13 de janeiro de 2015

O lagarto da Carolina afinal pintou a manta

Pois é.
Parece que afinal a Carolina não tem uma saia nova, pintada de fresco, a condizer com a nova vida.
Parece que a Carolina, que foi sujeita a uma exposição surreal, tudo em nome da solidariedade, digo, caridade, pois que assim é que foi, sem acompanhamento técnico ou psicológico que lhe bastasse, sem nada  de concreto (a não ser os sonhos de alguém que acha que pode realizar sonhos), sem comprometimento do Estado-Providência, real e efetivo, está outra vez de olhos postos no futuro, que não vislumbra, sentada em cima dos escombros que lhe deixaram.
Pois é.
É que ninguém sabe, mas o Estado-Providência (feito de pessoas de carne e osso) também lava as mãos como Pilatos.
É que ninguém sabe, mas o  Estado-Providência, quando se faz grande alarido em volta de um problema social, e em notando que há terceiros a ajudar, mormente muitos, desses escondidos atrás dos ecrãs munidos de NIBs e IBANs, com camas, e quartos, e empregos, e cabeleireiros, e consultas grátis de psicologia, e tudo o que ele (Estado falido) não pode dar, agarra na malinha da intervenção social, cheia de políticas e respostas sociais e vai-se embora, demite-se.
E abandona, porque tem milhentas causas para acudir que ninguém vê, e que não se embandeiram nas redes sociais.
Sim porque o Estado-Providência tem falhas.
É que o Estado somos todos nós.
E é por isso que a caridade mata mais que a pobreza.
Veem como é fácil esquecer?
Veem como é fácil derrubar pela base um enorme castelo de possibilidades, baseado em vagas promessas electrónicas?
E agora?
Sujeita-se outra vez a Carolina à vaga da blogo-caridade?
Conteis que é dando dinheiro ao pobre que o salvam da pobreza?

Eu entendo (e traz-me alegria ao coração saber que há) a vontade nas pessoas em ajudar, em fazer por, em minimizar danos, auxiliar, ser solidário, mas é muito perigoso tentar substituir-se sempre ou continuamente às Instituições, sobretudo se estas se imiscuíram inicialmente do processo, e se a fórmula utilizada por quem ajuda é a que está mais à mão, isto é, a de emergência social (que ninguém condena porque as pessoas agem emocionalmente, mas que é 'condenável'), sem continuidade e sem capacidade para lidar com problemas tão complexos como o da Carolina e da sua família.
Na situação frágil em que se encontra a família, muito facilmente desagua numa situação de dependência para com aqueles que conheceu como sendo a única ajuda, deixando a médio prazo de conseguir resolver os seus próprios problemas, e até de saber onde pode procurar ajuda competente.
Procurará sempre ajuda no local errado, e a história tende a repetir-se e a piorar.

Há uma permissa muito velhinha que se diz na minha área: não se pode dar o peixe para sempre, mas quem aprende a pescar, nunca se esquece de como é, mesmo que tenha de pedir a cana a alguém.

Espero muito sinceramente que desta vez a Carolina encontre um rumo para a sua vida.
O cidadão comum não está preparado para lhe dar esse rumo.
Há que ser racional e encaminhar (quem de direito) a situação para as instâncias competentes.

41 comentários:

  1. Respostas
    1. Na altura enviei um mail neste sentido. Obtive um "as histericazinhas do costume escusam de se preocupar", ou qualquer coisa que o valha.

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    2. Nervozinhas, penso que foi nervozinhas, não me recordo bem.

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    3. As pessoas têm boas intenções (que já se sabe onde estão aos magotes) e numa certa altura, e desconhecedoras da dimensão social e pessoal dos problemas dos outros (e este era e é seríssimo), armam-se em igrejas com pernas, deuses, e depois, quando a coisa corre mal, ai ai ai, que faço eu agora.
      Acham que com um frigorífico se resolve um problema de uma família inteira, quando na verdade só resolve a culpa alheia que sentem.
      As instituições é que devem resolver estas questões.
      A caridade só piora.

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    4. Tende a piorar quando se julgam conhecedoras e rejeitam o reparo de que a exposição para caridade pontual não resolve os problemas de fundo.

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    5. Pois mas agora vê-se bem quem está 'nervoso'.

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    6. Ai não resolve não. Há inclusive problemas que nunca se resolvem, mesmo com as instãncias todas a funcionar.

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  2. Tenho muita pena, achei que a Carolina já estava a salvo.

