24 de julho de 2015

Estamos todos inundados de preconceitos


Hoje, no DESblogue.


Sobre o tema que a beautiful-blue desfolhou aqui, muito bem desfolhado [diga-se em abono da verdade], lembrei-me logo de uma cena muito estúpida, mas mesmo muito estúpida que presenciei há dias na Toys'R'us.
Um puto que ainda não devia ter 7 anos, usava, como quem usa um boné, um alargador preto em cada orelha.
Escusado será dizer que fiquei tão mal disposta que me saltaram as molas todas e fui mesmo obrigada a meter os olhos para dentro, ao mesmo tempo que tentava esconder um grande ponto de interrogação em neon pisca-pisca que nasceu no alto da minha cabeça.
Como é possível um Universo tão imensamente inteligente conspirar para juntar duas alminhas (os paizinhos) e fazê-las concordar ao mesmo tempo e na mesma criança - um filho, um filhinho tão pequenito -, em espetar com dois alargadores nas orelhas do pequeno?
Para onde se escoo a consciência de que ao fazerem-no numa criança tão pequena violaram (em toda a linha) o seu direito à liberdade sobre o seu corpo?
Fiquei a olhar para aquela mãe, que não usava brincos ou merdas definitivas que se vissem, e quase que lá fui tocar-lhe no braço para lhe perguntar se não tinha vergonha de sujeitar assim uma criança, tão pequena, a um alargador horrendo em cada orelha, e se ela teria gostado que a mãe lhe fizesse o mesmo em pequena, mas quem sabe numa bochecha ou mesmo no clitóris.
Mas, alvejada por algo invisível e no entanto de grande potência, recuei dois passos atrás, vi o sangue nas mãos e sedei o meu impulso de lhe fazer as perguntas.
O que me alvejou foi, descobri depois, uma coisa muito estúpida: o meu preconceito social.
O meu preconceito social e a minha repulsa não surgiram perante a imagem de uma criança de brincos pretos alargadores que lhe estilhaçaram as orelhas.

Não.

O meu preconceito atuou ferozmente aqui: não tenho o direito de chamar a atenção a uma mãe que decide colocar alargadores no seu filho de 6 anos, pelo simples facto de que é socialmente reprovável, e altamente perigoso, uma pessoa estranha apontar o dedo a uma mãe em plena via pública (ou privada) sobre a educação e o uso que ela entendeu fazer do seu filho.
O meu preconceito foi igualzinho ao preconceito que perpetuou (e perpetua], durante anos sem fim, aquilo que hoje é considerado um dos maiores flagelos familiares: entre marido e mulher não se mete a colher.

Nós, os outros, não podemos meter nada, mas elas, as mães, eles, os maridos, vão metendo tudo e fazendo tudo como se, e de alguma forma, fossem livres de usar os seus objetos-pessoas como e quando lhes dá na real gana.

E é este o preconceito que mata, o preconceito-covardia.

Video YouTube: Rayan  de 10 anos colocando alargadores.

41 comentários:

  1. relamente ... o mundo ta perdido enfimmmmmm

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    1. As pessoas é que às vezes acham que os filhos são coisas que podem usar como se fossem anéis ou peças de roupa, e esquecem-se que os filhos têm um futuro pela frente que pode não passar por ter dois buracos nas orelhas porque um dia a mãe e o pai acharam que era fixe.

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  2. Aos 10 (?) anos o Rayan ainda nem tem dentes definitivos...

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    1. Estive capaz de lhe dar uma dentada. Fiquei doente. O miúdo era mínimo, um palmo de gente, e depois aquelas coisas nas orelhas.

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    2. É como te digo, neste miúdo vídeo (que deve ter 6, não me parece nada ter 10) é mais definitivo o buraco que os pais lhe fizeram nas orelhas do que os dentes.
      Furei as orelhas aos 12 e porque chaguei a minha mãe durante meses todos os dias e ela fartou-se de me ouvir, por ela tinha esperado até aos 18 (que é mais ou menos o que penso fazer com a Mironinho).

