quanto a mim uma torpe insinuação)
      E o homem? Não passa mais tempo com as colegas de trabalho?
      Diz que a mulher passa a ser duplamente explorada pois arca com o dia de trabalho e com as tarefas de casa.
      É verdade porque o homem no conceito do que acha o Saraiva, são Saraivas, a casa é sinonimo de doméstica e portanto ela que se avenha como puder em vez de ir curtir a sua grande infelicidade trabalhando.
      Note que em momento algum ele, Saraiva, acha que o homem deve colaborar com as tarefas domésticas. Ele, na senda do continuar a achar, acha que, por imensurável sorte para a desertora do lar, vá lá que o homem, generoso e abnegado, de calha em vez lá à vai "ajudando".
      E agora achando eu, onde acha o Saraiva, nos dias de hoje, os euros para manter um lar com todos os encargos que ele comporta se a mulher não trabalhasse?
      Não discuto mais este assunto.

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    5. Se o amigo Corvo conseguir pôr de parte a impressão que já tem do homem e que o faz atribuir-lhe esse machismo e conservadorismo. Lerá o artigo de outra maneira.
      Para começar o homem não emite opinião. Ele faz uma interrogação. Quem está a emitir opiniões sobre o que ele acha é o Corvo.
      Depois, ele diz que a sociedade mudou e que isso teve alguns efeitos. E o que mudou na sociedade foi a emancipação da mulher. Ele não entra no campo do que se deveria fazer ou como deveria mudar também o homem, em função da saída da mulher de casa,
      São vocês que estão a tirar conclusões só porque acham o homem machista. Mas neste artigo não foi. Limitou-se a enunciar factos verdadeiros e a atirar uma pergunta para o ar. Uma pergunta que tem razão de ser, já agora. Conheço muita gente feliz com a carreira que tem, mas também conheço muita gente que preferiria ficar em casa com os filhos e dar-lhes outro tipo de acompanhamento, não o faz por questões financeiras.
      Agora, não há dúvida nenhuma que a liberdade de poder escolher é boa. É um claro avanço. E, se for ler com atenção, o homem também o afirma.

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    6. Efetivamente ele escreveu (também) aquilo que apontaste, e quase tudo verdade, menos que esta geração de jovens e crianças é menos acompanhada, porque pouca acompanhada era a geração do meu pai (e as outras antes mais) que com 5 anos foi guardar perus para um monte onde só via a minha avó uma vez por semana... Hoje em dia as gerações são é acompanhadas demais.
      Eu não relevei o facto de ele colocar a tónica das consequências más, totalmente nas mulheres que se emanciparam, que deixaram os lares porque tiveram de ir trabalhar, porque como disse o Corvo, isto é tudo muito bonito, mas se as mulheres não tivesses saído para trabalhar, e com as sucessivas e monstras crises económicas e sociais criadas no tempo e pelos homens trabalhadores (únicos detentores de poder e de poder de decisão), eu queria ver como é que as famílias sobreviviam.
      O pior disto tudo é que ele afunila a questão (e é torpe por isso) só para as classes mais ricas, porque o que ele não sabe, o ignorante, é que toda a vida as mulheres pobres trabalharam no campo de sol a sol, em casa com os filhos, e também na cama.
      Só que agora também são pagas por isso.
      E mais, antigamente, os filhos não ficavam em casa porque também trabalhavam, e agora não o podem fazer.
      E os casamentos são abanados em igual número de vezes, só que antigamente comias e calavas, e agora já não.
      Miúda picante, eu li o mesmo que tu, mas fizemos leituras diferentes.
      Haja saúde Picante, para continuarmos assim, sempre atentas, sempre alertas.
      Um abraço.
      Um abraço.

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    7. Corvo, fizemos uma leitura igual. Um abraço.

