Ou pela boca morre o peixe.
Tanto faz.
Hoje trago uma história cheia de línguas.
Não é uma história poliglota, é antes uma história comezinha, dessas de bairro, que se propaga pelas janelas entreabertas, das vizinhas.
Eu tinha uma vizinha que tinha uma grande língua. Lá da janela dela, onde calejava os cotovelos, nada lhe podia escapar. Estava ali otimamente posicionada, na principal artéria da vila, e mesmo que alguém lhe tivesse alguma quezília, por a ver sempre ali a bisbilhotar - como se fosse possível a alguém não ter inimigos - a verdade é que a vizinha era muito visitada e todos lá iam falar-lhe da vida.
E ela era querida, afinal bonomia não lhe faltava, e era também divertida, afinal diversão não lhe faltava, mas então, aquela língua!, aquela língua de aguarela que tudo esborratava, dava cabo dela e da vida de muita gente.
Um dia, porque me viu ali passar, deu em tirar satisfações. Usava a técnica da simpatia-paternalista, e entre os dentes, lá ia perguntando se eu assim se eu assado, pois que a ela, que ali estava muito observadora de tudo, lhe tinha parecido que eu cozido e que eu frito, depois de ponderadas as várias hipóteses da sua inequívoca e informada opinião.
No caso um mexerico, coisa de pouca monta, mas que a consumia de curiosidade.
Da mesma maneira que os sistemas imunitários hipersensíveis podem beneficiar da remoção das amígdalas (por exemplo pessoas que sofrem de doenças auto-imunes como a psoríase ou a esclerose múltipla), tendo em conta que as amígdalas são o principal centro de formação do nosso exército imunitário e que é delas que os anticorpos saem para combater as bactérias, também pode ser benéfico remover, senão as vizinhas abelhudas, pelo menos o trajecto.
A mim removeram-me as amígdalas e tenho psoríase. Infelizmente a psoríase está cada vez pior e a parte do couro cabeludo é a mais afectadas. Tenho 30 anos e praticamente não tenho cabelo, nem imagino compo seria se ainda tivesse as amígdalas.
ResponderEliminarEnfim, ainda bem que e operaram aos 3 anos.