15 de junho de 2015

Wunderbar!!!

Cucu!
Ahhh pois é!
Voltei.
E gostava muito de vos dizer que voltei fresca que nem uma alface, mas de acordo com as loucuras que decidi impingir ao meu corpinho, voltei podre que nem uma batata.
Sou por estes dias uma Uva Pisada, o que assim de repente me parece muito pior que ser uma Uva Passa.
Venho tesa que nem um carapau do país onde não comi um único peixe, mas venho cheia de experiências boas que tive o privilégio de viver e venho sobretudo mais magra, embrulha!, apesar de ter comido carnavança que dava para alimentar uma vara de porcos omnívoros e de ter bebido Kölsch que nem uma alarve alcoólica, que foi aliás no que me tornei, hic.
A Alemanha é um país soberbo e de soberba. Faz lembrar aquela anedota do 'tudo à grande' e quando damos conta em vez de irmos fazer um pipi caímos dentro da piscina, julgando que até a sanita é de dimensões generosas. Mas esta soberba de que falo não é a soberba-má, não, esta não é apenas jactância hostil, esta é apenas a soberba capacidade de respeitar o equilíbrio da natureza com a forte industria.  Cada paisagem, cada ponte, cada recanto do imenso vale que bordeja o Reno se multiplica em milhões de árvores e arbustos, num verde cerrado, bem tratado e absolutamente imponente, que nunca vi em parte alguma, onde a cidade respeita a natureza e não o contrário. 
E os maquinões que aquela gente tem? Credo!
É tudo a acelerar em brutas máquinas (a AUDI no top de vendas e não vacila) sem limites de velocidade, e sem Imposto Automóvel, por aquelas autoestradas que parecem um fio de água serpenteando na densa floresta, tão rápidos e ao mesmo tempo tão elegantes que mais parecem uma princesa muito rica quando entra roçagando um belíssimo vestido no salão da sociedade.
Loiras? Nem vê-las. Andava lá eu e pouco mais. A cidade de Colónia, ultra-metropolitana, ultra-atual e civilizada, tem uma tal mistura de nações a correr-lhe nas veias que dificilmente se consegue identificar o alemão-alemão porque se calhar o loiro grandalhão que nos serve a bica a 1,98€ (cruzes, vão mazé roubar para estrada) é afinal ali de Odivelas.
O meu poiso foi em  Mülheim mas não me fiquei por lá muito tempo; apenas o suficiente para pegar na bicicleta, o meio de transporte de excelência daquela gente magra e de músculos tonificados, que faz razias incríveis aos transeuntes que ousam usurpar as ciclovias com as suas maratonas diárias e muito pouco participadas.
Fiz 15 quilómetros em cima de uma bina. E duas nódoas negras no rabo.
Foi um dos passeios mais maravilhosos que fiz. Pensei que morria, senti o mesmo no avião, mas afinal cheguei sã e salva. Quem diria.
Nas lojas tudo muito moderno, e caro. Se uma bica ou uma cerveja básica custam perto de dois euros, imaginem um par de sapatos. 
Comprei umas sandálias. Giras que dói. Mas acho que já estava bêbada.
A Zara às moscas e a Primark apinhada de gente. Nisso da moda não me venham com coisas que a nossa é bem boa e barata; é que nem vale a pena sair para a estranja só para ser depenado, quando aqui com duas penas a coisa serve, e fica a matar. E ninguém nos bate quando as pernas ficam bronzeadas e pomos um vestidinho de flores.  
Nas ruas impecavelmente limpas, ergue-se uma cidade tremendamente cultural. O meu pescoço ainda me dói de tanto olhar para o casario.
Foram só 1200 fotografias. 
Gostava muito de vos mostrar tudo o que vi, mas acho que adormeciam. O meu pai adormeceu e ainda ali está a dormir desde ontem. 
Vou só dizer-vos que num país onde há um imposto específico (que vem no recibo de vencimento) e que vai direitinho para a Igreja, a Catedral de Colónia faz jus a cada tusto que para ali é cuspido.
É linda, soberba, de tirar a respiração.
Eu ia morrendo, que ia, mas subi os quinhentos e muito degraus em caracol para lá chegar acima, paniquei quase no topo com uma crise brutal de vertigens, mas consegui chegar, e quando finalmente desci e entrei na nave central, os meus olhos não acreditaram no que viam. Os vitrais. Meus senhores que vitrais.
Vi muita coisa nova e diferente, e fiz uma coisa que nunca tinha feito.
Desliguei o telefone na sexta feira e só o liguei ontem ao fim do dia. 
Ligo-me agora novamente a vocês.
Deixo aqui as melhores recordações. 
Para o ano há mais.





