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    8. Minha querida Uva, está a incorrer exactamente no mesmo erro de que acusa o homem.
      No campo, entre as classes mais pobres, sempre a mulher trabalhou, assim como as crianças.
      Era na classe média e média alta que as mulheres ficavam em casa, umas entre as panelas, outras entre os bordados. Foram essas famílias que "sofreram" impactos. Obviamente que os impactos, quer positivos, quer negativos, de a mulher trabalhar e ser independente se devem à mulher. Foi ela que saiu de casa, o homem já estava a trabalhar. Haviam de atribuir-se a quê? À manutenção do homem a trabalhar?
      Efectivamente ele só se focou nos pontos negativos, poderia ter referido também alguns dos efeitos positivos e não o fez. Eu acho que os positivos ultrapassam os negativos. Mas também há impactos negativos, não o podemos negar...

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    9. (E só mais um aparte. As famílias sobreviveriam, Claro que sobreviveriam. Tem a noção da quantidade de dinheiro que gastamos em bens supérfluos que não se gastava, na altura? A necessidade de haver 2 ordenados em casa tem muito mais a ver com qualidade e "luxo" que com sobrevivência, classe média, uma vez mais)

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    10. Cara Picante, fui ler outra vez e não consigo encontrar nada a favor do homem.
      Um homem que escreve isto, muito embora eu não queira acreditar que o escreveu, ou muito embora possa ter ao longo do seu texto tiradas de pura verdade, ou atenuantes, é uma pessoa doente. Os impactos que as mulheres deixam na atualidade com a saída de casa, são infinitamente melhores do que os não-impactos de uma mulher doméstica, servil, capacho, e utilitária não deixa. Para mim a afirmação que aqui deixo e que que foi escrita por ele, é uma total incapacidade de atribuir à mulher na sociedade, qualquer utilidade que não seja parir e lamber a casa. Como se os filhos destas stay home moom´s fossem mais perfeitos que os filhos das que trabalham.
      Como se tudo o que se passasse na vida de um casal se resumisse a dinheiro e a filhos.
      Deixa de lado milhões, biliões de familias. É um snob cheio de si mesmo. É um puro-sangue-filhinho-da-mamã.

      'Vendo o colapso de muitos casamentos, os jovens começam a hesitar em casar. As uniões tornam-se mais frágeis, mais efémeras, menos estáveis. Vive-se agora com uma pessoa e logo a seguir com outra. As mulheres têm hoje filhos de um companheiro e amanhã doutro – passando-se o mesmo com os homens. Os filhos sofrem com as separações dos pais, entram em instabilidade emocional – e daí ao consumo de drogas ou às tentativas de suicídio pode ir um pequeno passo.'

      É um texto sem futuro.
      Cabe aos homens adaptarem-se a esta nova realidade.
      Não tem sido fácil e isso vê-se bem aqui.

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    11. Isso também é verdade! É sim senhora.
      Mas tenho um exemplo gritante disso bem perto. A escolha de ficar em casa só com um ordenado para cuidar de filhos leva a grande frustrações e muitas privações. Só é possivel com casa própria sem renda, e por mulheres que saibam fazer roupa e outras coisas.
      Agora está sem reforma porque nunca trabalhou. Os filhos foram à sua vidinha. O marido é o dono do dinheiro. É muito triste.
      Não o queria para mim. Nem ela o queria, se soubesse o que sabe hoje.
      Depender de um homem... nunca.

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    12. Experimente deixar de fazer juízos de valor. Porque é que uma mulher que fica em casa há-de ser servil e capacho? Porque é que acompanhar os filhos não há-de ser valorizado? Porque é que uma pessoa que não trabalhe não pode ocupar o seu tempo livre em actividades estimulantes e que a fazem falar sobre mais que panelas e fraldas?.