    Maggie

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    1. Como assim Maggie? Ninguém a salvou. Deram-lhe uns peixes.
      E depois como não houve intervenção social, a caridade acabou e a fome (que é negra) voltou.

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    2. Tens toda a razão. Na tentativa de se tentar ajudar, esta família acabou por ficar quase na mesma …
      Percebo-te e concordo contigo, nunca me esqueço que das primeiras coisas que explicam na licenciatura de Serviço Social é que não devemos dar € a quem precisa, devemos dar os instrumentos para que o possam ganhar por si. E agora?

      Maggie

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    3. Tens a mesma licenciatura que eu. Sabes bem do que falo.

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    4. Como soubeste da situação da Carolina? E agora faz-se o quÊ? apela-se a quem de direito e aguarda-se?

      Maggie

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    5. Pelo blog da Leididi (Blog do Desassossego) que deixei lá em cima no texto.

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    6. Aprenderam na licenciatura? Pois foi, de certeza =)

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  3. Indo direito ao que interessa
    As IPSS estão perdendo as canas de pesca
    e à porta do Estado Providência
    ouve-se repetidamente "tenha paciência"

    (a Carolina tem tantos nomes...)

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  4. Sabes que eu pensei, na minha grande ingenuidade (ou no meu desleixo social), que uma das soluções encontradas seria arranjar trabalho para os pais da Carolina. E isso, sim, teria sido ensiná-los a pescar, e não dar-lhes peixe. Alguma coisa falhou nessas intenções. Redondamente.

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  5. Ora vamos lá ver se consigo alinhar ideias {a esta hora é difícil: com as horas de trabalho que levo no lombo}:

    1) aquilo a que chamas caridade, eu chamo amor ao próximo, talvez pela formação religiosa e moral que tenho;

    2) não sou a favor de um estado paternalista: acho que que a sociedade civil tem/deve organizar-se e dar respostas ao que, o tal estado social não consegue;

    3) o Estado {que somos todos nós} faliu há muito e parece que ainda ninguém reparou, não consegue apagar todos os fogos: não tem meios econonómicos, nem humanos para o fazer;

    4) concordo que se deve ensinar a pescar e quem sabe até dar a primeira cana, mas caso não tenhas percebido, os pais - neste momento! - nem conseguem aprender a arte;

    5) devemos - todos - tentar ajudar. não acredito que o estado se tenha demitido e aliás, pelo que percebi estão numa casa camarária, o estado não teve capacidade para dar mais;

    6) sou totalmente a favor da intervenção da sociedade civil, não com dinheiro, mas com gestos: o frigorífico que estou em crer usaste como uma metáfora é a cana, eu sei. mas como é que ensinas a pescar pessoas que estão sem disponibilidade emocional para aprender uma arte, neste momento?

    7) o Estado não consegue responder. e nós fazemos o quê? viramos a cara e assobiamos para o lado?

    8) os recursos individuais e aqui, falo por mim, serão limitados, mas quando juntamos o esforço de centenas de pessoas não serão muito maiores e capaz de dar resposta? eu acredito que sim, e vejo todos os dias que sim;

    9) falo com conhecimento de causa: podemos não resolver a totalidade do problema, mas se resolvermos uma parte já é alguma coisa. infelizmente, não foi o caso da Carolina. eu - infelizmente - pouco poderei fazer em relação ao caso desta menina, mas já fiz por muitos outros {talvez menos complexos};

    10) aos 41 anos sei que não posso mudar o mundo, mas posso mudar parte dele, disso tenho certeza;

    11) as redes sociais já ajudaram em muita coisa: lembro-me - agora - do caso do Rodrigo. infelizmente não foi a tempo, mas porra, tentámos e pelo que sei o dinheiro foi encaminhado para ajudar outras crianças;

    12) a mim - como a ti, tenho certeza - esta merda incomoda-me, não me passa ao lado. se fosse com a minha filha quereria toda e qualquer ajuda viesse ela de onde viesse. quereria que me ensinassem a pescar é verdade, mas se por uns tempos me dessem o peixe para me reorganizar agradeceria;

    13) este caso é infeliz porque não deu resultado, pelo menos por agora. mas eu otimista como sou acredito que terá. não podemos é querer tudo no imediato, a vida não é um like no facebook: a vida tem outra velocidade;

    14) a carolina não tem só uma saia: tem 7. não vamos é abandoná-la por só termos tentado pintar a de cima e "as outras 6"?;

    15) Uva:

    concordo com muito do que aqui escreves, mas eu, como peça, dessa engrenagem a que chamam Estado, não me demito. poderei não poder fazer muito, mas farei tudo o que estiver ao meu alcance para chegar à saia debaixo. faço-o no meu dia-a-dia e não deixarei de fazer por esta. e por todas com as quais me cruzo todos os dias. nós podemos e devemos fazer a diferença.

