23 de junho de 2015

O sócio

E aqueles pais que logo que os filhos nascem tratam logo de lhes meter a coleira do clube à volta do pescoço?
Eu não quero ser mázinha nem nada, mas espetar com uma fotografia de um recém nascido, acabado de sair da maternidade, coitadinho, com a cabeça toda pendida para um lado, num cartão de adepto, e ainda ter disponibilidade para começar a pagar quotas ao clube desde tenra idade ... desculpem lá, mas ponham a mão na vossa santa consciência.
Começam cedo a tomar decisões que devem ser tomadas pelo próprio, se acaso o próprio se interessar por esse tipo de desporto, e que podem mesmo inviabilizar-lhe um futuro profissional num outro clube.
Mas diz que não, que o filho é livre de escolher (e ser) o que ele quiser, em todas as questões que lhe digam respeito enquanto ser humano livre e democrático.
Não pode é ser do clube adversário.

Graças a Deus que é só um clube de futebol.
Olha se fosse o Estado Islâmico.

12 comentários:

  1. Aí tenho uma opinião um pouco diferente, falo sobre isso aqui: http://mae-sabichona.blogspot.pt/2015/02/uma-pausa-no-ferro-para-mais-um-bitaite.html

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    1. Estive a ler o post e os comentários e percebo-te perfeitamente.
      Exerço influência na minha filha ao nível dos valores e regras da sociedade. Quero que ela aprenda a ser 'gente', a ser educada, culta, amável, e sagaz, quando enfrentar sozinha a vida.
      Não vou furar-lhe as orelhas (e não fazes ideia da pressão que exercem as avós e o pai sobre o tema), não a vou enfiar na catequese e nos escuteiros, não a vou inscrever no Benfica, não lhe vou fazer uma tatuagem, não a vou batizar, não lhe ponho o véu, e não digo quando troveja que é Deus que está zangado. Não tem uma conta no facebook.
      Dou-lhe leite, corto-lhe (às vezes) o cabelo; comprei-lhe uma viola, ensino-a a nadar, dou-lhe livros, ensino-a a comer caracóis, e a gostar de marisco, temos um gato, pinto-lhe as unhas das mãos e dos pés de cor de rosa, às vezes explico-lhe coisas da natureza que se podem confundir com as coisas de Deus. Levo-a às igrejas todas de Portugal porque as adoro, mas nunca fui à missa com a ML, nem vou.
      Não imponho nada, absolutamente nada, que ela possa querer, no futuro, mudar.
      Mas se os pais das crianças acharem que os filhos devem ser uma cópia deles em nome da tradição, respeito, até certo limite. Só porque há pais que são mesmo muito estúpidos, e não sei se te lembras daquela história passada numa aldeia qualquer do norte de ver miúdos pequenos a fumar, ou ainda levarem os miúdos de 8 anos para a caça ou para os assaltos como fez determinado pai cigano, tendo o menino perdido a vida.

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  2. Da instrumentalização dos filhos (este e o post anterior). O menino quer-se a condizer connosco. O menino quer-se topo de gama como o carro. O menino tem de ser digno de ser exibido. O menino é só mais uma coisa que temos. O menino não pode destoar. Estão vazios os olhos do menino. De tanto serem por ele, o menino não sabe nem quem é, nem o que queria ser.
    Olá sumo de Uva!

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    1. Sou totalmente contra isso. A minha mãe a certa altura batizou-me sem o meu consentimento. Para quê? Que tenho eu a ver com a igreja, com os cristãos ou com o catolicismo? Nada.
      Odeio brincos, detesto. Se me tivesse furado as orelhas seria um erro. Não furou. Fez bem.
      Mas a ML andou num centro paroquial totalmente católico e faziam aquelas coisas todas da igreja. Nunca se interessou. Fui eu que a influenciei para não se interessar? Não. Esteve lá e viu o que era.
      Por outro lado adora pintar e colar, e passa horas nisso. Fui eu que a influenciei? Não. Não tenho jeito nenhum para pintar. Ela descobriu que gostava. Eu só lhe vou dando as ferramentas para ela experiementar. Não vou impor isso à menina.
      Dar as ferramentas é que julgo ser o melhor.

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  3. Por acaso acho q esta coisa dos clubes é bastante diferente do tema do post anterior.
    Ainda assim, n é menos certeiro por isso.
    Cá em casa há 2 clubes e um acordo de cavalheiros (vá, um cavalheiro e uma dama). O puto escolhe o clube que quiser, nomeadamente outro q n os dos pais e ninguém o inscreve como sócio em nenhum dos nossos (a menos q a crianca assim o deseje - e eu esteja disposta a pagar as cotas)
    Ah espera, afinal há dois acordos. O dito acima só n é válido p o FCP, se for essa a opção metemos-lhe as malas à porta :p

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    1. Com certeza. Eu reparo muito que quando os pais não são influenciadores os putos dizem logo que são de 'Portugal'. E ali ficam durante muito tempo.
      Dizem que não se muda de clube, pois eu conheço um caso de um rapaz que há dois anos resolveu enfim ser do clube do coração e cagou literalmente no clube do pai, Benfica, o qual lhe foi imposto desde criança. Hoje é do Sporting, com cadeira na Juve Leo e tudo. Tem 37 anos.
      É verdade. Para teres uma ideia de como isso de influenciar crianças não é o melhor remédio e no caso do futebol faz lembrar um seita.
      São uma seita mesmo.

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  4. Mas há uma diferença assim tão grande?!?!?!?

    :)

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    1. Não há diferença nenhuma. Pelo menos nas claques. Eu seria uma mãe muito triste se um filho meu pertencesse a uma claque e andasse a fazer aquelas figuras nos estádios.

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  5. É por causa dessas e de outras que odeio futebol

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    1. Não odeio o futebol mas acho os adeptos ferrenhos uma seita do pior. Se pudessem matavam-se todos uns aos outros.

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  6. Lembro - me dum professor da faculdade um dia chega muito chateado à aula. Tinha ido anular a sua inscrição de sócio do Sporting.
    Então prof? Já não gosta do clube?
    Detesto futebol. Sempre detestei. O meu avô morreu o ano passado e descobri agora que ele me fez sócio desde os 5 anos. Como ninguém pagou este ano as quotas vieram ter comigo. O que ainda me deixa mais chateado é que ele está morto e não posso gritar com ele.

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    1. Outro caso gritante. Eu era sócia do Sporting quando fazia lá ginástica e na ginástica o Sporting era, na altura agora não sei, o melhor. Nunca fui do Sporting. Nunca.
      Até nisso. Podia ter enfiado a ML na ginástica mas logo vi que a miúda não tem jeito nenhum para isso e não fiz questão nenhuma.

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