Um leitor que siga a Uva, mesmo que pouco atento (ou com falta de tempo), já deve ter percebido que por aqui se escreve de acordo com o novo OA [Acordo Ortográfico].
A Uva Passa, embora com algumas reservas, sobretudo no que concerne à distância percorrida pelos mentores do acordo, por terem ido, de facto, longe demais, é na generalidade, a favor da transformação da língua ao longo dos anos.
Para a Uva Passa a língua é viva, e como tal, muta.
A Uva Passa, embora com algumas reservas, sobretudo no que concerne à distância percorrida pelos mentores do acordo, por terem ido, de facto, longe demais, é na generalidade, a favor da transformação da língua ao longo dos anos.
Para a Uva Passa a língua é viva, e como tal, muta.
O tema é aviltante, inflama grandes e pequenos pensadores, protagoniza combates e debates de homens das letras contra as letras, de escritores contra editoras, de escolas contra professores e de portugueses contra portuguesas.
Alguns dos que contrariam o novo AO, parecem estar imbuídos de um certo espírito chauvinista, que protege até à última gota de sangue a pátria-mãe, a língua-mãe, como o glóbulo branco que ataca a célula cancerígena, mesmo sabendo que ambos, a língua e o cancro, estão já impregnados e encapsulados na doença a que chamamos globalização. A metástase é imparável, e a cada dia novas células (palavras) nascem e morrem.
E eu respeito (e compreendo) que os portugueses não queiram ver a sua língua vendida aos bocados, como fizeram com a PT.
Mas somos todos vítimas do progresso que tanto desejamos, e a língua, muito embora não o queiramos aceitar, torna-se o travão que por falhas de comunicação, e má tradução, impede o natural avanço da aldeia global, e junta-se, sob uma chuva de vozes contra, a outras línguas além mar, com a pretensão de que um único documento, numa grafia única, represente todos os países da CPLP internacionalmente.
É uma verdadeira era dos descobrimentos das letras, que por mares nunca navegados, vai à conquista de outros mundos.
Também naquele tempo, muitas vozes se acharam contra a partida da Armada, mas ela lá zarpou, invencível.
Assim foi com a monarquia, assim será com os partidos. O mundo polula e avança.
A atitude tão portuguesa que está impregnada no ditado popular 'se não os podes vencer, junta-te a eles'' pode e deve ser substituída sempre que assim se determine a vontade de todos, ou de alguns, no seu contrário:´se não te podes juntar-te a eles, vence-os', mas, e no que concerne ao tema do Acordo Ortográfico, se a primeira é apenas um encolher de ombros, tão nobre quanto o povo português, já a segunda traduz-se numa forma combativa e corajosa de vencer o adversário, mas, e quanto a mim, parece que acordaram tarde para a vida, os que decidiram trilhar o caminho da guerra.
E eu respeito (e compreendo) que os portugueses não queiram ver a sua língua vendida aos bocados, como fizeram com a PT.
Mas somos todos vítimas do progresso que tanto desejamos, e a língua, muito embora não o queiramos aceitar, torna-se o travão que por falhas de comunicação, e má tradução, impede o natural avanço da aldeia global, e junta-se, sob uma chuva de vozes contra, a outras línguas além mar, com a pretensão de que um único documento, numa grafia única, represente todos os países da CPLP internacionalmente.
É uma verdadeira era dos descobrimentos das letras, que por mares nunca navegados, vai à conquista de outros mundos.
Também naquele tempo, muitas vozes se acharam contra a partida da Armada, mas ela lá zarpou, invencível.
Assim foi com a monarquia, assim será com os partidos. O mundo polula e avança.
A atitude tão portuguesa que está impregnada no ditado popular 'se não os podes vencer, junta-te a eles'' pode e deve ser substituída sempre que assim se determine a vontade de todos, ou de alguns, no seu contrário:´se não te podes juntar-te a eles, vence-os', mas, e no que concerne ao tema do Acordo Ortográfico, se a primeira é apenas um encolher de ombros, tão nobre quanto o povo português, já a segunda traduz-se numa forma combativa e corajosa de vencer o adversário, mas, e quanto a mim, parece que acordaram tarde para a vida, os que decidiram trilhar o caminho da guerra.
O que me parece é que adormeceram sobre o (não tão novo) ditado 'somos todos do contra, mas cá andamos todos juntos a mandar umas bocas' e que, tal como um passarinho frito, tarde piaram.
E digo isto porque fui acordada por uma Ação Popular - coisa muito popular por sinal, já que pupula por tudo o que é decisão que amofine o povo, sobretudo o povo que lava no rio da advocacia lisboeta e não só, que no Douro também se lavam algumas peúgas - e que lhes / nos permite, ao 'povo', intentar contra decisões políticas que lhes / nos fazem chegar o desacordo ao nariz.
'Se a acção popular vier a obter uma decisão favorável do tribunal, a
aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 nos vários escalões do ensino
público, do 1.º ao 12.º ano, será considerada ilegal', vaticina o Publico.
Isto faz-me lembrar aqueles duzentos detetives ou lá o que era aquilo, que entraram de rompante na sede do BES para subtraírem provas e indícios três meses (três meses, caramba) depois de estoirar a bomba?!, e se enchem agora de razões e ações, depois de (conto eu) três anos da coisa se ter dado em definitivo, ou seja, de ter sido aprovada a alteração agora contestada.
A pergunta que se impõe: porquê só agora, depois de tudo estar dito e feito? Na altura não havia possibilidade de uma ação popular como esta que nasce agora? Fizeram uma reclamação ao Provedor. Não poderiam ter feita uma ação?