    Um abraço enorme, és corajosa miúda e a admiro-te:-)

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  6. Totalmente de acordo Uva. Já na altura me insurgi contra a maneira como estavam a fazer as coisas. A exposição, o dar em vez de ensinar e ajudar a obter. É que parecendo que não quem ontem deu depressa esquece e depois? Cria-se um ciclo de caridade sem que nada seja feito para resolver as bases do problema.

    Só um aparte em relação ao comentário acima:
    O caso do Rodrigo e este tipo de casos, são diferentes, muito diferentes. Uma coisa é a exposição "mediática" de um caso como o do Rodrigo em que é preciso alertar e consciencializar as massas para a importância da doação de medula óssea, outra completamente diferente é a exposição de um caso grave como o da Carolina, que precisaria de tudo menos de ser exposta, falada e reconhecida.

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    1. Mais não seja porque a exposição de casos como o do menino que precisava de um transplante promove o alargamento do número de potenciais beneficiários, através da inscrição de novos dadores de medula.
      No outro caso tratava-se, como se veio a constatar, de auxílio pontual.

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  7. Lady_m:

    O caso do Rodrigo é diferente, sim. Muito diferente em tudo. A Carolina tenho esperança que ainda possamos salvar. A Carolina não foi exposta, chegou a vê-la? Eu não. O Rodrigo tinha um rosto, o da Carolina não vi e para ser sincera não tenho interesse em ver {por razões mais do que óbvias}. É importante sim que se sensiblize a sociedade para a importância da doação da medula óssea, concordo; mas TAMBÉM é importante que a sociedade veja como a justiça funciona neste país; é preciso que nos indignemos, é importante que façamos alguma coisa. Mas porque carga de água a doação da medula óssea é mais importante do que o mau funcionamento de uma das pedras basilares da democracia? Não consigo ver o porquê. Na minha opinião são as duas de suma importância e nas duas, nós - sociedade civil - devemos intervir. Falei do caso Rodrigo como poderia ter falado da ajuda que pedi uma vez no meu blogue para uma rapariga chamada Teresa, como poderia ter falado da Nónó e de outras dezenas de casos.
    O Rodrigo além da medula precisava de fazer uma viagem para fora e ajudamos a que a mãe pudesse ir; infelizmente não conseguiu ir, mas noutras condições tê-lo-ia conseguido porque já tinha o dinheiro para a fazer. Era o estado que ia dá-lo? Não era. A ela assistia-lhe o direito de ter essa opção: a de ir. Foi só isso que fizemos. O Rodrigo não foi, porque entretanto piorou, mas pelo que soube na altura o dinheiro angariado naquela venda reverteu a favor de crianças com o mesmo problema que o Rodrigo. O Rodrigo alertou consciências? Alertou. Mas, a Carolina também. Penso naquela menina e penso que poderia ser minha filha: têm a mesma idade e penso no seu futuro. Fico arrepiada.

    Uva:

    Ao fim de 6/7 anos a blogar já não vou dar nome à tasca :-)

    Beijo

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    1. Porque a Carolina não precisa de ajuda pontual, não precisa de dinheiro para sobreviver hoje. A Carolina, e a sua família, precisam de apoio continuado e especializado, precisam de ferramentas para se erguerem, precisam de apoio psicológico continuado.

      A verdade é que para uma miúda fragilizada como a Carolina não lhe fará nada bem ser o epicentro de uma onda de solidariedade massiva hoje (com roupa nova, mobília nova, corte de cabelo e etc) e esquecida amanhã. E não é preciso ser psicólogo para perceber isto.

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    2. Mas a Carolina ainda é o epicentro, Lady_m. Ela ainda é e vai continuar a ser, aliás por isso é que estamos aqui hoje a falar dela, não concorda? Ela não foi esquecida, a verdade é esta: ela não o foi, por isso é que - infelizmente - continuamos a falar dela.
      Não, não sou psicóloga e entendo o que a Lady_m quer dizer, claro que entendo. Não são os bens materiais que vão resolver o problema, concordo em absoluto consigo, mas temos que começar por algum lado. E o "lado" que se encontrou foi esse; pode ter sido um erro, mas se não se tentasse, não se saberia e agora pode fazer-se de outra forma. Só não erra quem nada faz. Vamos lá ver como podemos corrigir o que foi feito "menos bem", com boa intenção é certo, mas que não deu os frutos desejados. É para corrigir? Então vamos a isso.

