18 de março de 2015

Quereis ficar com muita inveja do meu marido?

Eu cá nasci no Hospital de Santa Maria, à força, porque lá no subúrbio onde tínhamos um T1 com quintal não havia parteiras e a minha mãe estava já farta de fumar às escondidas, caso contrário uma dessas mulheres de buço muito negro que puxa pela cabeça ou pelos pés dos gaiatos quando a hora aperta, ou a impaciência desperta, serviria muito bem para me arrancar das entranhas da minha mãe.
Ele não. 
Ele nasceu com hora marcada, numa clínica higienizada, com médicos especialistas, e máquinas alemãs de medir as contrações. Tudo programado ao mais infímo pormenor, meu rico menino, havia lá agora de nascer num pútrido hospital, cheio de empregadas fabris.
As mães, que eu saiba, têm muitas culpas no cartório no que toca aos ensinamentos que passam aos seus rebentos, em relação às outras mulheres e a elas próprias.
Há estudos que demonstram que mulheres que se dedicam em demasia aos filhos, e ao marido, desistindo de uma carreira profissional fora de casa, para se dedicar às infinitas lides domésticas, amiúde transportam para a inacabada cabeça do petiz uma visão misógina da vida doméstica que os transforma em autênticas bestas humanas, capazes de atos hediondos como largar pingos de mijo na sanita familiar ou chegar a casa, dar um valente apalpão no rabo da sua senhora, e segredar-lhe ao ouvido (já com a mini sagres na mão), 'eu hoje vou-lhe usar'.
Pois que não.
Terei eu casado com a exceção?

Estimada sogra parece que fez ali um bom trabalho, ou pelo menos parece que fez o petiz interessar-se pelas suas infinitas tarefas domésticas, de forma a que ele as soubesse reproduzir em caso de necessidade.
E o engenho ficou totalmente aguçado quando estimado marido se deparou com uma loira muito alta, mas muito simpática, a dormir-lhe na mesma cama, com a anilha enfiada no dedo.
A necessidade, doravante chamada Uva Passa, transformou aquilo que estava destinado a ser um inepto marido, num inefável (e a palavra é mesmo esta) e ultra-profissional dono de casa.
Pois é isso mesmo, e quem quer bons maridos que os procure em boas mães.
Acontece que apesar de sermos ambas loiras, eu e estimada sogra, eu não sou a mãezinha, e se há coisa que aprendi lá para as bandas do subúrbio, através da lenga-lenga faz o que eu digo não faças como eu faço, foi a evitar a todo o custo que os petizes com quem nos casamos nos confundam com as suas mãezinhas, infinitamente criadas e submissas, cheias de pena dos meninos, coitadinhos, sabem lá eles lavar o prato ou pendurar as cuecas.

Estimado homem não se acanha e lava muito bem a loiça.
Não pensem que vou cair na esparrela do 'ai, o meu marido ajuda-me imenso', não, não ajuda nada, porque ele faz o que tem de fazer, que é praticamente tudo, e eu faço o que tenho a fazer, que é praticamente tudo.
Não há cá divisão de tarefas, que isso está totalmente ultrapassado. Fazemos os dois tudo, sendo que há coisas que ele faz melhor, e nesse campo eu não o contrario.
Vá, não fiquem já tristes com os vossos petizes. Perguntem às vossas mães 'aquela tática-infalível-para-meter-maridos-a-trabalhar-em-casa' que elas logo vos elucidam...
Mas avante. Querem dicas não é verdade?
Estimado marido é o dono do avental lá em casa, porque diz que cozinhar o acalma. Ora e o que faço eu neste capítulo? Lana caprina: enervo-o muito para ele ter necessidade de se acalmar. E vói-lá, a parte das refeições fica totalmente controlada.
As camas também são tarefa masculina. Os cobertores são muito pesados para a minha fraca figura e estimado homem tem pena de mim. Se passarem a assumir uma postura ligeiramente inclinada e meterem as mãos nas cadeiras, de certeza que os convencem. É experimentar. Diz que resulta.
E por aí fora, sempre nesta ótica inteligente que é o amor incondicional deles.

