2 de janeiro de 2014

Passas Trocadas Sonhos Perdidos!

Quando na noite de passagem de ano, dei finalmente conta das 12 passas que colocaram em frente ao meu prato, já toda a minha gente se agitava em torno do Santo Graal.
Não dou importância às ditas, e talvez por isso mesmo,  me dispus a observar os comensais, na loucura que ali se criou, e que se cria sempre, ano após ano, em torno das 12 caganitas pretas, com sabor a roupa velha.
Intriga-me francamente, o estranho ritual; é que Por Amor de Deus!, engolir aquela amalgama de berlindes-abafadores e escolher entrar no ano novo engolfando de supetão 12 passas duras, gasganete abaixo, em nome da superstição tradição, tem muito que se lhe diga.
Isto quando a coisa corre bem, que eu já vi pessoas ainda de volta das passas, 2 horas depois da meia noite.
Mas este ano, tivemos um ladrão de galinhas, e isso é digno de se contar.
Vou então enquadrar a cena:
Mesa corrida, 8 caramelos.
Do meu lado esquerdo J.M. de braços no ar e sovacos por depilar, assim que viu as passas, começou a algarviada do costume. Dava indicações sonoras ao empregado, com uma coisa preta na mão.
- Oiça cá, isto não é uma passa, isto é uma ameixa, uma barata gigante! 
E recusando-se terminantemente a comê-la, exigía com murros de peito, passas magras, a lembrar o ano que se ia findando.
Mais à frente, um rapaz de ar desconfiado, abria e fechava a mão, contabilizando sempre o número de passas que ali tinha colocado, não fosse alguma pisgar-se e arruinar-lhe o subsídio de férias, desejo que vinha pedindo ao Cavaco, sem sucesso...
Um pouco mais afastada, S.P. estava atenta a todos os movimentos circundandes. Vi-a então semicerrar os olhos em direção às suas passas. Observou-as e alinhou-as metodicamente em duas filas de 5. Começa por conta-las várias vezes, fazendo contas de cabeça, dividindo, multiplicando as 12 passas como se fosse uma contabilista paranóica se ali, no meio das 12 estivesse um grande gajo desejo superlativo.
É no entanto, e sem esperar, surpreendida com um golpe horrendo. Uma passa terrivelmente mirrada, tentava passar despercebida entre as outras 11 que lhe calharam em sorte. Franze o cenho e, esperta que nem um alho, olha oportunamente em volta.
Aproveitando que o amigo F.G. ao seu lado, estava totalmente embasbacado distraído com a confusão que sempre se estabelece entre a namorada e os empregados em geral, troca rápida e furtivamente a passa mirrada dela, por uma dele, muito mais jeitosa.
Satisfeita com a comenda, levanta a cabeça para comprovar o sucesso da iniciativa.
Mas quando os olhinhos matreiros se juntam aos demais, dá de caras com o designer estrábico que só serviu para fazer um filme onde apenas aparecem as pernas das pessoas, e é neste momento que a amiga S.P. se apercebe que o desenrolar da sua ação, foi tudo menos um êxito.
- Teve que ser! Disse S.P. entre os dentes.
- Eu sabia que esta passa me iria lixar o ano!!!
Ora, ora, ora. Qual mal tem ensovacar uma inocente uva-passa ao amigo F.G?
Nenhum, mas vendo pela qualidade da passa gamada, aquela era de certeza a que estava destinada ao maior desejo de F.G., e se bem conheço o tipo, o seu maior desejo é que lhe nasça uma farta cabeleira.
Ora, na troca das passas o resultado foi desastroso, como tão bem se vê pelas imagens captadas no dia seguinte da nossa S.P..


Infelizmente, os inocentes são sempre os mais desgraçados, e acabo de saber
que na alvorada do ano, F.G. acordou com dois marmelos peludos... um desejo antigo de S.P.
 

 

2 comentários:

  1. Susi Pala Tás lixada!

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  2. FG. tenho aqui um wonderbra do tempo em que eu ainda tinha umas mamas como as tuas, se quiseres...

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