26 de março de 2015

Good morning Vietnam!

Estamos em guerra.
Posto isto, resolvo começar o meu blogo-dia como o Adrian Cronauer, DJ recrutado para comandar o programa de rádio das forças armadas.
Os tempos são dramáticos em muitos sentidos, não há dia em que não ligue a televisão e não me encha de dó, de raiva ou de pena, não há dia em que as notícias não me façam electrificar as antenas ou tolher-me, muito quieta, no sofá.
Mas haja alguma comédia nas nossas vidas, caramba, haja tempo para rir, para gozar, para a perplexidade e para a loucura.
Antes louca que inerte, antes maluca que realista, pois que já não dou conta de tanta realidade.
Para o raio com a realidade. Chutos no rabo da realidade.

Falemos então em utopia. 
O mesmo será dizer, falemos então na comédia dramática do dia-a-dia. Exatamente como no filme de Barry Levinson.

As pessoas adoecem. 
Sim, isto não é utopia, é a realidade, pessoas adoecem e vão ao hospital.
Parece utópico as pessoas irem ao hospital, os governantes, doravante denominados 'eles', não querem as pessoas nos hospitais. Na realidade arranjam trinta por uma linha para se barricarem nas instalações assépticas, todas tecnológicas, todas artilhadas, protegidos por uma extensa cortina de fumo chamada 'falta de pessoal', e ainda se apresentam armados até aos queixos com linhas de atendimento médico, compostas por 3 enfermeiros para 10 milhões de habitantes, formadas através de cursos complexíssimos, para convencer as pessoas que 49º de febre, dores de cabeça e ranho, é avaria no termómetro, e que raras vezes dispõe de um helicóptero, direi antes raríssimas, por se encontrar o mesmo ao serviço dos meninos que vão de manhã para o colégio e não gostam de andar na carrinha que faz a volta.
Chego à conclusão que 'estar doente' é uma estúrdia colectiva, é uma doença mitológica, metafísica, não existe, foi inventada, as pessoas doentes seriam loucas, não fosse a loucura também doença.
Também eu enlouqueço. 
Especialmente quando abro a caixa do correio (qualquer uma das duas) e me deparo com uma fatura de 5,15€ de uma taxa moderadora dos idos de 2012, ora, 2012 deixa cá ver, foi há 3 anos atrás. E a doidivanas da fatura não se fez ao caminho sozinha, não, veio acompanhada de granada, ameaçadora de penhora de bens, polícia armada, PJ, Fisco, problemas vários e quem sabe, a temível insolvência.

Trabalhem caramba, nem que seja só duas horinhas por dia, já nem vos peço mais.
Querem gerir um negócio onde a fatura é emitida 3 anos após 'o episódio'?
E depois dizem que não têm dinheiro para apetrechar os hospitais, e deixam morrer as pessoas nas urgências?

Só tenho a dizer uma coisinha se me permitem: I-N-C-O-M-P-E-T-E-N-T-E-S!
Ah, outra coisinha, sabeis que sou doente crónica e não pago taxinhas não sabeis?
Ide ver, vá lá, ide ver isso nos vossos espetaculares computadores que não servem para nada, a não ser para ocupar os trabalhadores horas e horas e horas em formação, para aprenderem a trabalhar com a porcaria dos programas que vocês mudam a cada ano para (se) encherem o rabo aos amigos das empresas de informática, em vez de estarem nas linhas da frente a combater esta guerra que vocês teimam em travar nos hospitais, contra os maluquinhos dos doentes.



12 comentários:

  1. Palhaçada, esta merda é toda uma palhaçada.
    Mas depois se uma pessoa diz alguma coisa, é pq está a atacar os funcionários públicos e mais n sei o q.
    Se parassem mas é de meter areia na engrenagem, isso é q era de valor, q a situação já é complicada sem estas "burrocracias" de merda, em que bastava cruzarem a info no sistema.