41 comentários:

  1. Fantástico...países desses (Suiça, Áustria e Alemanha) são assim um je se sais quoi...
    Mas pode ser uma batatinha e um pretzel, 'fáxavor!!! :-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O país das batatas. O que comi de batatas numa semana não como eu em 3 meses.

      Eliminar
  2. Até estou arrepiada Uva. Preciso da minha dose de Köln rapidamente. E de subir aqueles degraus outra vez, apesar de ficar sem fôlego e das vertigens, porque quando se chega lá a cima é quase uma catarse.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Subir aos degraus acho que já tive a minha dose para 20 anos. Mas chegar lá a cima, help, é de gritos. Literalmente.
      Uma cidade maravilhosa. E fui tão, mas tão bem tratada.
      O que é bom acaba depressa.
      Quando fores apita. Vamos juntas. ;)

      Eliminar
  3. Oláa! Bem-vinda! Ri-me muito com os teus quilómetros em cima da bina. Já não ouvia essa expressão associada a uma bicicleta há anos! :D
    Que bom que gostaste. Abriu-me mais o apetite que anda a crescer há já algum tempo. Está na lista! Beijos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A bina deu-me cabo do rabiosque. Muitos anos sem pedalar e depois de rajada 15 km, tás a ver não é?
      Adorei. Vale muito a pena. É mesmo muito bonito.
      Abraços!

      Eliminar
  4. Muito bom! Viste como valeu a pena ultrapassares o medo das alturas? :)
    Quanto à magreza dos alemães é que... Eu vi por lá muitos gordos. E a Merkel, hein? :P

    Beijocas, Uvinha retornada! ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ainda não ultrapassei Maria. Tive um medo de pavor, horror, terror, de andar no avião. Sabes lá a minha cabeça lá nas alturas. Doida.
      Não vi gordos e nem gordas. Tudo elegante e tonificado.
      A gorda da Merkel é a exceção à regra. É uma alarve. Quando cá veio a Lisboa morfou 300 pasteis de Belém de uma só vez.

      Obrigada Maria.

      Eliminar
  5. Ainda nem li o post, mas, não resisti a desejar-lhe um bom regresso.
    Faltava qualquer "coisa" por aqui. Ainda bem.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Como assim, nem leste o post?????
      Viste ao menos as fotos?
      ;)))

      Obrigada e um abraço.
      Estou de volta. Finalmente. Aquilo é tudo muito bom, muito bonito mas...não há nada como o nosso cantinho.

      Eliminar
    2. Já vou ler quando o ambiente estiver maaaiiiissss tranquilo.
      Quando leio a sério, gosto de ler com tranquilidade. Então os posts da uva passa, pisada, sei lá, só com rasteiras intelectuais...........Ora essa. Tenho que estar bem aconchegada. Estou eu "prá qui" a teclar e ainda não li o post.
      É bom que estejas de volta e, que, estejas bem.

      Eliminar
    3. Estou ótima. Já como dois salames agora da parte da tarde.

      Eliminar
    4. E fizeste muito bem. Nada como o aconchego da alma e do corpo, em sintonia.

      Eliminar
  6. Logo mais vou ler-te com atenção, é mesmo só para dizer:
    Bem-vinda!!!
    (Bloga sem Uva não é a mesma coisa)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Thanks! A Uva voltou!!!!!!!!!! A ver se isto vem afinadinho...

      Eliminar
  7. Respostas
    1. Weeeeeeeeeeeeeeee! Nêzinha! Entonces? Esses Santos? Muita sarrrrdinha?

      Eliminar
  8. Bem vinda! Já estava a sentir falta de ler estes teus textos, soberbamente bem escritos.
    Olha, mas dizei-me cá, já percebi q vale a pena, mas o q viste faz-se bem enquanto turista normal, ou tiveste privilégios enquanto familiar? :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ohhhh que falta faz uma Uva falida, passada, esculpida, neste blog e nesta vida?
      Nenhuma. A bloga parece uma moreia daquelas dengosas, especialista em ocupar buracos e substitui-los por ela própria, imensa e bela.
      Venho romântica porque venho com a barrigana cheia de batatas com molho de iogurte.
      Haverias de experimentar. Logo te digo onde podes comprar romance em embalagens no LIDL.
      Tiro e queda.