      Eu não tenho a menor dúvida que as crianças de hoje, veem o casamento como uma coisa que acaba. Até aos meus treze anos acho que não tinha colegas com pais divorciados. Hoje em dia, a nas turmas dos meus filhos, cerca de um terço dos pais são divorciados. É óbvio que a estabilidade familiar foi afectada com a mulher que sai da casa: não só ela é financeiramente independente e, como tal, põe um ponto final com mais facilidade, como contacta com mais gente por mais tempo que com o marido, tem portanto mais oportunidades para se sentir atraída. Finalmente chega tarde a casa e cansada. A mulher era o pilar da família, sim. Agora é o casal.

      As crianças estão mais desacompanhadas, sim. Estão nas creches, em atl's, com empregadas, em centros de estudos ou em casa (sozinhas, com irmãos ou com amigos). Há mais droga sim. também há mais suicídios entre os jovens sim. Mas qual é a dúvida?

      O que se passa é que a Uva lê "ai o malandro está a dizer que a culpa de a família se ter desestruturado é da mulher emancipada, nada disto aconteceria se ficassem a coser meias em casa, que é onde devem estar". Eu leio "o tipo está a dizer que o paradoxo da sociedade mudou, devido à emancipação da mulher, e que este novo paradoxo também traz efeitos colaterais na família, nomeadamente no que de mais precioso tem a família- os filhos.

      Repito, não vejo nada de mal no que o homem escreveu. E não trocaria a minha vida pela da minha mãe, apesar dos danos colaterais (se bem que eu os consegui minimizar mas isso é outro assunto.)

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    13. Atenção. Não encarar o que eu disse como sinónimo de "em casa é que é". Eu não encararia a possibilidade de depender financeiramente de um homem. Só digo que isso tem custos. Não é só coisas boas.

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    14. As mulheres e os homens têm, desde os primórdios, papeis diferentes na sociedade. Acontece que a transição e a modificação dos papeís pela emancipação da mulher dá muito trabalho aos homens, que se vêem agora com tarefas que antes não tinham. A sua posição máscula e superior é constantemente abalada e ridicularizada. Um homem a estender roupa, e uma mulher a guiar um táxi é uma coisa mal vista pela sociedade ainda muito masculinizada. As coisas estão a mudar, mas muito lentamente. Já vemos alguns homens com capacidade para absorver e relativizar o facto de mudarem os lençois à cama e as madames ditarem leis nos conselhos de administração. E ganharem mais.
      Juízos de valor fazemos todos, é impossível fugir ao ambiente e ao 'somos o que apreendemos'. Mas, imaginando que faço tábua rasa às minhas ideias empedernidas de achar que as mulheres devem sim, sair de casa. Muito bom, tudo muito bem, vou ficar em casa a fazer coisas estimulantes para mim. Mas e o dinheiro? Quem paga a casa, as despesas, a alimentação? É o homem que me sustenta ou a minha mãe. De resto, só se for muito rica e o dinheiro não for problema, porque de contrário sou apenas dependente. Se o marido concorda e a mulher também, aceito que ela se sinta completa e realizada nas tarefas caseiras e nas tarefas que pode levar a cabo no tempo que lhe sobra depois da casa. Filhos, se os tiver, gostam muito das mães em casa mas só até aos 16. E depois vão-se e ficam iguais aos outros. Mas a mulher será mais feliz se ficar em casa? A sociedade fica mais feliz? Acabam-se os problemas colaterais? Devolvo-lhe a pergunta. Não devem ser. Caso contrário mantinham-se em casa e não estaríamos a discutir este assunto. A mulher que não se realiza através do trabalho ou de uma actividade remunerada, de utilidade para a sociedade que no fundo a sustenta indiretamente, é feliz? É feliz enquanto puder ficar em casa e alguém contribuir para o bem estar dela, para o SNS, para o IRS e para o IVA. Isto que acabo de dizer é um juízo de valor? Talvez. Pode parecer que estou para aqui a dizer que as mulheres que estão em casa não fazem nada, que fazem, e não é isso que quero dizer, mas a sociedade e o Estado Providência não consegue, infelizmente suportar esta opção para todas elas.
      Agora culpar a mulher emancipada, como ele o fez, pelos divórcios, os suicídios, o adultério e o abuso de drogas é ir muito além da realidade e da minha capacidade de compreensão.
      Chama-lhe juízos de valor, chama-lhe o que quiseres, mas para dançar o tango são precisos dois. Antes havia outro tipo de carencias. As mulheres sempre foram adulteras, sempre houve suicidios.
      As stay home momm´s vivem talvez, e estão no seu direto, para a família, mas mesmo assim, custa-me vê-las darem tanto de si para depois verem os filhos a seguir os passos dos outros todos, que é contribuir para o bem estar geral. Trabalhar em casa, atenção, trabalho unicamente doméstico, é coisa que não me passaria pela cabeça fazer por opção, não só porque é ingrato, é trabalho que nunca acaba, é altamente sub-valorizado, e além disso, se não é feito diariamente em condições e mediante certas 'regras' (é impensável uma doméstica não fazer o jantar ou as camas) a pessoa que leva o dinheiro para casa acusa-a de não cumprir com a sua parte. E a mulher acaba por ser servil e acaba por ser capacho (ter de pedir dinheiro para comprar coisas é doloroso, mesmo que seja ao bom marido), porque infelizmente Picante, o dinheiro vence tudo, até o amor.
      Eu entendo do texto dele que ele quer à força diminuir e culpabilizar em todas as vertentes as mulheres como tu e eu que tiveram de se fazer à vida.
      E se as mulheres tiveram de se fazer à vida foi talvez porque os homens não conseguiram realizá-las em casa.
      Mas, e para finalizar, ele diz umas verdades sobre os efeitos colaterais da emancipação, eu não sou tapada a esse ponto, mas fá-lo (e aí diferimos bastante) de forma muito agressiva para as mulheres, tirando a água toda do capote dos homens. Não é justo.

