22 de janeiro de 2015

O meu nome é Uva Passa, sou mãe, e sou Dependente.

Autor: Uva Passa Blog para UpToLisbonKids®
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Estamos a caminhar vertiginosamente para níveis severos de dependência, onde miúdos de 13 anos são compulsivamente internados em clínicas de recuperação, como se no passado vivessem ao caídos pelas ruas, arrumando carros, desarrumando a vida, destruindo o corpo, miúdos de 13 anos, crianças imberbes, internados com depressões profundas e novas, sem cura, provocadas pela abstinência.....tecnológica.




A minha crónica deste mês na UpToLisbonKids é um testemunho pessoal,
que escrevi para todos os pais, e para mim própria.
 Espero que gostem.

PARA LER AQUI!

20 comentários:

  1. Respostas
    1. Vai e depois diz-me se gostaste. Estou em formação e preciso de saber se não ando a perder a mão.
      Beijos muito grandes! E as melhoras da tua mãe!

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  2. Uva, concordo plenamente com as razões que apontas para esta dependência infanto-juvenil. Nós, pais e adultos, somos os maiores responsáveis por aquilo com que os nossos miúdos brincam, pois somos nós que devemos impor regras em casa. Por algum motivo, o meu filho não tem nem PC nem TV no quarto dele. Nem eu tenho no meu. Mas temos esses aparelhos noutros compartimentos, e são usados diariamente (como poderás ler….haha). Agora, há outras regras: nunca o meu filho ficou até às quinhentas a ver TV ou a jogar na sala. E isto é que por vezes não é fácil ser imposto pelos pais. Como dizes e bem, proibir na totalidade não é solução; permitir, com bom senso, peso e medida, sim.

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    1. Mas acredita que com a vida que levamos às vezes é muto dificil. No verão as coisas são todas muitos mais fáceis de levar, está calor, vai tudo para a rua, mas no inverno acredita que o estar em casa é meio caminho andado para estar toda a gente agarrada aquele porcaria. A ML não tem televisão no quarto e as horas para o computador são estipuladas. Não tem Play Station e nem Wii.
      Durante a semana não mexe. Mas às vezes lá calha, especialmente se eu ou o meu marido estamos a trabalhar depois do trabalho o que acontece muitas vezes. Acho que prevenir até aos 10 anos é meio caminho para evitar as dependências na adolescência.

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  3. Boa crónica, se for para continuares a escrever assim, a dependência não pode ser assim tão má.
    Falta esta consciência nas maioria das pessoas, acho que existe um medo reiterado de que brincar na rua é uma coisa do passado, que podem acontecer coisas más. No entanto, todos os dias temos relatos e retratos dos malefícios das novas tecnologias. Se pusermos os pesos na balança, qual é o lado que vai pender mais, a rua, a internet? No fundo falta bom senso, podemos ter as duas coisas.
    Cá por casa optámos por retirar toda as televisões dos quartos, os portáteis e tablets só podem ser usados na sala (eventualmente na cozinha) e a regra é igual para todos, adultos e crianças. Os meus filhos brincam na sala e não no quarto, vêem mais televisão do que deveriam mas os fins de semana são passados na rua, desde que o tempo o permita.
    Não acho que seja melhor mãe que ninguém mas sinto que vou no bom caminho para ter adolescentes felizes, o tempo o dirá!

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    1. Obrigada Be.
      A minha dependência é feroz.
      Sou de todos a pior. Peguei o frenezim ao meu pai, que se reformou para se agarrar a um computador e 'a tudo o que nunca soube e agora pode saber no google' e para mim isto está aqui agarrado às veias há anos.
      Depois escrevo e leio muito na Net. Sou viciadinha da atualidade, uma estupidez enorme, que já toda a gente chegou à conclusão que andar atualizado é o mesmo que andar feito zombie, que tudo é um horror, mas eu ainda não atingi... mas televisão vejo muito pouco, só coisas de culinária (que me acalmam embora não faça nada daquilo), documentários, alguns debates, e coisas do cabo antes de adormecer. Filmes é outra coisa que não vejo muito derivado à minha sensibilidade, porque me fazem todos chorar, credo, e depois para tirar as batatas dos olhos, enfim, e prontoS, a culpa é toda minha...
      Mas faço tudo para a minha filha cumprir com o mandamento: faz o que eu digo não faças o que eu faço.
      Tou toda queimadinha...

