9 de novembro de 2017

DA SEMELHANÇA

Não somos diferentes dos outros.
Somos todos humanidade.
Pode haver quem por força das condições de vida, ou condições intelectuais, se torne menos humanizado, ou um humano de qualidades superlativas, mas no fundo somos todos um punhado de soldados feitos de uma peça só.

Acontece que não é para este modelo de heterogeneidade que caminhamos, aliás, a maior parte de nós faz de tudo um pouco para ser diferente, muda de penteado, deixa crescer a barba, escreve posts inteiros sem usar uma única letra maiúscula.
Artistas, dizem.
São explosões de personalidade desencaixada, que não gosta do sistema, que parte serviços de loiça inteiros, desses que percorrem várias gerações na família, só para se distanciar daquela que não é mais do a Natureza dos homens, a natureza que nos impele a sentar à mesa ... e comer em pratos.

Eu também já quis ser diferente.
A diferença é uma coisa boa quando corre bem, quando conseguimos ser diferentes por um período de tempo que nos permita um mínimo de felicidade - e um mínimo de adaptação à nova funcionalidade que passamos a ter no mesmo sistema de sempre. Acontece que a normalidade da diferença avança desenfreada e logo depois, pouco depois, se nos atentarmos à velocidade que todos imprimimos à nossa vida, logo depois, dizia eu, a diferença é clonada e passa a moda.

Interessa depois correr para fora da moda. O vulgar da moda, que é estar na moda, é isso mesmo, vulgar. E a vulgaridade rompe os estigmas, e torna-se algo diferente o ser igual.
Acontece que depois, e porque todos nós somos humanidade a querer fugir do vulgar, acabamos todos exatamente no mesmo sítio.
Na extrema vulgaridade de sermos todos diferentes.
Lutando por sermos aceites pelos que nos são iguais.
 













@Photographer Stefan Draschan visits museums around Europe to see not just the artwork but the people observing the artwork.

Sem comentários:

Enviar um comentário