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    3. Pois deve ser mais novo sim. Coitadinho. Consentiria da mesma forma se lhe quisessem furar a pilinha. Forma de dizer para explicar que não têm maturidade suficiente para saber o que fazem ao corpo com aquela idade.
      A ML já me chateou para isso, e tenho o pai e avó materna a ajudar à festa, mas já está avisada: não fura orelhas nenhumas antes dos 16.

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  3. :)
    Beautiful Blue é tão bonito, e tão azul. Obrigada.
    ~
    Alargadores numa criança com menos de 16 anos? Daqui a um ano tatuam-lhe na cara os nomes deles, pais, e fazem-lhe uma tatuagem branca pelas costas abaixo com o retrato dos dois (de preferência a darem um beijo na boca). Aos 10, pela 4.ª classe, o piercing no nariz, para poderem deixá-lo à porta do café, preso na argola da porta.

    A fertilidade está muito mal distribuída.

    (vou copiar este comentário para o Desblogue, que hoje estou varrida) :)

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    1. Tu estás aqui e lá completamente à vontadex!
      Essa de deixar a chavalada presa na porta do café com uma corrente que ata ao nariz é muito estonteante.

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  4. Não é nada diferente daquelas mães que furam as orelhas a bebés de meses. Um dia, fui comprar uma pilha para o relógio e vi uma mãe e as estúpidas das pessoas que trabalhavam naquela ourivesaria a trucidar as orelhas, tão mas tão pequeninas, de um bebé de meses que após o primeiro furo gritava e debatia-se num sofrimento atroz, perdi a vergonha e interferi, disse-lhe que não tinha aquele direito e que como mãe deixava muito a desejar. Eu ainda não tinha filhos mas aquilo foi-me às entranhas. Escusado será dizer que a seguir desanquei nas senhoras que pactuaram com aquela situação em troca de meia dúzia de tostões. Ninguém me enfrentou e o meu relógio continuou parado.
    No teu lugar teria feito o mesmo, ou seja nada, o mal já está feito e nós compactuamos com ele. Se é preconceito não sei, covardia é de certeza!

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    1. Jamis perdoaria à minha ma~e se tivesse tido a ideia peregrina de me furar as orelhas. ODEIO! brincos. É uma coisa que nunca usaria. Imagina ter dois buracos definitivos ou duas cicatrizes nos lóbulos porque tinha ido a correr coser aquilo.
      Nem pensar em fazer isso às crianças. Têm tempo de sobra para usar brincos quando forem crescidas.
      Olha tu és (como é bom de ver) uma valente mãe-coragem! Se eu fosse a mulher da retrosaria tinha-me enfiado num buraquinho e ainda hoje lá estava!!
      ;)))
      Granda Be!

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    2. A mim furaram-me as orelhas em bebé. Era um ourives que passava pelas ruas da vila e fazia esse trabalho a tooodas as meninas. Com uma agulha e depois punha uma linha para o buraco não fechar. Era "tradição", e não era boa mãe quem não furasse as orelhas às filhas.
      Que eu me lembre nunca usei brincos em criança. Depois de crescida continuo a não usar. Não gosto.
      Não digo que nunca perdoei à minha mãe. Pá, olha, que se lixe. Mas que não gosto de ver aquelas cicatrizes ali no lóbulo, não.
      Não tenho filhos nem filhas, mas se tivesse só as deixaria fazer furos nas orelhas / piercings / tatuagens depois dos 16/18.
      Dulce/Porto

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    3. Não perdoaria porque sei que não perdoaria. Sou muito ciosa da justiça, das liberdades e garantias dos seres humanos.
      Qualquer dano físico (para não falar dos outros) infringido a uma criança que lhe deixe marcas permanentes no corpo para mim era caso de polícia.
      É uma moda muito estúpida e só serve para compensar os pais e fazer dos filhos bonequinhos.
      Uma menina muito rechonchuda, com duas rosetas na cara é muito bonita, agora mete-lhe dois brincos de ouro agarrados às orelhas, ou no caso dois alargadores pretos em cada lóbulo e tira as tuas conclusões.
      Completamente azeiteiro.
      E desleal.
      Vê isto e diz-me se é normal
      http://www.insanos.com.br/posts/orelhas-de-pessoas-que-usaram-alargadores.html

      Agora transporta isto para um miúdo de 6 anos que vai acordar aos 14 com as orelhas neste estado, porque os pais acharam que era fixe.