      Eliminar
    2. Ahh claro, tive privilégios enquanto familiar. Não paguei estadia, o que faz toda a diferença.
      Os alemães são ricos e fazem tudo caro comá potassa.
      SE fosse para lá ficar se calhar em vez de tesa vinha depenada, descabelada, descerebrada e com as unhas numa desgraça.

      (Comprei o meu rímel no free shop e custou-me 25 euros ;))))) obrigadinhos!)

      Eliminar
    3. :) sp às ordens!
      Por acaso referia-me mais a nível de dicas de sítios a ver e eventuais locais q n sejam acessíveis a menos q estejas de carro.
      Ou seja, em chegando lá, e estando unicamente de transportes, é fazível visitar as coisas todas giras?
      As estadias são sp caras, mas admito q desde q fui apresentada ao AIRBNB sou uma pessoa nova ;)

      Eliminar
    4. Sim, de bicicleta, de metro e de comboio vês tudinho.
      Eu fui a alguns sítios de carro para fora da cidade porque estava em modo não-turista, com guias locais, o que é sempre diferente, além disso os meus primos são alemães mesmo, nasceram lá, são de lá.
      Mas se quiseres faço-te um tour.

      Eliminar
    5. I might take you up on that offer :) eventualmente poderemos voltar a alar mais p a frente ;)

      Eliminar
  9. Willkommen, querida Uva Passa.
    Um beijo,
    Outro Ente.

    ResponderEliminar
  10. Wie geht's ?
    Bem regressada sejas, Uva!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Alles klar!
      Venho super alemoa, até comprei umas Birkenstock daquelas horrorosas que dá para usar com peúga branca.
      Hahahaha
      Beijos (só para ti que és muito fofi).

      Eliminar
  11. Ainda bem que já estás de volta :)
    As fotografias estão todas espectaculares (a lembrar algumas quadros de Casper David Friedrich :)
    um beijinho
    Gábi

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E o cabelo??? O meu cabelo parece de diva não parece? Tudo tanga. Aquilo assim de costas até tem bom aspeto mas são três pelos ali pendurados ao Deus dará.
      Ilusão de ótica pura.
      ;)))
      Abracinho redondinha.

      Eliminar
    2. Assim, a modos que, por "detrás miúda, até pareço eu". Sem ofensa, claro.

      Eliminar
    3. A sério? Olha que engraçado. Não sabia que também eras blondina (termo alemão usado por portugueses para identificar as loiras alemãs).

      Eliminar
  12. Olá Uva!
    E não é que estás de volta sã e salva, venha de lá esse abraço :)

    ResponderEliminar
  13. Ah já cá estás e aposto que ficaste fã da Alemanha :)
    Ai que saudades... ai pretzels, ai esse verde imenso... fotos maravilhosas. Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Fanzaça mas eles são muito caros. Se eu fosse rica talvez me afeiçoasse mais, assim talvez pense duas vezes em lá voltar.

      Eliminar
  14. Alô, loira! :)
    Bom regresso.
    Olha lá, e os três pêlos de rato que eram o teu cabelo (de que te queixavas!), onde andam? Essa farta cabeleira douradíssima não é piruk... :P
    Cá beijinho.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Alô!! Estás boa miúda? A borbulha do teu amor pequeno já se foi? Com álcool? ;))) que doideira vai nessa casa! ;))))
      Tenho lido, andas a dar-lhe! Boa!

      Tu não percebes que aquilo é das fotografias, assim de costas engana pah. São três cabelos, que são, e tive sorte de os pintar da ultima vez num cabeleireiro em condições, caso contrário nem uma fotografia aqui punha!

      Cá abraço dos mais apertados!

      Eliminar
  15. Que Uva tão gira :) :) :) Bom regresso.

    ResponderEliminar
  16. voltasteeeeeeeeeeeee, pá

    :-) estás a ber, estás? correu tudo benhe...

    ResponderEliminar
  17. Valeu a pena voar cara U.!
    Abraço!

    ( quem é aquela senhora loira que se meteu à frente de todas as fotografias ?! ;)

    ResponderEliminar