      Ainda agora vim de uma Associação na qual sou voluntária: "Vida Norte" {que nasceu de um movimento da sociedade civil} e em conversa com uma das técnicas, dizia-me ela que tem imensos pedidos de organismos do Estado para os ajudarem a resolver a situações. O Estado não tem capacidade para chegar a tudo, não tem e mais do que isso: acho que aqui o que falhou redondamente foi a Justiça.

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    3. A Carolina deixou de ser o epicentro assim que se deixou de falar nela. Basta ler os comentários do post da Leididi para perceber isso, até uma das bloggers que iniciou esta onde de solidariedade desconhecia o estado das coisas. A verdade é que ao tentarmos substituir as instituições que deveriam estar a ajudar estamos a fazer tudo mal, primeiro porque estamos a ajudar que as ditas lavem dai as suas mãos, e segundo porque como seres individuais não temos a capacidade para dar seguimento continuo áquilo que esta família precisa. Não digo que não se ajude, nada disso, mas há formas e formas de ajudar. No entanto há coisas ali que me deixam assim um bocadinho de pé atrás e não querendo levantar falsos testemunhos nem acusar ninguém, o que é facto é que não consigo entender o seguinte:
      Uma já alguém referiu aqui nos cometários, que é o facto de nenhum dos pais estar ainda a trabalhar porque o mais novo ainda não entrou no infantário, se assim for, e for esta a única razão, então que me desculpem mas não faz sentido, em absoluto.
      Outra é o facto de estar um e-mail escrito para uma Câmara municipal e ainda não ter sido enviado porque tem que se a mãe a enviar e esta ainda não teve tempo, as coisas são difíceis está certo, mas se a urgência é tanta e há tempo para enviar e-mails de boas festas não há tempo para reencaminhar um e-mail já escrito para uma autarquia?
      E por último, a mobília, a mobília que não chegou porque é feita por medida e estão á espera da casa nova, qual casa? e para quando? ninguém sabe, e uma mobília que caiba nesta casa com certeza caberia numa outra também.

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    4. E na casa antiga, não havia mobília?

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  8. Aplausos. Não duvido que a intenção da Leididi tenha sido a melhor. Não duvido mesmo. Mas as pessoas têm de ter a consciência de que há ajudas que podem dar, o tal pegar e largar, e há ajudas que têm de ser dadas por entidades concretas, habilitadas a resolver este tipo de problemas.
    Uma coisa será "mexer cordelinhos" e meter uma espécie de cunha, pressionar a assistência social a dar celeridade ao caso. Outra, completamente diferente é as pessoas querem substituir-se a quem sabe e está habilitado a ajudar em condições. Por vezes, a maior solidariedade é afastarmo-nos da ribalta. Mas isto de nos chamarmos caridade tem muito que se lhe diga.

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  9. Eu agora vou ser muito mázinha se calhar, mas no post diz que os pais não podem trabalhar porque o miúdo ainda não tem vaga no infantário mas se calhar bastava um progenitor em casa não os dois, não? è óbvio que o caso é diferente se realmente não consegue arranjar trabalho. Penso que estas coisas de ajudar é tudo muito bonito, mas lá está o velho ditado, não lhe dês o peixe, ensina-o a pescar. No imediato tem de se ajudar de uma maneira célere, mas tem de haver coisas mais sólidas por trás. Lembro-me de à uns anos atrás uma familia que veio à televisão poque passava dificuldades, foi a enchente de bens doados, tanto que alguns acabaram por se estragar, e o resto do ano como vai ser, e o resto da vida? As pessoas não precisam de ajuda só um ou dois meses, tem de haver outro acompanhamento constante. Eu sinceramente nunca achei que era o facto de mudar de casa que iria resolver as coisas. Lamento muito pela Carolina e pela sua familia.