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  5. Por acaso eu digo que se alguma vez o meu filho, 8 anos no momento, me pedir para furar as orelhas eu não tenho como lhe dizer que não, apenas posso tentar atrasar o assunto. Apenas não posso recusar de caras por uma questão de coerência.
    Sempre conheceu as irmãs, minhas enteadas, com brincos. O pai tem 3 brincos eu 5. No entanto jamais colocaria ou deixaria colocar alargadores. Um furinho minúsculo até que se torna invisível, agora um buracão. O ano passado obrigámos a mais velha, 15 anos, a tirar um alargadores que tinha comprado sozinha e a mãe não se tinha apercebido do que era aquilo.

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    1. As irmãs são filhas de outra mãe. O que as outras mães fazem aos filhos ou deixam os filhos fazer, pois, isso é lá com elas e nós, às vezes infelizmente, não podemos dizer nada.
      Julgo que brincos em crianças, alargadores, tatuagens e coisas definitivas, não.
      Fazer isso ou deixar fazer é que é incoerente com a própria idade da criança.
      Eu pinto o cabelo de loiro, a avó pinta o cabelo de loiro, o meu pai fuma, eu bebo vinho às copadas, o pai tem uma tatuagem num braço, eu saio à noite, a minha filha de 8 anos não faz nada disso porque com oito anos é simplesmente incoerente pintar o cabelo de loiro, usar brincos, fazer tatuagens, fumar, sair à noite e beber copos de vinho.
      Têm de saber /aprender a esperar, para ter o que quer, e até lá é protegê-los ao máximo das influências que não lhes trazem beneficio algum. Os brincos são precisamente esse caso.

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    2. Tudo bem que são filhas doutra mãe. Mas quando estão connosco as leis são iguais para os 3.

      O meu filho há uns meses quis deixar crescer o cabelo, eu prefiro mil vezes vê-lo de cabelo rapado, eu disse tudo bem. As regras são as mesmas que eram para as tuas irmãs: de manhã o cabelo é desenredado e não quero ouvir gritos e no momento em que chegar aos olhos/prato começa a ser preso.
      Por ele que sim, que queria rastas igual às do primo. Foi informado que as poderia fazer assim que saísse de nossa casa e vivesse do seu próprio dinheiro. Após várias discussões ficou resolvido que quando o cabelo tivesse um certo comprimento eu o levaria a fazer muitas trancinhas como as do amigo do pai.
      Claro que entretanto tentei fazê-lo mudar de opinião sobre deixar crescer o cabelo sem nunca o proibir.
      Com os brincos faria a mesma coisa, apesar de a mim não me chocar ver meninos/meninas de brincos, preferia que ele não o fizesse antes dos 16. No entanto se ele o decidir fazer realmente antes vou permitir. Eu aos 7 anos fiz uma birra descomunal à minha mãe durante uns 6 meses até ela me furar as orelhas. O meu marido com 11 anos em conjunto com o irmão mais velho e uns amigos furou as orelhas com agulha e linha e uma batata e gelo. Claro que depois levou porrrada, mas já tinha as orelhas furadas e mal furadas.

      Quanto ao cabelo agora está rapado, a mãe é muito "agressiva" a desembaraçar caracóis e andava a colocar-lhe umas molas "de menina" a segurar a franja enquanto comia.