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    15. Minha querida,
      Concordo com tudo o que diz. Acho muito bem que as mulheres tenham saído de casa, é um facto que são mais realizadas, têm trabalhos mais interessantes e, acima de tudo, só dependem delas. Isso é de um enorme valor.
      A única coisa que digo é que isso acarretou custos. Até, porque como bem refere, a maior parte dos homens ainda não se adaptou a este novo paradigma. E os maiores custos deram-se ao nível da estabilidade familiar. Acho que é apenas isso que o homem diz, quando ele diz que a "culpa" é das mulheres eu acho que é apenas porque foi isso que mudou, não encaro a coisa como "olhem lá o que arranjaram". Parece-me que é somente neste último ponto que a nossa opinião diverge.

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  2. Sinto-me FELIZ, porque como mulher emancipada que eu sou, tenho todo o direito de dizer aquilo que penso sobre o senhor!!!!
    Vossemecê é um troglodita!!!

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    1. Todos temos direito de dizer o que pensamos. Isso é que é ser emancipado das ideias.
      Ele também é emancipado das ideias, mas neste tema espalhou-se ao comprido. Julgo eu.

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  3. Por razões que para aqui não interessam, a revista Tabu ("Sol") passa-me debaixo dos olhos todas as semanas.
    O senhor foi congelado no Estado Novo e descongelaram-no ontem. Hoje.
    Cinzento. Quadrado. Bota. De. Elástico. Elevado ao cubo.
    (já andava com vontade, mas o teu post fez-me tornar uma urgência mudar a foto do perfil)

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    1. Trocidaram o homem.
      Nunca mais aparece.

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    2. A foto fico beleza. Caracois? Eu adoro caracois.