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  4. O que mais me assusta é ir a uma festa de anos de crianças de 7/8 anos e ver quase todos os miúdos agarrados aos tablets, sendo que a única interação que têm é para mostrar os jogos uns aos outros.

    Eu também não sou exemplo para ninguém porque o meu filho também tem um tablet que nós lhe comprámos, mas faço questão de racionar o seu uso e nunca, mas nunca o deixaria levar para uma festa de anos ou qualquer outro "evento" social

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    1. Isso das festas de anos dava um belo post...
      É que o vício é dificílimo de desentranhar.. se nós adultos é o que é, nos miúdo é para arruinar logo.
      A vida social está muito comprometida. A todos os níveis.
      E não vai ser bonito..

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    2. Pois é estamos todos de acordo mas como remar contra a maré? O meu filho tem 7 anos já nasceu com computador em casa e tb já está " viciado " em playstations e afins. Ainda vai vendo alguma televisão mas por ele era pc e jogos todo o dia. Felizmente que com o bom tempo a coisa muda e faço os possíveis por sair sempre ao fim de semana para conviver com os amiguinhos e espairecer mas vem sempre contariado.

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    3. Julgo que não devemos remar contra a maré. Isso seria contraproducente. E os computadores e a tecnologia estão aí para nos servir. E são uma maravilha.
      O que é preciso é paulatinamente cortar com as horas que lhe são permitidas para jogar. Cortar devagar e substituir por outras atividades.
      Os tempos livres não se esgotam na informática. Há outras coisas. Um animal por exemplo, para tomar conta. Livros. Futebol.
      Os rapazes são mais 'agarrados' porque os jogos são mais direcionados para eles, logo ficam muito mais expostos.
      Lucinha, no teu caso é meter travão antes que isso impeça o teu filho de socializar e ter um desenvolvimento social adequado à idade dele.
      A adolescência espreita e na adolescência é dificil (se não impossível) puxar por eles.
      Os estudos dizem que períodos mais ou menos intercalados de abstinência ajudam no problema.
      Se esperarmos até eles estarem já envolvidos com outros como eles (que são quase todos na adolescência) depois é super difícil tirá-los de casa e ficam amorfos.
      É um perigo.
      Há uma percentagem (agora fora do teu caso) elevada de miúdos dependentes da internet e dos jogos, que se agarram ao jogo (vicio de jogo) e isso não vale a pena explicar onde vai dar!
      Sossega e mete freio. Ele não vai gostar mas depois vai agradecer.

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  5. Lá pelas minhas bandas, não há tv´s nos quartos, playstation só aos fins de semana, mas há um telemóvel para cada um, com acesso wifi. A batalha é dura, a dependência cada vez maior. E digo-te, o meu filho até há uns seis meses (tem quase 13) não tinha telm, nem me pedia. Agora é uma guerra diária, que nem sempre ganho (mea culpa, bem sei...)

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    1. Mesmo assim não és decerto das piores. Miudos de 2 anos (já vi eu) a mexer em tablets como se tivessem partilhado o liquido amniótico com aquilo.
      E já vi bastantes crianças em que alguém lhes vai falar e eles coitadinhos encolhem-se todos..
      As novas tecnologias + 12 horas de creche por dia e tens um autêntico inadaptado.
      É o que eu penso!

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  6. Tão bom, como sempre, sempre e sempre. Tu superas-te.
    Tão claro. Tão preocupante. Tão escuro.
    Sabes que mais? Um excelente sinal amarelo, que nos pode servir a nós, aos que ainda vamos a tempo, antes que nos apareça o vermelho.
    Obrigada.

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    1. Eu estou no vermelho. A ML ainda não chegou ao amarelo. Mas a Violeta também tem muita a culpa.
      Obrigada eu.
      Como sempre.

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  7. Li atentamente mais uma otima crônica tua. Subscrevo totalmente e o que me assusta ainda mais é que em casa sou das mais viciadas. Mais até do que os meus filhos que saem muito com os amigos. Se não fosse a bicicleta ainda seria pior.... Onde irá isto parar?