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    3. Querida R, o cabelo é coisa de somenos. Cresce, corta-se, cresce, corta-se.
      Brincos em orelhas de crianças não choca a 90% das pessoas, é aliás cultural furar as orelhas às meninas e é vê-las ainda com 3 meses, já de brinquinho saloio de oiro na orelha.
      Eu pessoalmente acho que não se deve furar as orelhas a ninguém muito menos a crianças, e alargadores ainda menos.
      A minha filha com 8 anos faz-me uma birra descomunal e eu meto-a no quarto de castigo até lhe passar. Depois um não é coisa que me custa muito pouco dizer quando acho que certas coisas vão para além da idade.
      Era bonito se lhe desse tudo o que quer.
      Olha, sabes a última que meteu na cabeça? Ter um furão lá em casa.
      É que é já a seguir...

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    4. Mas pronto, aí está onde divergimos, eu não me importo de ver orelhas furadas a partir dos 5/6 anos, nem me choca, logo seria algo que provavelmente acabaria por dar autorização. Aliás, a mais nova do meu marido fomos nós que lhe furámos as orelhas aos 6 anos, porque ela queria (e a mãe já tinha feito merda duas vezes na tentativa de furar as orelhas à miúda, antes que apanhasse uma infecção resolvemos tratar nós do assunto durante umas férias, em que ela foi fazer os furos quando ela decidiu, com a oportunidade de se vir embora sem orelhas furadas, ou só com uma furada, como ela quisesse e com o nosso controlo relativamente a infecções)
      No entanto compreendo quem é completamente contra, eu sou a favor porque acho que o buraco de tal maneira invisível após retirada dos brincos que não há problema em fazer, qualquer coisa a mais do que isso já não.

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    5. É mesmo. Sou um nadinha radical com essas coisas. Vê lá tu que até me tenho como muito moderna e tal, mas brincos em crianças, tatuagens, imposições religiosas, 53 atividades extracurriculares, telemóveis aos 6 anos, maquilhagem aos 10, perder a virgindade aos 13 ... é tudo coisas que me encanitam.
      Mas percebo o teu ponto de vista.
      E no entanto era capaz de te dar um calduço e perguntar-te para que queres tu 5 brincos numa orelha!! ;))))))

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    6. Queres a mais estúpida? Eu não "quero" 5 furos nas orelhas 2+3.
      Eu tenho 40 anos, duma aldeia pequenina, uma mae muito retrógrada que felizmente nos últimos 15 anos muito mudou. Comecei a trabalhar aos 12 e o meu maior sonho era morar sozinha, coisa que não entrava na cabeça de ninguém, nem pais nem namorado (19-25).
      Sempre adorei os piercings no umbigo, acho maravilhoso, sejam gordas/magras, altas/baixas, eles/elas adoro desde os meus catorze anos. Claro que deus nos livre, só as putas usam.
      Uma das maneiras de conseguir sair de casa e morar sozinha, foi esforçar-me nos meus estudos (à noite) e entrar para a faculdade, Lisboa aos 23.
      Lá tive muito mais liberdade e felizmente mudar muita da minha maneira de pensar, apesar de ainda ter demorado um pouco.
      Adiante, vi a oportunidade de fazer o meu piercing. Um dos fim de semana que vim a casa falei com o meu namorado sobre isso, para ver se tinha o apoio dele contra a minha mãe. Desgosto dos desgostos para ele só fazia piercings no umbigo as putas.
      Furiosa, mas ainda bastante condicionada à educação que tive, quando cheguei a Lisboa depois desse fds fui fazer mais 3 furos nas orelhas, que isso já não era de puta.

      Tenho a dizer que entretanto abri os olhos, alguns meses depois mandei o namorado às urtigas e 4 meses depois fiz o meu piercing no umbigo e nos meses/anos seguintes acabei por fazer 3 tatuagens.

      Tenho a dizer que quando mostrei o piercing à minha mãe, depois de completamente curado, ela desmaiou. A partir daí comecei a educa-la para o facto que eu não era ela e acabou por gostar das minhas tatuagens e tornou-se uma pessoa muito mais aberta às modernices.

