12 de janeiro de 2015

Putin e o arco-íris das minorias

A Humanidade fez-se e avançou alavancada sobretudo no sofrimento da maioria, em benefício da minoria (o exemplo português).

É uma afirmação que poucos tendem a refutar, se pensarmos que a maioria vive subjugada pelas leis do Estado, muitas vezes ditador - e no caso português não sei o que mais chamar a um Estado onde o Presidente, o Primeiro-Ministro e a Procuradora Geral da República vestem a mesma cor - formado por um punhado de indivíduos 'democraticamente' eleitos, quase sempre alheados dos problemas globais, e reais, de uma sociedade cujos meandros não conhecem, que criam impostos galopantes e impossíveis, que aprovam normas e conceitos castradores, protetores do grande capital, do clientelismo e do amiguismo, na maioria das vezes para se protegerem da possibilidade que julgam remota (mas que intimamente temem) de virem a ser, eles próprios, os destinatários dessas leis que vomitam contra a plebe.
No entanto, e resulta-me claro, que nem sempre a frase magna ou aquela que granjeia maior aquiescência é afinal a mais adequada para explicar situações que provam precisamente o contrário.

A Humanidade faz-se e avança alavancada sobretudo no sofrimento das minorias, em benefício da maioria (o exemplo russo).

Foi precisamente nesta monstruosa notícia, habilmente aprovada, e posteriormente camuflada na tempestade de areia parisiense, que fundamento a minha opinião.
O Presidente russo, Vladimir Putin teve a 'distinta lata' de englobar, por um lado, os transexuais, voyeurs, jogadores patológicos e cleptomaníacos, juntamente com os pedófilos?!, para depois, e por outro lado, os meter a todos dentro do saco das 'minorias leprosas e virulentas' - e que de resto podem ser totalmente exterminadas - para de seguida os proibir de conduzir.
Para que a Rússia progrida na diminuição dos acidentes rodoviários, decide Putin, provocar à minoria 'anormal', um sofrimento que irá beneficiar a maioria padronizada de cidadãos russos que se desloca nas estradas.
Criminaliza, estigmatiza e culpa as minorias de provocarem acidentes rodoviários que matam milhares de pessoas, o que se configura num custo indecente para o país.


Estará este homem na posse de todas as suas faculdades cognitivas? 
Saberá este homem quantos serão os médicos, professores, actores, políticos, engenheiros, arquitetos, sociólogos, enfermeiros, ministros, polícias,  pais, filhos, netos, amigos, que ficarão sujeitos a esta lei por estarem incluídos nesta minoria rodo-assassina? 
O que se seguirá Senhor Putin?
Serão posteriormente colocados em guetos, devidamente afastados das maiorias, para um banho de limpeza retemperador e eterno?
Como fará para os identificar? 
Será com um arco-íris preso na lapela ou utilizará a ferra, como se faz aos cavalos?


Até quando vamos considerar adequado que um LOUCO decida sobre o destino da Humanidade Russa?
Considero Putin, desde tempos que não vale a pena relembrar, um caso extremo de inadequação.
Não será Putin o maior voyeur de todos, que viaja numa maionese empestada de LSD? Não será Putin o maior cleptomaníaco de todos, que rouba a liberdade dos russos de decidirem sobre as suas preferências sexuais, sobre o destino e o bem-estar do seu EU físico e psicológico?

Não podemos fechar os olhos a estes pequenos sinais hitlerianos.
Sabemos bem que o desfecho é tudo menos colorido...

10 comentários:

  1. Há uns tempos vi um documentário sobre "milícias populares" de caça aos gays na Rússia, que, com a cunivência das autoridades, os espancam brutalmente. Verdadeiramente nojento (muitos dos membros dessas milícias homofóbicas são, por incrível que pareça, gays em negação).

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    1. Mirone, tenho tanto medo disso sabes? Medo mesmo.
      Vivo apavorada com a possibilidade de aparecer um louco e nos mate a todos.
      No entanto não podemos fechar os olhos a estes sinais.
      Pessoas com problemas psicológicos que diminuem as suas faculdades mentais, depressões profundas, esquizofrenias, demência, devidamente medicadas (e até essas) podem conduzir se a doença estiver controlada. E quem diz conduzir diz trabalhar, procriar, viver.
      Esse Putin quem se julga ele? Deus?
      O mundo está doente...

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    2. OMD!!!! Cunivência?!

      Conivência.

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    3. Gralha devidamente corrigida. ;)

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  2. Uva, bom dia. Minorias, segregações, guetos, onde é que estas expressões fazem mais sentido? Quando há alguém com as características deste "estadista" a defini-las. Putin, herdeiro de uma cultura czarista, estalinista, e adepto de um nacionalismo bafiento, é o produto de uma amálgama de idiossincrasias. Estas, de algum modo, nunca saíram da identidade da " mãe rússia". A miséria, a tristeza do povo russo debaixo do domínio dos czares que Gorki ilustra tão bem no seu romance " A Mãe", onde, aquele grito de revolta por parte dos operários para acabar com as injustiças perpetradas pela classe dominante, tem em Pavel um líder, que, por sua vez, tem uma "mãe" (Pelágia) por detrás da força que dele emana e que arrasta outros contra a classe dominante, numa Rússia presa a um feudalismo que custava a banir, até parece que continua vivo esse cenário, só que agora com outras matizes. A força das novas minorias também pode estar submergida, mas quando vier à tona, vai ter de enfrentar um conjunto de oligarcas,os que mandam agora, também num ambiente de "moderno feudalismo"; há um soberano (Putin) e vários suseranos, e quem sabe se o "czar" Valdimir estará preparado para as enfrentar? Mesmo com todo o treino que o KGB lhe deu e todas as técnicas aprendidas para exercer como chefe dos serviços secretos, será que um dia não vai soçobrar? Ou haverá de novo o fantasma dos Gulag a ensombrar esta nova realidade? Alexander Soljenítsin explicou-os muito bem.

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    1. A herança é pesada, é horrivelmente pesada e está, como dizes, mais viva que nunca e nas mãos daqueles que deveriam (quiçá) nunca ter chegado ao poder.
      A Russia desolada, afogada em Vodka e em frio, tem no poder um monstrinho de sangue quente, com aspirações de querer governar o mundo.
      O mundo não pode fechar os olhos.
      O homem é louco.

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  3. Também me deixam sem cor alguns comentários a este déspota monstruoso e à sua estúpida proibição (fosse esta a primeira), de pessoas que têm a obrigação moral de não julgar quem quer que seja. Ainda há quem ache engraçado...

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    1. Isto não tem graça nenhuma, aliás isto é o príncipio de muita coisa má que a meu ver ainda está para vir...

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  4. Mas o homem ensandeceu???? Putin masé num colete de forças ....

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