Temos que analisar que três gatos pingados que saem às 8 da matina e chegam às 9 da noite pouco sujam, mas todas as coisinhas de somenos que todos temos que fazer, eu faço, ele faz e nem sequer é com má cara. Tudo sabe fazer, em tudo tem boa vontade, e eu não saberia viver de outra forma.
É que sobra-nos imenso tempo para as coisas realmente importantes!, como por exemplo dormir.
Ontem, numa festarola familiar, dizia-me a minha avó muito contente: 'já viste minha filha, já vais fazer 10 anos de casada' e eu fico a pensar que se o estimado marido fosse capaz de atos hediondos como largar pingos de mijo na sanita familiar, não estender ou apanhar roupa, não levantar mesas e fazer máquinas, não despejar lixos e todos essas coisas obrigatórias e aborrecidas do dia a dia, que niguém gosta de fazer, e ainda tivesse a distinta lata de chegar a casa, dar-me um valente apalpão no rabo e segredar-me ao ouvido que 'hoje à noite eu vou-lhe usar', eu era bem capaz de me encontrar por estes dias, muito sossegada, sentada na sala, casada com a minha empregada da limpeza.


37 comentários:

  1. Pertinente.
    Haja quem não caia nas esparrelas de dizer coisas que na realidade são uma extensão do machismo.
    Faz muito tempo que identifiquei as mães como as principais responsáveis pelos homens que por aí andam. Uma boa mãe não é assim tão fácil, afinal. Basta olhar em volta...

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    1. Sem tirar nem por!
      Somos nós contra nós próprias, ou seja, as sogras contra as noras!
      Ou mais ou menos isto...

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  2. Pois que a minha sogra fez um bom trabalho e ele é muito respeitador do direito fundamental de todos os membros da família a usarem um wc limpo.

    Realmente não limpa (limpar pó, passar pronto nos móveis, aspirar, lavar vidros, chão e wc, mudar as roupas da cama), não lava roupa (mas separar a roupa e ligar a máquina), nem passa, mas por sistema eu também não o faço, temos uma senhora que vem duas vezes por semana e trata da roupa e faz as limpezas maiores e nos trata da roupa. Não gosta de tirar a louça da máquina, eu também não, é estranho, supostamente seria pior tarefa enchê-la de louça suja, mas lá o vamos fazendo, umas vezes ele, outras vezes eu. Não gosta de ir despejar o lixo, mas vai, contrariado, como eu vou quando me toca a vez. Tenho sérias dúvidas se seria mais feliz se ele se dedicasse mais às tarefas domésticas, como ele tem dúvidas se fosse o caso de ser eu a dedicar-me a elas (se um dia deixarmos de poder pagar a quem o faça, pois que remédio teremos nós, mas por enquanto vivemos felizes nesta "não partilha"). Fará outras tarefas, igualmente importantes, em prol da harmonia do lar.

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    1. Estimado marido faz tudo sem exceção e faz bem. Também temos empregada uma vez por semana, que também passa a ferro, mas tudo o que fica por fazer depois disso, ele faz tudinho. Basta ser preciso fazer.
      Eu sou muito feliz assim, e isso é que importa. Cumpram todos a sua parte e tudo custará muito menos.
      Abraço!

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    2. Eu já deixei de me perguntar o que leva uma mulher a manter um casamento que, avaliar pelas queixas, não funciona. Mas depois percebi que funciona. Simplesmente funciona de uma forma diferente do meu e daquilo que eu quero para mim. Acho que cada família deve encontrar as dinâmicas que mais lhes convêm. Aquela será a dinâmica que lhes convém, eles a não terem préstimo (acho que elas exageram nas críticas aos maridos na mesma proporção que o fazem em relação aos elogios aos filhos) e elas a queixarem-se às amigas em vez de falarem com eles ou fazerem alguma coisa para mudar a situação.

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    3. Também concordo, mas às vezes não há nada que se possa fazer para mudar a situação porque as pessoas são irrascíveis sobretudo naquilo que não querem fazer. E andar a lamber a casa, suponho que é das mais fortes.