      Eu, há coisa de 2 meses decidi deixar de usar os 3 brincos a mais, já que andava sempre às voltas para condizer com os outros dois que eu gosto de variar e os buracos nem se vêm.
      Por isso posso dizer que tenho 3 furos a mais por palermice/vingança minha. Mas é a fazer asneiras que a gente aprende e eles não "pesam" absolutamente nada.

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    7. O José Luís Peixoto, que dispensa apresentações, tem vários furos e tatuagens. É um excelente escritor, também como tu, de uma terra muito pequeno no meio do meu Alentejo. É com os dedos e com a cabeça que escreve e os piercings e as tatuagens em nada mudam a sua maneira de ser e de viver. Eu, nas minhas relações de amizade, acho que só eu não tenho tatuagens. O meu marido tem e usa brinco, amigas, amigos, toda a minha gente é um pedaço de arte com pernas. Gosto bastante de tatuagens. Mesmo muito, gosto de as ver nas gajas e nos gajos. Mas como sou uma grande queimada (não é da cabeça por causa das pastilhas mas foi porque me queimei em pequena) tenho horror a tudo o que possa magoar-me a pele.
      Isto de que falas e do que eu falo, é totalmente diferente de colocar dois alargadores medonhos numa criança de 6 anos.
      14 anos não são 6 anos.
      Sou totalmente contra furarem as orelhas às crianças (sejam brinquinhos sejam brincões) pelo simples fato de que as orelhas são dela e ela deve ter e tem o direito de decidir se quer ou não furá-las mais tarde ou semplesmente não as furar. Furar as orelhas a uma criança é usurpar-lhe o direito ao corpo que é dela. Querem furar coisas furem bilhas e deixem as orelhas dos catraios em paz.

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    8. Percebo-te perfeitamente, no entanto também acredito que se a tia filha for daquelas que se encanita para fazer os furos, e quero e toda a gente tem e eu gosto tanto, acabes por diminuir o limite de idade que tu achas bem e acabes por lhe deixar fazer. Não digo hoje, nem amanhã, nem para o ano. Mas talvez quando ela começar a saber contestar as tuas certezas com as certezas dela tu acabes por achar que ela já tem o direito a decidir.

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    9. Sim, sim. Quando ela tiver 16 anos e capacidade para perceber aquilo que vai fazer, deixo-a furar o que ela quiser. Mas tem de ter mesmo muita certeza e coisas pequeninas. Tatuagens e alargadores só depois dos 18 e depois de eu a melgar muito para não fazer. Não queria nada vê-la com uma teia de aranha no pescoço ou uma caveira na omoplata, mas se ela gostar... ai que ralação me dás R.
      Mas isso sou eu a dizer, e vai na volta um dia aparece-me em casa com aquilo e eu, enfim, bato-lhe muito, ponho-a de castigo, mas aquilo já não sai...

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    10. Exactamente pelo último parágrafo é que eu digo que às vezes é melhor nós mudarmos de opinião que sermos enganadas e a partir dum certo momento deixarem de confiar em nós.

      Lembro-me várias meninas de bem e super bem comportadas que fizeram piercings/tatuagens aos 14/16 com autorização escrita do pai/mãe e cópia do bi do mesmo. Claro que eram falsificações. Metade delas os pais demoraram anos a descobrir os furos/tatuagens. Eu também sou completamente contra as tatuagens antes dos 25, por isso tento explicar o meu ponto de vista, no entanto deixo aberto às miúdas que se decidirem fazer aos 18 com o dinheiro delas eu acompanho-as. Claro que tento explicar porque é que acho que devem aguardar, que os gostos mudam, ou nãoe tudo o resto. Mas falo com elas e explico e disponibilizo-me para elas. No entanto acho que elas têm mais interesse nisso porque quando comentaram em casa da mãe acerca das tatuagens do pai e da r, que eram giras, a mãe ameaçou-as de lhes "partir as trombas se voltassem a falar dessa merda".

      Enfim, por enquanto esses problemas ainda são só com elas, 14 e quase 16, o meu filhote por enquanto acha feio, não sai e é sempre a mesma.