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    1. O que faz uma fatura por cobrar no hospital durante 3 anos (m,esmo que seja 5,00€) é assim uma coisa que me ultrapassa.
      Aqui na experiência que tenho, dos pequeninos claro está, é faturar e enfiar a fatura ao cliente ainda ele não viu o material, que isto tudo o que vier é pouco.
      Já esta gente que tem tudo do bom e do melhor, o hospital em causa tem ano e picos, nem um serviço de faturação/contabilidade tem para dar conta do negócio.
      É caso para dizer, nem para eles são bons.

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  2. Doente Crónica, não pagas taxas??? Tens a certeza que ainda é assim?
    Ora ora, no outro dia fui há urgência, por causa de um episódio relacionado com a doença crónica de que padeço, e toca a pagar 20 euros e qualquer coisa. Só que disseram-me logo na entrada para ao sair passar lá.

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    1. Não pago não. Não foi uma urgência, que isso custa 20.00€ e não vou a uma urgência vai para mais de sei lá, 30 anos, foi mesmo uma coisa minha das minhas patetices crónicas, que não pago porque sou isenta.
      Olha já não sei, se queres que te diga, as leis são tantas e tão caso a caso, que se calhar me cabe pagar os 5,00€ agora, mas já lá fui em 2012...2012 foi ao um ror de tempo... lembro-me lá eu. A mim não me pediram nada.

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  3. Realmente, tá tudo apertado de dinheiro e acabam por fazer coisas destas.
    Incompetentes mesmo.

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    1. A máquina burocrática é uma polvo gigante. Vivemos numa Burocracia imensa e não há fim à vista.

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  4. Contas de hospital, multas de trânsito, tudo muito a horas, não há dúvida! Talvez assim as pessoas já não se recordem de nada e, a existir erro, paguem na mesma.

    Beijo, Uva.

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    1. Pagar e morrer é ultima coisa a fazer!
      Eles, os que emitem as faturas se calhar ainda nos ajudam... hahahahahaha

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  5. Querida Uva,
    Se estivesse em causa um hospital privado, teria decorrido o prazo de prescrição. Sendo público, talvez possa invocar a tal isenção de que fala. Já agora, não estará em causa uma "insistência" pelo pagamento? Talvez haja algum lapso.
    Boa tarde,
    Outro Ente.

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    1. É uma PPP.
      O mundo está cheio de lapsos. A maioria de comunicação.

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  6. Sou uma pessoa de risco em relação ao cancro do colon. Fiz uma colonoscopia para remover uns adenomas no IPO em Lisboa. Recebi uns dias depois uma fatura de 157,00 euros para pagar. Bela prevenção. Quem não puder pagar a prevenção tem mesmo cancro. Belo futuro este, Uva.

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  7. Lá venho eu interceder pelas pobres almas dos funcionários públicos...
    Sabes que apesar de isso parecer uma estupidez não há um idiota culpado por tudo, não sabes?
    Fico muito ofendida quando vejo alguém pedir a um funcionário público para pelo menos trabalhar "duas horinhas por dia". Já te passou pela cabeça que quem faz esse trabalho, muito provavelmente o faz há anos a fio, já de modo automatizado, e sob um cansaço incalculável de quem está sete horas por dia a olhar para o mesmo?
    Porque não pensar que quem mandou esta carta, fê-lo por estar cansado e não por estar folgado?
    Em todo o caso acho, sei, que ninguém é responsável por cada carta que é enviada. A coisa é feita em cadeia, de modo automático, e com tratamento igual dado às milhares de carta que saem por dia. Nem podia ser de outra forma, digo eu.
    Quanto aos computadores e programas serem uma merda... é o que temos. Ainda bem para os que trabalham no privado.
    Afinal, vai-se a ver e isto não são só regalias.
    (eu também reclamo muito, muito, muito da MEO, mas nunca do tipo que me atende o telefone que, a meu ver, não tem culpa por aquilo funcionar mal que se farta).

    Já agora, fica aqui uma coisa com piada, para quem tiver poder de encaixe, claro.
    http://funcionariapubica.blogspot.pt/


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