A pergunta que se impõe: porquê só agora, depois de tudo estar dito e feito? Na altura não havia possibilidade de uma ação popular como esta que nasce agora? Fizeram uma reclamação ao Provedor. Não poderiam ter feita uma ação?
É que eu bem vejo a dificuldade que tiveram os mais velhos, e mesmo a malta da minha idade, em adotar toda uma panóplia de novas regras de escrita e de gramática, e fico a pensar com os meus botões, que lógica terá de se alterar tudo outra vez, três anos depois, já para não falar no dinheiro que tudo isso implicará.
Pois como tudo o resto, vence a impunidade com que se faz e refaz quase tudo em Portugal, sem olhar a consequências, a estragos, a trabalhos dobrados, a chatisses ou aborrecimentos.
Justiça, pois bem!
Acabe-se com o novo Acordo Ortográfico, com o Contrato Coletivo de Trabalho, com as Indemnizações, com o Abono de Família, com os Subsídios de Natal, com a produção agrícola, com a produção industrial... depois logo se vê, quem for o último a sair que feche a porta.
Dê-se a decisão a um punhado de juízes, arbitrais ou constitucionais, que comandam o povo com as suas leis tão velhas como a língua, ou quem sabe, tão velhas como eles, que a última que deram, e não fosse a natureza viva da língua, ainda se escrevia com ph.
Portugal é um país o nde à noite qua do te deitas estás de acordocom a lei de manhã ao levantar a lei mudou.
ResponderEliminarEsse cordo nunc devia ter sido acordado. Deixavam-no dormir
Kis:=)
Mas agora que já estava a dormir outra vez, toca de lhe mandar com um balde de água fria nas ventas.
EliminarOra bolas. Logo agora que eu finalmente arranjara uma explicação para os meus constantes percalços ortográficos...
ResponderEliminar(até instalei o Lince, poças)
Tenho advogado, por assim dizer, para um auditório constituíd por mim próprio, a libertação destas peias do formalismo. Que se escreva como se quiser em cada ocasião.
Aliás, porque não seguir aquela evolução orgânica do software: Língua Portuguesa, versão 2014.beta.12.512.? Até poderíamos ter a versão estável e a versão de desenvolvimento.
Nasce torto, morre torto. Se publicasse dicionários ficaria felicíssimo sempre que um grupinho de "especialistas" e "políticos" decidisse aplicar um acordo com meios critérios, e vinte anos de idade. Atingiu finalmente a maturidade.
Neste paísito o que me vale é a aguardente velha, a erva e o peiote, porque não aprecio muito Fado. Portanto, "se me perguntam...", quanto mais confusão melhor, ou como é usual dizer: "é deixar arder". É a natureza da Comédia.
Aqui em Portugal o bota-abaixo é o partido com mais eleitores. O lince está sob fogo, cuidado!! Comedia é se esta ação ganhar, isso é que era uma comédia...
EliminarTanto palavreado, a mesma lengalenga de sempre sobre o chauvinismo dos anti-AO (é curioso que, dos partidos com assento parlamentar, apenas o PCP se absteve (os outros votaram todos a favor) e dos poucos deputados que votaram contra, um deles foi Manuel Alegre) e nem uma linha sobre o que de facto importa: o próprio texto do acordo. Já leu uma linha sequer? É que a "evolução" preconizada nesse documento é uma involução. Leia. E veja lá que ingleses, franceses e alemãos ainda usam o "ph", que atrasadinhos que são.
ResponderEliminarJá agora, é "pulula" e não "polula".
Olá caro RH. Não resulta claro do meu texto se sou a favor ou contra. Sou a favor da evolução da língua, e a desfavor do desaparecimento do acordo 3 anos depois da sua aprovação. Utilizo porque nunca pensei que pudesse ser revogado pouco tempo depois e porque é um exercício interessante para mim, pessoalmente, por no tempo que por aqui ando na terra, ver mudar (evoluir ou involuir) aquilo que mais gosto. As letras e a língua. Vou ler agora com mais atenção, como sugere, e se daí resultar opinião diferente sob os pontos que toquei no texto, volto ao tema. Muito grata pela correção ao erro que já corrigi e também pela visita.
Eliminar"Um leitor que siga a Uva, mesmo que pouco atento (ou com falta de tempo), já deve ter percebido que por aqui se escreve de acordo com o novo OA [Acordo Ortográfico]. " ...
ResponderEliminarahahahahahahahahahahahahahahah!
Devia ser:
"Um leitor que siga a Uva, mesmo que pouco atento (ou com falta de tempo), já deve ter percebido que por aqui se escreve" EM DESACORDO COM A ORTOGRAFIA.
Seria isto que queria escrever? É que isso sim, qualquer pessoa que costume cá vir nota em pouco tempo.
ahahahahahahahahah
Ahahahahahahahahah!!!!! Credo. E não me dizia nada? E logo a Uva, que se farta de treinar.
EliminarSim, sim, li há uns anitos e reli no ano passado, diverti-me imenso, e voltei a colocar no caixote do lixo sentindo uma imensa felicidade, louvados correctores ortográficos.
ResponderEliminar... as minhas desculpas, um reparo a um reparo (esta delícia) ,
EliminarJá agora, é "alemãos" (?!!!!!! :DDDDD)
Autch!
EliminarO Acordo não veio consagrar uma evolução da língua, mas tentar uma uniformização que também não será querida pelos outros países abrangidos, como o Brasil. Não aderi, mas aceito tudo :)
ResponderEliminar