É uma história magnífica.
Certa noite, escura como breu, saía o avô da taberna, e como sempre, cantava. Dava-lhe para cantar às noites, não sei se para afogar as mágoas ou se por sair da taberna com as mágoas já afogadas. Tanto faz.
O caminho para casa fazia-se por uma vereda inclinada, e inclinado, para não fazer a desfeita à vereda, caminhava o avô, com um pé na vereda e outro no carreiro, deitando culpas injustas às pernas, que lhe pareciam de cumprimento distinto.
Naquele tempo de breu, não se podia cantar à noite na rua, mas o avô, que porventura esquecera a memória na taberna, cantava e cantava tão alto que acordou a chibaria.
Foi assim, nestes preparos, que os dois fiscais da vila, esses sim bastante coxos, lhe cobraram cinco tostões pela cantiga, mas como o avô não tinha um tostão inteiro, quanto mais um furado, prenderam-no, e a história não fica por aqui.
cá estarei para ler...
ResponderEliminarQuero saber mais sobre o avô Joaquim.
ResponderEliminarMaria Lopes
Sábado.
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