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    4. Mas depois há os momentos em que um homem tem de fazer o que um homem tem de fazer. Não vamos deixar o lixo a cheirar mal no caixote porque nenhum dos dois gosta de o levar ao lixo. Estive uns temos sem empregada e a casa continuou limpa, a roupa lavada e passada. Se gostei? Não, preferia estar enroscadinha no sofá a namorar com ele, mas olha, enquanto eu passava ele aspirava, enqunato eu limpava ele cozinhava. Se chego a casa mais cedo é natural que faça eu o jantar ou que seja eu a dar banho à miúda, afinal de contas ele não está nos copos com os amiGos, está a trabalhar. O mesmo vale para os dias em que ele chega primeiro.

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    5. Pois digo-te já que esse é o segredo do sucesso! Isso é casamento para bodas de ouro!!!

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  3. Costumo dizer que, o meu faz porque tem medo de mim. Também conta, não conta? :DDD

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    1. Conta, conta, ó lécas!
      Abraço!

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    2. Ahahahah!
      O medo é um argumento muito válido, e ainda por cima funciona.

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  4. Não tenho inveja do teu marido, tenho inveja é de ti! É que no caso do meu também faz tudo o que lhe compete mas não veio ensinado de casa da mãe não, tive eu que ter muita luta e muita paciência. Mas valeu a pena.

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  5. Não sou casada mas sempre ouvi dizer que para se ver a verdadeira essência de um homem é observar a sua relação com a mãe!
    (Eu cá não quero meninos da mamã inúteis, acho que vou passar a elaborar um inquérito por cruzinhas como pré requisito...)

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    1. Faz isso. Mas faz mesmo. Ter alguém em casa que só nos serve na cama e pouco mais, é do mais pindérico que há.
      E não está nada na moda.

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    2. Se não está na moda, não quero! :C

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  6. Começo a achar que eu sou a metade inútil do casal, pois ele, quando faz, faz melhor do que eu, à excepção do passar a ferro. De resto, é um faz-tudo. A necessidade assim o obrigou, não a mãe.

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    1. A necessidade!! Ora nem mais. És das que tem bom karma. Tens andado a portar-te bem em vidas anteriores e ganhaste um bom homem.

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    2. Pois parece que sim :) Mas bolas, podia listar aqui todos os defeitos dele e só acabava amanhã, com sorte... :P

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  7. Tenho a certeza que a minha nora, seja lá quem vier a ser, me vai agradecer muito aquilo que o meu filho agora tanto reclama. Sai daqui a saber muito bem o que tem de fazer e, especialmente o que não pode, mesmo, fazer. Repito muitas vezes : olha que não há mulher nenhuma que ature isso hã!!! Às vezes também digo que isto ou aquilo, comigo, não tinha hipótese. E ele bufa. Pois. E eu penso na boa relação com a nora que há-de vir. Vai sair dali um bom partido. :)

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    1. Que bom, que bom! Isso é do berço cara amiga, do berço.
      O meu veio impecável!

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    2. Mas tal como é de berço que se criam "bons maridos", também é de berço que se criam mulheres que , ao contrário do que a anónima diz ao filho, lamentavelmente aturam isso e muito mais.
      Uma boa mãe será uma boa sogra.

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    3. Ah pois, a lição que ele leva daqui é que uma mulher que se preze não atura certas madurezas. Já me chegou a responder que desconfia que eu vou estar sempre do lado da nora ao que eu retorqui dizendo que se o lado da razão for o dela, é muito provável que sim. Fica danado e eu convencida de que estou a fazer um bom trabalho :)

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  8. O meu morou com um colega, q por acaso é bom rapaz mas mta desorganizado e desleixado nas lides da casa, antes de juntarmos os trapinhos...logo, tive a coisa facilitada :p mas por acaso agora anda mais baldas, eu tb. Sim, andamos a pensar arranjar alguem, q isto com a cria é mais complicado.

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    1. É o dinheiro mais bem gasto. Eu pago 18€ por semana, 74€ por mês. 4 horas semana. Pah, quero lá saber. Farto-me de trabalhar! E foi precisamente quando nasceu a ML que decidimos. Estava farta de passar os fins de semana agarrada à casa.

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  9. Sabe o que lhe digo, minha amiga? A inveja é pecado e coisa feia, mas acabo de ficar inchada da mesma , mas tão inchada, que tenho de ir verificar nos meus apontamentos se tenho cá em casa algo, que possa contrapor para sossegar o espírito, agora que a noite cai! Se há maldade no mundo. este post, é uma autêntica sublimação. :))

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    1. Hahahahahahahahahahahahaha tu és deliciosamente espirituosa miúda!

