10 de maio de 2015

A franja


Parece que foi uma valente machadada nos leitores a descoberta de que a franja da Uva era afinal uma grande treta.
Eu bem vos avisei ali na apresentação do blogue que o que fica do que passa é somente a história verdadeira, ou então uma grande farsa.
Ninguém me deu ouvidos.
Aconteceu a mesma coisa com a minha mãe.
Quando ela dizia que eu não tinha paramento, ou quando tentava explicar aos professores que eu tinha cara de anjo, mas era capaz de coisas infernais, eles, crentes, achavam que a minha mãe é que tinha uma doença, sobretudo pela forma como me cortava o cabelo, mormente a franja.
Mas aos dois anos (e um ar de quem não parte um prato), já um pensamento maquiavélico bolia no inconsciente da pequena Uva: um dia faço um blogue e hei-de partir a loiça toda!
A franja, que nascia lá no cimo do cocuruto!?, foi o penteado que usei até ao grito do Ipiranga, quando roubei a tesoura da minha avó e acabei com aquilo definitivamente!
Por causa dessa monstruosidade que infligi ao meu próprio cabelo, nasceu-me um remoinho que me impede de usar uma franja.
Infelizmente não fui capaz de aprender com os meus erros, e anos mais tarde, num rigoroso e chuvoso inverno, altura em que o cabelo das pessoas loiras escurece naturalmente, tive a ideia peregrina de fazer uma permanente e madeixas loiras, tudo no mesmo dia.
Não fiquei definitivamente careca por um triz, mas o meu cabelo nunca mais foi o mesmo.
Ficam as recordações de quando era criança, com o meu cabelo loiro e a minha franja.
Fica também a certeza de que as pessoas não mudam, e que agora como então, diversos delírios podem vir à tona.
Que Ipiranga fique convosco.
A mim dá-me imenso jeito.

11 comentários:

  1. Continuas a ser a "minha" Uvinha franjolas! :)

    Beijos. :)

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    1. E sou! A prova provada de que a franja existiu está ali. ;))))
      Um abraço dominguiero Maria Tu, linda.

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  2. Opáh!!! Que pena!!! Ficavas tão fofa de franja.

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    1. Fofa não é bem o adjectivo para uma criança como eu.
      Era o 'terror da escola'.

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  3. ah ah ah eu também tive uma assim e era assim tão loira quanto tu. Felizmente isso passou. O trauma é tão grande que tenho uma "infelicidade" no meu coração porque macaquita é loira. Mas se há coisa que ela nunca terá é franja. A menos que a faça ela quando der o seu grito do Ipiranga.
    Eras tão gira quanto agora ;)

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    1. ;))))
      Adoro ser loira.
      Sofro as passas do Algarve para manter as melenas da cor do sol.
      Agora já não sou gora, agora sou uma Uva Passa.

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  4. Tive uma franja igualzinha à tua. Só que em versão morena. Um must.

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  5. Olha! Também sou desse clube, o das franjas e a minha mãe devia ser irmã da tua... raios as partam, o que eu sofri com o raio da franja a meio da testa :)))

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