Que muito provavelmente eu não conseguiria viver, ou ver de perto.
O limite da condição humana, tantas vezes extrapolado, e captado pelas objetivas daqueles que o querem tornar visível a todos os olhos, fazem-me regurgitar, assim mesmo, com bruscos e violentos movimentos psicológicos, quase físicos, daqueles que retesam os músculos, arrepiam a pele, e me fazem soltar o medo e a raiva, o espanto e a pena, unidos dentro de lágrimas que se despedaçam depois em bocados, como o coração.
As imagens que hoje vos deixo, fortes como tempestades, letais como facas de finas lâminas que nos cortam a esperança, são verdades, são reais, somos nós.
Algures no mundo, vivem seres humanos cuja condição não é humana.Mas é talvez a consciência desta não-condição, que nos torna solidários, e capazes de revirar a vida, pelos outros.
Notas:
Contém imagens fortes, como a vida.
Crianças não devem ver. Vamos deixá-las sonhar mais um pouco.
Obrigada Mirone.
Pessoas procurando comida em La Chureca
Pequena rapariga Guarani orfã, agarra com força uma ratazana morta, sua única amiga no deserto que se tornou a sua aldeia.
Refeição de uma família Siberiana.
Rapaz ruandês mostra as cicatrizes depois da tentativa de fuga de um campo onde quase perdeu a vida.
Um velho mineiro fuma um cigarro depois do seu turno na mina Outskirts em Changzhi.
Omayra ficou presa por debaixo dos destroços da sua casa. Morreu horas depois da fotografia ter sido tirada.
Uma menina-soldado da brigada da Al-Qaeda segura uma arma - Islamic Jihad, Gaza City
Somayeh Mehri (29) e a filha Rana Afghanipour (3) abraçando-se depois de um ataque com ácido.
Hora do chá em Yamal, Russia, com 34 graus negativos.
Um fotógrafo Afegão aguarda os clientes.
E por que é que julgas que Minha Alma não se dá por resignada?
ResponderEliminarE por que é minha "conversa" avinagrada?
Queriam-a doce...
Antes fosse!
A tua alma avinagarda já está ali na lateral da Uva para ver que temperos dás tu à tua salada.
Eliminarfoda-se, que murro no estômago...
ResponderEliminar{desculpa o palavrão}
Fortíssimas! Bem sei. E escolhi com senso. Eram 74. Quase todas nestes termos.
EliminarMas dizes bem: isto - também - é a vida e vou fazer questão que a mc as veja.
EliminarA realidade tem que ser mostrada e vista e ela não é tão pequenina como a tua: já tem 14 anos.
Ai Uva, o que me custa ver isto...
ResponderEliminarE uma pessoa ainda se queixa da vida...
Custa sim Maria. As crianças é o que custa mais, sobretudo as vítimas de violência selvática e permanente.
EliminarFazem parecer o je suis charlie um lamento de pequena burguesia.
ResponderEliminarAbraço, cara U.
Há música que dão vontade de dançar. E fotos que dão vontade de gritar nas escadas dos parlamentos do "mundo ocidental".
Não diria melhor caro Quiescente.
EliminarPois Uva, é por saber que isto existe, que me dá vontade de dar dois chapadões na minha própria cara, quando começo com alguma tentação de me queixar de alguma coisa da minha vida, nunca fugi de imagens destas, por isso tenho bem a noção da vida privilegiada que tenho. O que me acontece, sempre que vejo situações como esta, é uma vontade de levar esta gente toda para casa, como não é possível, conforta-me um bocadinho saber que, pelo menos, já tenho podido ajudar algumas pessoas.
ResponderEliminarIsto é o que existe em maior quantidade. Somos um nadinha de mundo que tem regalias que aos olhos desta gente são impossíveis de alcançar.
EliminarE são mesmo.
o mundo, quando não tinha máquinas que mostrassem a miséria, já era muito azedo para grande parte dos que por cá andavam. Depois pensámos que isto das revoluções poderia resolver. Afinal, e nós já sabíamos, ficou muito por fazer. A prova está aqui. E nas outras 64, que ficaram por mostrar. Bom dia, Uva.
ResponderEliminarBom dia Mia.
EliminarAs outras 64 são terríveis. Não tive coragem.
Olá uva! Sou nova aqui, descobri o blog hoje )
ResponderEliminarPercebo q não tenha mostrado as fotos todas, mas não poderia divulgar o link da galeria com todas as fotos? (ai só veria quem quer)
=) bjinho.
Olá. A foto da Somayeh Mehri e a filha Rana Afghanipour é de ficar sem palavras. Aquele laço entre mãe e filha parece sobrepor-se a toda a brutalidade que os rostos documentam. Quem quiser pode dar uma ajuda em dinheiro no seguinte link https://www.gofundme.com/q3dc2g . A Somaye já faleceu mas a filha Rana precisa de toda a ajuda.
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