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    1. Olá Maria.
      Pois... tu ainda tens a tua bicicleta, eu tenho apenas um rabo muito gordo...
      Não é bem muito gordo porque vou muitas vezes ao Tavares Rico, mas se fosse ao Tavares Pobre... tás a ver não é?

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  8. A verdade é que, como diz a canção, "quando alguém nasce, nasce selvagem", somos todos diamantes em bruto e numa determinada fase, só nos habituamos ao que nos passam para as mãos. Há tempo para tudo e todos sabemos que crianças, pelo menos até aos dez anos (pronto, para não chocar muito) não precisam de ter tablets e afins. Agora, que queiramos os meninos entretidos, porque nós até temos cá as coisas da nossa vida e até nos dá um certo jeito, pois aí, já são outros quinhentos, mas como estamos fartos de ouvir e comprovar, não costuma haver bela sem senão e neste caso, o senão, é as crianças poderem viciar-se, até pela falta de estrutura mental para saberem dosear as coisas. Quanto a nós adultos, podem acontecer várias coisas, uns, a partir do momento em que se casam, ou juntam e depois quando têm filhos, metem-se na toca e a maioria desiste de cultivar as amizades, mais tarde na vida, vão sentir muita pena e muita falta, mas já é difícil retomar, porque, muitas vezes, já são perfeitos desconhecidos. Depois, também há quem nunca tivesse tido um amigo digno desse nome e andam a chamar amigos a imitações. E há, os que mantendo o contacto com os seus amigos, gostam sempre de andar em busca de outros mundos para lá do seu. Em todos estes casos, a internet, acaba por contribuir para um estar socialmente, para haver partilha, encontro de ideias, busca de conhecimentos, ainda para mais, compatível com os horários praticados na toca, depois é como tudo, se conseguirmos dosear as coisas tudo nos acrescenta.

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    1. Belíssimo comentário. As usual.
      Concordo com tudo, mas é essa consciência que tu tens e que eu e muitos ainda vão tendo que é preciso despertar, porque o problema está efetivamente nos adutos (em mim que sou dependente mas contida) que não têm estrutura menstal para perceber que é um erro o que fazem e é um erro ainda maior reproduzirem o comportamento nas suas crianças.
      É que o mais grave problema inerente a esta situação é que a vida virtual cansa e é pouco satisfatória (não somo máquinas), e vai haver um momento em que o ser humano vai sentir uma grande necessidade de estar com outros, e nessa altura ha de ser tarde (por força do isolamento) e vai acercar-se dele o maior monstro das sociedades modernas. A solidão.

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  9. Fui ler o que escreveste e não podia concordar mais. Ainda ontem falava com um grupo de amigos como está a aumentar exponencialmente todo o vicio pelas tecnologias e a ser esquecido o contacto, o tacto, as pessoas. Todos falavam de como gostavam de ver o mundo em que vivemos daqui a cem anos e eu mostrei medo. Não sei se quereria presenciar o que em tempos foi uma sociedade, no que se está a transformar um agregado de cepos. As crianças vão deixar de saber comunicar...e nós...somos o menor problema, pois por muito viciados, não vamos estar cá quando a geração que está a nascer agora estiver no auge do seu potencial. Das duas uma, ou temos mão na educação que damos aos nossos filhos e criamos regras e se calhar não vão ser tão avançados no manejamento das tecnologias mas sabem construir uma frase sem ajuda do google, ou então Ipad na mão e seja o que deus quiser.

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    1. Olá Nadinha!
      Pois temos mesmo de ser nós a tomar o pulso a isto.
      Mesmo, mesmo.
      Até nos trabalhos, onde antes havia amena cavaqueira, fosse na hora do café, da refeição, nos corredores ou outro local qualquer, agora está tudo enfiado nos gabinetes, com a marmita à frente do teclado, e ninguém os tira dali.
      Já eu, nem pensar, hora de almoço, toca para a copa dar à lingua, nem que seja ao telefone com a minha mãe que ainda não sabe mexer em computadores.
      Estamos lindo, estamos.

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