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    2. espirituosa (agradecida) ! e invejosa! revelação pouco abonatória. sábado? confissão e penitência, já!

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  10. Marido bom é fruto de mulher boa (boa mulher e mulher boa, claro) : :)))))

    Beijocas, Uvinha. :)

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  11. Uva, estou casada há 30 anos. O meu marido foi muito "mal educado" pela mãe: não faz nada em casa, nem sabe fazer (e nem está interessado), e eu estou cansada de cozinhar. O meu sonho era ter um marido que preparasse as refeições e não me perguntasse o que era o jantar ou o almoço (no entanto tem muitas outras qualidades). Mas o meu filho já foi muito bem ensinado pela mãezinha. Ele sabe fazer de tudo um pouco. Limpa, põe a roupa a lavar, a secar, cozinha, lava a loiça, etc. A minha nora está muito feliz ( e descansada).
    Agora, eu tenho que arranjar alguém me ajude, pois a idade já pesa. (E sim , tenho inveja de si, inveja da boa, quem me dera ter um cozinheiro em casa).
    Beijinho Uva.

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    1. Tu és da geração dos meus pais. O meu pai é muito bom moço, mas olha fazer coisas só na horta.
      Lá em casa nikles, mas a minha mãe sabe bem que foi ela que o habituou mal.
      Eram assim as coisas. Hoje tudo mudou e homem que não se ajeite nas lides domésticas dificilmente aguenta um casamento.
      Fazes muito bem em ensinar. Saber não ocupa lugar e nunca sabemos o que nos reserva o futuro. Temos de ser independentes. E isso é um orgulho e uma vaidade.

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  12. Eu depois de ver como minha santa sogra tratava o seu filhinho que até as espinhas do peixinho lhe tirava coitadinho, tratei logo de o domesticar. Posso dizer querida Uva, que sou uma boa domadora de filhinhos de Mamãe, tenho um belo exemplar. Mas há aqui um busílis nesta minha questão, uma pedra no sapato, uma falha no livro de instruções, não consegui ainda domesticar os meus próprios filhos. Raios! :)))

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    1. CUIDADO! Estás a pisar o risco! As noras vão cair-te em cima!!!!!

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  13. Que horror... nem sei muito bem o que pensar. E eu q a tinha em tão boa conta...

    Parece-me tudo isto tão cliché, tão revista feminina no seu pior. Mães que educam mal os filhos, que por sua vez são salvos por "boas" mulheres que os "domesticam" (domesticam?!) e os põem no lugar, no bom caminho, sim porque um bom homem faz de tudo em casa, tudo o que não queremos fazer e mais um bolo, e fazem-no em silêncio, felizes, contentes.

    Medonho! medonho, mesmo!

    Caríssimas, o que seria a vossa opinião acerca de um post destes, narrado no masculino, e sobre papel das boas mulheres, aquelas bem educadinhas pelas mãe, que sabem bem qual o seu papel e lugar. Que cozinha muito bem para o maridinho, que tem tudo limpinho e arrumadinho e que se for preciso prega um botão ou fazem uma bainha. E feliz, porque foi menina que foi muito bem educada pela mãe, que sabe o seu papel e não tem frescuras. Uma mulher de meter inveja a qualquer um, bem educada pela maezinha e domesticada por seu maridinho.

    Hummm... não gostei.
    Francisca

    PS_ e sim, sou casada, tenho filhos e uma rotina normal. O meu marido faz o q tem que fazer, como eu. Sempre que tem q ser e quando lhe apetece. Nenhum de nós é a autoridade domestica lá da casa, o que há para fazer faz-se.

    Mas o que ele faz mesmo bem, e isso sim, é o mais importante para mim, para nós, e isso sim é de fazer roer qq uma de inveja, nada tem a ver com lides domesticas...


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    1. Olá Francisca.
      Parece então que agora que lhe fiquei em má conta.
      Bom, mas isso temos tempo, ambas as duas, de concertar. Discordamos neste, mas logo havemos de concordar em outros.