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    3. Eu também :) principalmente no Verão.
      Reduzi um pouco. Diz que ficava muito reconhecível.
      (lá chegará o dia em que ando de óculos cor-de-rosa na rua)

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  4. Está então tudo a favor da mulher... eu também!
    ;))))

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  5. Olá João Pereira.
    Achas então que o homem veio todo cheio de boas intenções?
    Eu acho que ele foi longe demais na culpa que atribuiu às mulheres pelo colapso da família.
    Foi longe demais e disse ali umas coisas muitos feias. Talvez não se tenha explicado bem para certas cabeças. A minha ficou furiosa.
    Um abraço.

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  6. Há uma pergunta precedida de uma afirmação que o Saraiva faz. Aliás há mais mas a Picante que pelos vistos advoga a sua, dele, causa, não me respondeu.
    Ele pergunta afirmando textuallmente. A mulher não tem necessida de trabalhar fora porque tem outras opções!
    Eu pergunto: quais?
    Se uma mulher, tal como um homem perde a sua juventude, dinheiro e até, as vezes a saúde para se licenciar, acho que é para trabalhar.
    Se há outras opções para ganhar dinheiro, como afirma o Saraiva, quais?
    Só vejo uma! Prostituição!
    O que me leva por uma lógica dedução a perguntar ao senhor Saraiva. Se a mulher dele, no caso de ser casado, trabalha ou...segue a outra opção por ele preconizada?

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    1. Fez-me ir ler o artigo, novamente. Onde é que ele afirma que a mulher não tem necessidade de trabalhar, por ter outras opções?
      Ou sou muito distraída ou ele não escreveu isso. Pelo menos eu não encontro...

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    2. Talvez tenha razão. Só li na diagonal e muito sumariamente, provavelmente confundi-me com comentarios daqui outros dali, e talvez não tenha ditom isso.Fui ler e pasmei. De facto não sugere a prostituição a mulheres que trabalham e faz muito melhor. Ora veja.

      " As mulheres conversam mais tempo com alguns colegas do que com os maridos, criando relações de cumplicidade. A família relativiza-se, passa a segundo plano. Os adultérios, concretizados ou apenas idealizados, tornam-se mais frequentes."

      Hem?! Lindo! Que mais argumenta agora a Picante?
      Portanto, mulheres de Portugal que trabalham para sustentarem o lar; que muitos maridos ganham para eles e para a cervejola e para o futebol, portanto, dizia, dado que ele não faz excepções e mete-vos a todas no mesmo saco, sois todas umas... pois, essa coisa.

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    3. Ora Corvo, pelo amor da Santa. Isso é mentira, por acaso? Uma pessoa que está exposta a contactos com terceiros, que passa mais tempo com esses terceiros que com o cônjuge, está mais sujeita a apaixonar-se. Antigamente isso acontecia só aos homens, agora acontece aos homens e às mulheres. E há mais divórcios, não o pode negar.
      Não seja puritano, as mulheres não são nenhumas santas, da mesma maneira que os homens não são anjos. Somos todos humanos e, como tal, susceptíveis de ceder a tentações. Até porque o fruto proibido é mais apetecido.
      Inferir que o homem está a chamar meretrizes às mulheres, só porque diz uma verdade incómoda (e que eu constatei no meu trabalho, já agora) não me parece correcto. Ele limita-se a dizer que há mais tentações. E há.