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  10. este post é injusto. A verdade é que a família da carolina se deixou estar e não fez muitas coisas que era suposto terem feito. Era suposto terem enviado cartas que eu redigi e não enviaram, era suposto terem ligado para os contactos de trabalho que a Pólo Norte arranjou e que estavam garantidos, e não ligaram nem enviaram CV. Não sei as razões, não vou andar atrás de adultos a pedir explicações. Só não quero que a carolina sofra mais. Ninguém fez nada pela ribalta. Fizemos para pressionar as entidades que deveriam dar resposta a determinadas coisas e que não deram. e tentar fazer aquilo que a familia da carolina deveria fazer mas não consegue por falta de informação, desorganização, sei lá eu. dizer "eu já sabia que isto ia acontecer" é fácil, assim à distância. Dificil foi pedir favores a meio mundo, ligar para montes de pessoas, pressionar entidades publicas a fazer alguma coisa. dificil foi conhecer a carolina e os olhos tristes que ela agora tem. Dificil é ver uma familia que não sabe fazer nada e que se atrapalha com as demandas e burocracias da vida. A Pólo Norte não fez mais porque não pode. Porque não tem de andar com as pessoas ao colo, nem eu, porque não é assim que se ajuda. Arranjou-se advogados, assisntentes sociais, psicologos, tudo sem cobrarem, para que as coisas se resolvessem. Não resolveram. voltámos a tentar e espero sinceramente que seja desta. mas não venham de punhos cerrados a julgar o que fizemos ou deixámos de fazer. Não me fodam, a sério.

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    1. Injusto porquê? O comentário que escreveu acabou de dar total razão ao que lá está escrito. Moveu-se mundos e fundos, arranjaram-se empregos, mobílias e tantas outras coisas mas a verdade é que a parte interessada, esta família, e segundo os seus próprios comentários, deixou-se estar, provavelmente à espera que mais ajudas chegassem. E agora? Vamos carregar no reset e fazer tudo de novo? Até quando? A Carolina não tem culpa está certo mas a nossa responsabilidade enquanto sociedade não pode ser infinita, eu não posso ajudar quem não quer ser ajudado.

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    2. A ti e à Pólo Norte, só posso dizer isto: obrigada.

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    3. Lady_m, o seu comentário e outros parecidos lembraram-me esta citação:

      “Of all the preposterous assumptions of humanity over humanity, nothing exceeds most of the criticisms made on the habits of the poor by the well-housed, well- warmed, and well-fed.”
      ― Herman Melville

      Resumidamente, a gente sabe lá da vida das outras pessoas. É fácil julgar de cuzinho no fofo.

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    4. Repare que não fui eu que disse que a família não se mexeu, ou fui? Vai-me dizer que não há pessoas neste mundo que preferem viver da caridade alheia do que meter mãos á obra? (atenção que não digo que seja este o caso), e eu não julguei, limitei-me a expor aquilo que acho estranho nesta história, mas não me viu acusar ninguém ou viu? Eu tenho um péssimo hábito, como não posso ajudar toda a gente tenho a estúpida mania de questionar, porque quer queiramos quer não há muito boa gente que não quer ser ajudada.

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    5. Fez julgamentos, sim, de que não são merecedores. Nós não sabemos porque não se mexeram, e é tremendamente injusto estar a mandar palpites, a extrapolar, e daí retirar conclusões. Além de que a miúda é que, no meio da história toda, não tem culpa nenhuma do que se está a passar. E ainda bem que há quem se mexa.

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    6. Ou seja, o facto de eu questionar afirmações feitas e que me causam estranheza é julgamento.... está certo. Alguém diz que não tiveram tempo para enviar um e-mail mas que enviaram mensagens de boas festas, alguém diz que os dois progenitores ainda não trabalham porque uma criança não tem lugar no infantário (que vai-se a ver e até tinha mas não ficava a caminho) e eu não posso achar estranho e verbalizar essa estranheza??? Julgamento era eu chegar aqui e dizer que a família se está a marimbar, se encostaram à sombra da bananeira e não querem saber, querem é continuar a receber mobílias e roupa e comida e que em vez de fazerem o que lhe compete estão no café a apanhar sol.... E sim a Carolina não tem culpa nenhuma.

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  11. Não queria ter que dizer isto, mas se a família não mostra que é capaz de se orientar ainda fica sem a Carolina, e depois ficamos todos muito admirados e a achar que a Segurança Social não é pessoa de bem.
    Muito triste,

    Maggie

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  12. Eu concordo com a lady m, acredito nas boas intenções de quem tentou orientar-lhes a vida, acredito que o tenham feito por amor ao próximo mas a familia conforme diz a Leididi não se mexeu, não foi capaz de agarrar as oportunidades que lhe estavam a dar de mão beijada. Não imagino o que esta família vive, mas se não entregaram emails, cartas … Ás vezes o Estado Social funciona, leva tempo mas acaba por funcionar é deixa-lo trabalhar.
    Bjos

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