6 de maio de 2014

Por falar em caracóis...

 
 
RECEITA DE CARACÓIS
DA UVA PASSA
 
 
Não, não quero ser uma bloguer-cabeça-de-alho-michelin, mas acho que por esta altura já posso, com grande fiança, deixar aos meus milhares de seguidores, por todo o mundo, a minha receita de caracóis.
 
 
Então isto é assim:
 
1- O caracol quer-se bem lavado.
Meter os caracóis dentro de água e esperar que eles se lavem sozinhos, é exatamente o mesmo que me acontece a mim quando mando a minha filha lavar os dentes... resultado: ficam lá os dentes na mesma; por isso toca a lavar o caracol em bastante água e em várias águas, até aquela sensação de viscosidade (ranhoca) nas mãos, desaparecer o mais possível. Caso contrário, vão servir os caracóis numa água que mais parece um lodo cheio de olhos de sapo.
 
2 - Tenham lá calma com os temperos.
Fazer caracóis não é o mesmo que fazer uma feijoada, por isso não vale a pena atulharem aquilo com chouriços, cebolas, bacon, e coisas estranhas, que depois só vão é camuflar o sabor autêntico da bicharada. E é uma possidonisse tremenda.
 
3 - A mania que as pessoas têm de meter o caracol ao lume e vá temperos lá para dentro, deixa-me furiosa. O caracol quer-se chupado, não é cá com o palito. Além se ser um bicho que se encolhe ao mais leve sinal físico ou químico. Se metes o caracol dentro de água e mandas lá para dentro o sal e a panóplia toda de temperos, o caracol encolhe-se todo e lá se vai o brilharete. Assim, o segredo é simples: metes o caracol lavado dentro do tacho vazio, de seguida enches com água fria até tapares em um dedo os caracóis com a água, e depois acendes o fogão NO MÌNIMO e deixas os sacanas ficarem cheios de calor. Ao sentirem o calor, os caracóis saem da casca, e depois, como já estão a cozer e ficam sem força para voltar lá para dentro (onde está ainda mais calor) morrem todos de fora. 
Durante este processo lento, alguns mais afoitos tentam sair. É deixá-lo sair para não ficares com um peso tão grande na consciência. Eu mando os fugitivos para a varanda do meu vizinho, mas ele não sabe. 
NÃO TAPEM O TACHO.
 
4 - Quando os meninos todos já tiverem esticado o pernil, é que é de atacar com os temperos em massa. Tudo lá para dentro ao mesmo tempo. Mexer bem com uma colher de pau.
 
5 - Agora levantas o lume e deixas ferver 3 minutos. Com uma espumadeira (não sei se é assim que se chama, mas passa a ser, aqui neste blogue) tiras a espuma branca que vai levantar na fervura. É a ranhoca cozida que não interessa manter, nem acrescenta grande coisa ao prato.
 
6 - No final de tudo, largas as bombas malaguetas que quiseres, espremes um limão, deitas meio copo de água de cerveja lá para dentro (havia de ser para donde?), e deixas apurar 10 minutos. Toma atenção a isto: o molho deve estar muito salgado, já os caracóis demoram a tomar de sal, pelo que se isto te acontecer não te preocupes. Prova o caracol e descansa a passarinha. Está tudo bem!
 
OS TEMPEROS
- Alhos (cabeças descascadas e fatiadas + cabeças de alho pisadas com casca, 3 ou 4)
- Orégãos (usar e abusar destas ervas - uma mão muito cheia e não se perde nada)
- Caldo Knorr de galinha (1 ou 2 cubos) - 2 cubos para 5 kg
- 2 folhecas de louro
- Sal (uma manzada bem cheia de sal para cada 2 litros de caracol) 
- Malaguetas
- Cerveja
- 1 limão
 
Bom apetite!!
 
 



4 comentários:

  1. grata!!!!
    Nunca me aventurei a fazer caracóis, mas acho que este ano é que é!

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  2. Hheheheheheh!
    Vai por mim, que eu sou mais do que perita. Fiz toneladas de caracóis e comi ainda mais.
    Aliás, se leres o meu post anterior ficas logo a saber porquê! É tudo verdade, menos o terem-me nascidos caracois na cabeça... o que é uma pena!

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  3. Eu não gosto de caracóis mas se os houver bons serão com toda a certeza os teus.

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  4. Faço-te caracoletas assadas. Com molhenga.
    Não quero que falta nada à Loira, aliás a nenhuma loira... hehehehe.

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