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    4. Susceptível de acontecer diz a Picante, e diz muito bem. É sim senhor, ésusceptível, mas não a norma.
      Agora repare bem no que o Saraiva diz. Afirma que é a regra!
      E ademais a probabilidade de ocorrência serve os dois géneros. Ou não é?
      Mas ele diz que a causa da infedilidade feminina no casamento conducente aos divórcios que agora ocorrem, é culpa do trabalho da mulher fora do lar.
      Mas se a Picante defende a causa dele, diga-me por favor, por que estudou e agora trabalha fora da sua casa.
      Se, porventura for ou estiver solteira, quando casar, ou tiver uma relação a Picante vai abdicar do seu trabalho, fica em casa a engomar-lhe as cuecas e a preparar-lhe as refeições?
      Ora Picante. As mulheres não são umas santinhas nem os homens são uns anjos, mas por que só atribuír as responsabilidades às mulheres que trabalham?
      Segundo ele, como o extracto do seu discurso explicita, a mulher que trabalhe é uma leviana infiel e só é virtuosa a que fica na sua casinha a aspirar, lavar, cozinhar, assoar a ganapada e também não vem mal ao mundo por lavar dois pratinhos, arrumar, depositar o lixo, despejar o cinzeiro e abrir as pernas e ou ajoelhar aos desejos do homem que vem ali estafadinho de trabalho.
      Isto porque o homem é homem, que diabo. Ele é o sustento.
      Nem no tempo da minha mãe que lhe dava um grito e ele já nem sabia onde se meter.

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    5. Acharnamento? Ó diabo. Não encontrei essa palavra...
      Só a Agustina Bessa Luis é que me vai dando palavras novas a conhecer, e agora tu também?
      É coisa rara.
      É arrebatamento?
      Parece-me analogismo. Conta-me tudo.

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    6. Eheh...
      Uva-Passa. A Joana D'Arc da Blogosfera!

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    7. Como assim?
      Não me metas alcunhas. Já me chega ser a Uva Passa.

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    8. Calma lá que eu não defendo o homem. Só não lhe atribuo é a intenção de insultar. Fiquei com a ideia de que estava a fazer uma análise simplicista, do género:
      1- a sociedade mudou
      2- o que mudou foi a mulher ter saído de casa
      3- Depois de a mulher ter saída de casa, passaram a verificar-se mais divórcios

      Então, se 1 e 2 se verificam, tudo o resto se mantém constante, 2 causa 3. É pura matemática, se bem que simplicista. Vocês estão a ler apenas 2 causa 3; eu li 2 contribui, em parte, para 3 (e é verdade). Parece-me que é só isso.

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    9. Há malta que gosta de ligar o complicómetro ;)
      É da idade.
      Mas olha que eu não vejo ali nenhuma inocência e nem simplicidade, vejo azedume e maxismo.
      Andou ali com paninhos quentes e depois catrapum!, deu-nos uma grande martelada travestida de condescendência, tipo: pronto, pronto, vocês fod*** isto tudo mas está cá o papá para vos ensinar...
      Ele que se lixe.
      Siga a marinha.

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    10. Ó Uva. Eu acho que andas na profissão errada.
      Não consegues arrepiar caminho e formares-te em advogada? Isso e que era! Rebentavas com a escala do Direito em Portugal e não perdias um caso.
      Depois contrastas-me para estratega dos casos mais complicados e contigo na vanguarda da peleja e comigo na retaguarda a definir a estratégia, disparas mais rapidamente quem nem o Tal(da)Isca a metê-las lá para dentro.

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    11. Não me fales em Rule of Law.
      Advogadas e advogados, comem todos comigo à mesa há anos sem fim.
      Por acaso o golo foi lindo.
      A minha Odalisca é grande!!!

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    12. É verdade. Foi mesmo lindo!
      Ao menos esse não joga à maneira do porco-espinho fazer amor.

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  7. Fazia na mesma. Tinha de gastar essa massa toda em algum lugar.
    Eu julgo, logo blogo.
    As mulheres emancipadas não são libertinas, são livres. Não confundir e não colocar tudo no mesmo saco. É injusto.

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  8. Disse sim senhora.
    Eu acho que não confundem, sabem bem uma coisa e outra.
    As mulheres não são assim tão ingénuas.

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  9. Não li este artigo - li dois ou três escritos por ele que penso, pelo que está escrito aqui, seriam parecidos, e deixei de o ler, passo à frente...

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    1. Sim, deixá-lo pastar nas planícies do maxismo, e das donas de casa lá da aldeia que amassam o panito para as amigas dele escreverem livros saudosistas...
      Não há pachorra.

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