      Mas ao post:
      Palavras suas: O meu marido faz o que tem de fazer, como eu. Sempre que tem de ser e quando lhe apetece. Nenhum de nós é a autoridade domestica lá da casa, o que há para fazer faz-se.

      Palavras minhas: porque ele faz o que tem de fazer, que é praticamente tudo, e eu faço o que tenho a fazer, que é praticamente tudo. Não há cá divisão de tarefas, que isso está totalmente ultrapassado. Fazemos os dois tudo.

      Não vejo grande diferença.

      Mas sim, tenho para mim (posso estar errada, mas ainda ninguém fez um estudo sério sobre isto) que o excessivo amor de mãe aos filhos homens, aquele fazer por ele ser menino, e certas coisas não serem coisas-de-meninos, leva ali, ou pode levar, que eu não sou de generalizar, um preconceito para o futuro. Já não sei onde li Francisca, mas houve uma mãe que testemunhou uma situação caricata na creche do filho quando se preparavam para uma atividade em sala. A atividade era mista e tinha a ver com a 'casa' ou algo assim. Na divisão das tarefas (nota que eram crianças ali nos 6 anos) os meninos não aceitaram fazer certas coisas porque eram 'coisas de meninas'. Sim isto parece-me cliché, de tão vulgar.
      Com quem aprendem as crianças? Pois.

      No entanto, a acrescentar ali ao teu 2º parágrafo, em que acho que foste um bocadinho para fora de pé em relação ao que escrevi, no caso de este post ter sido escrito por um homem, creio que o que diria não era que a sua mulher estava domesticada pela mãezinha (não sei de onde foste tirar isso – ensinar aos filhos/as tarefas domésticas não é o mesmo que domesticar, nem nós somos animais domesticáveis e nem vivemos no Islão) era que a mãe ensinou a sua filha a ser gente, a ultrapassar os arquétipos, apoioando-a na sua escolaridade e na sua formação, ensinando-a a sair de casa e a ser independente, coisa que aumentou desde a geração dos nosso pais aí uns 300%.
      Quer isto dizer, utilizando o termo ali de cima, as mulheres estão (des)domesticadas, isto é, já não baixam as orelhas.

      Relativamente à parte final, pois com certeza que fazer amor com quem amamos (julgo que te referias a isso, mas também pode ser outra coisa qualquer como plantar batatas), e ainda para mais sendo a coisa satisfatória, no sentido de ser bom para ambos, pois será um ponto a adicionar aos outros que fazem igual falta na vida de um casal.

      Um abraço.




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    2. Li com com atenção as suas palavras (como sempre faço). Acredite que não é minha intenção criticar por criticar, respondi o que respondi porque de facto o senti. Não é implicação ou vontade de destabilizar, acredite. A minha opinião (na verdade, a de todos) vale o que vale, e aqui é isso mesmo, a minha opinião, a minha sensibilidade ao tema, neste caso menos ao tema e mais ao tom, que na verdade foi o que gostei menos.

      E agora permita-me discordar uma vez mais, o mimo nunca é demasiado. O mimo é uma coisa muito boa, muito saudável, faz-nos sentir seguros, queridos, amados. E isso nunca pode ser coisa má.

      O problema é que se "educa" muitas vezes sem passar regras, principios, valores. A maior parte das crianças acredita que só tem direitos, não tem deveres. E isso é o pior. Isso é o problema. Vão crescer assim. Mas isso não é mimo, isso é falta de educação. E o problema reside precisamente na confusão entre estas duas coisas, que são absolutamente distintas.

      Podemos ter muito mimo e ser muito bem educados. Se as crianças, sejam elas raparigas ou rapazes, forem educadas, se lhes forem transmitidos valores, se forem respeitadas e ensinadas a respeitar, se tiverem regras, elas serão assim no futuro, na sua vida.
      O grande problema é a falta de educação, de principios. E isso dá origem a adultos insuportáveis, desrespeitadores.

      Mas cara uva, estou de bandeira branca em riste!
      Na verdade penso que estamos de acordo relativamente às questões centrais. Resta-nos educar muito bem as nossas crianças, dar-lhes muito mimo (eu dou muito e não me tenho saido mal :)) e fazer de tudo para que sejam pessoas boas, respeitadoras e felizes no futuro. Isso sim é importante.

      Abraço!
      Francisca

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