5 de junho de 2017

CABRONERO

Ouvi, não me perguntem onde, que um bom pastor tosquia as suas ovelhas. Não as esfola.

Posto isto, vou aqui contar uma cena que se passou comigo e que vem confirmar que o cabronero do Edward A. Murphy existe, está vivo - apesar do seu epitáfio dizer que não - e continua a espargir lá de cima das alturas a sua lei-sanófabitch, como se fossemos papoilas no campo a florir, cheias de sede dessas merdas que ele diz que correm todas mal.
Como sabeis eu gosto muito de andar de bicicleta. E gosto tanto de andar de bicicleta que passei o inverno todo a esconjurar o tempo, o frio e a chuva, os exames, a sogra, e os TPC, que em última instância foram os soldados-rasos enviados pelo cabronero do Murphy para me desgraçar toda uma estação - desportivamente falando. Quando eu queria andar de bike, havia sempre uma porra qualquer que podendo correr mal, corria, e eu nem sou grande amiga desse cabronero.
Não meti o nalguedo em cima do selim mais de um par de vezes (e estou a ser sarcástica) pelo que as badanas do Natal e da Santa Páscoa deram à costa forte e feio, e aqui a gorda da Uva, chegou aquela situação vergonhosa de cair da cama para os dois lados, de costas, qual insecto monstruoso, mexendo as patinhas. Gregor Samsa sabe do que falo, e todos sabemos como é que a brincadeira acabou.
Uma tristeza.
Mas o nosso sol português despertou, lançou o seu atrofio british-sazonal para as calendas, e lá apareceram carradas de oportunidades para pedalar, em diversos eventos da modalidade.
Um dos eventos, o mais aguardado, é já no dia 11 deste mês, em Tábua.
Escusado será dizer-vos que esperei carradas de meses para finalmente participar naquilo que poderia ter vindo a ser, não fosse o caso de não ser.




Porquê?
Porque o Universo, na sua infatigável ironia, voltou a rir-se de mim.

Vejam bem a estupidez desta situação.
No sábado fui jantar a casa de umas pessoas que moram num prédio com um elevador.
Subi para dentro do elevador e por coisas lá do cabronero do Murphy, o elevador desceu novamente.
Eu estava distraída, e vinha com um pé em falso, calçado com um sapado merdoso da Seaside que NUNCA! deveria ter saída da loja. Ora como sabem, o elevador ao descer, pára. Pois. Mas aquilo parou de repente, mas parou tão de repente que eu dei o maior malho desta vida, dentro de um elevador, estendida tipo vírgula, com um pé todo torcido, debaixo dum imenso nalguedo.

Topem bem esta cena do demónio.
Claro está que o pé começou a doer, a inchar, a inchar, a inchar, de tal modo que já não dava para perceber o que era o meu pé e o que era o meu rabo.
O espetacular evento BTT Tábua, fico-se por ali, deitado ao comprido.

Mas não pensem que isto acabou assim.
O cabronero do Murphy encontrou ainda uma última maneira de se rir de mim, do meu pé, das minhas badanas, e da minha miserável vida.
O meu querido marido, que muito simpaticamente se ficou a rir de mim, toda torcida com um pé desaparecido algures debaixo do meu nalguedo, colocou, ao chegarmos à mesa dos convivas, uma garrafa de vinho que foi comprar à pressa numa mercearia ali ao lado.



Oh pá!

6 comentários:

  1. Ahahahahaha desculpa

    Ahahahhahahahhaha

    Pronto, parei. (Quero um marido assim ;) )

    As melhoras, beijinho

    ResponderEliminar
  2. (estou aqui a fazer um esforço do caraças para não gargalhar como a Be :)) mas a culpa é tua, que escreves como se tivesse sido divertido :b)

    ResponderEliminar
  3. do meu sofá para esse pé, as mais rápidas melhoras.
    beijinhos,
    Mia

    ResponderEliminar
  4. eheheh só te resta guardar a tábua para o ano que vem. Põe-te fina :))

    ResponderEliminar
  5. Eu só vinha fazer duas reclamações. Primeiro estava à espera de te ler sobre a Carbonero e estava em ânsias... :))) depois, acho que deves estar a exagerar nisso de estares gorda que senão não conseguias cair num elevador. Pronto, por agora é tudo. ;)

    ResponderEliminar
  6. Sim senhora, querida Uva, trilhos para profissionais.
    Estou alegremente surpreendido!

    ResponderEliminar