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  6. Estas coisas metem-me um asco. Estes pais deviam ser responsabilizados criminalmente. Qual o direito que eles têm de mutilar assim para sempre o corpo de um filho? Porque é que dar uma chapada a um filho é considerado maus tratos e isto não?

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    1. Porque supostamente 'são os meninos que querem'. É um trato consentido, o menino quis a mamã fez.

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    2. Pois, o meu filho também gostava de comer chocolate todo o dia mas daí a comê-lo. É uma comparação estúpida eu sei, mas os pais têm que ter dois dedinhos de testa. Lá diz o ditado, até para nascer é preciso ter sorte não nos vá sair duas abéculas. :)

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  7. Eu espero
    desejo e quero
    que esta moda chegue ao cérebro

    Um piercing espetado na nuca
    parece uma ideia maluca?

    Pois é, mas tenho a certeza
    de que seria uma beleza

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    1. Hahahahahahahahahahah
      Vais à net e vês onde é que eles metem percings.
      Ontem vi um na úvula (também conhecido como gorgumilo).
      Blhéc.

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  8. Vou-me ali refazer e já volto. Eu nem sabia q se podiam aplicar essas merdas a putos com essa idade (mm com autorização dos pais).
    Fonix, é melhor voltar mais tarde q só me vão sair palavrões. Mas... A porra de uma cerveja é q nao pode ser comprada aos 16 anos (queriam eles) opá, ide...

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    1. Pois tanto pode que eu vi. E o puto feliz da vida e o pai normalíssimo e a mãe outra, e a família toda com cara de gente banal que decidiu num dia desses de sol, fazer dois buracos no filho de 6 anos, porque sim..

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  9. Mas Uva isto é como o nome, o pai e a mãe escolhem e não há nada a fazer. Ora a educação dos miúdos também é escolhida pelos pais. Mas há milhares de exemplos mais.

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    1. Certo, mas até no nome há regras. Não podes chegar ali e meter o nome que quiseres. Podes escolher um nome ridículo, estúpido, mas não podes chamar tosta mista a um filho só porque gostas muito de tostas mistas.

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  10. Essas coisas são todas medonhas. Lembro-me aqui há uns anos, uma miúda, filha dos donos do café que frequentávamos na altura, q n tinha mais de 11/13 anos, admito q n me lembro bem mas sei q mais de 13 n tinha, decidiu fazer uma tatoo e os pais deixaram!! uma kitty pá!! Fonix, uma kitty. Ok, eu conheço mulheres adultas q gostam da gata e q até a tatuaram em adultas. Mas n ocorreu a ninguém (pais) pensarem q aos 12 anos aquela kitty é o melhor da vida dela mas q eventualmente aos 18 não!!??? Ok, já nada é permanente hoje em dia, há cirurgias p tirar, há tatuagens p cobrirem outras, mas ainda assim caramba. Há tempo.
    Mas n, assim sao os pais cool's

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    1. Medonhas é favor. Há pais que deviam ser obrigados a apresentações semanais às autoridades.
      ;)

      As tatuagens não saem assim com esfregão verde. Tens de pagar e bem, fazer cirurgia invasiva com anestesias para tirar, e mesmo assim acho que não consegues. Vai lá tirar um tatoo que ocupa as costas todas... era o tiravas!

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  11. Não consigo perceber a mentalidade de uma geração de acha muito cool fazer essas porcarias nos putos. Para mim, estão todos ao nível dos que fazem a castração genital nas miúdas dos povos africanos. O engraçado é que a comunidade acha que isso é mau mas é capaz de dizer que brincos , alargadores e tattoos são criativos e arte urbana.

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    1. Completamente. Isso, deixar sair à noite super cedo, deixar fumar, achar piada às bebedeiras (falo em idades mto novas) Ai q sao mta cools e os amigos dos meus filhos têm todos inveja. Parvoíces. Mas isto n é coisa só de agora, já na minha altura, com mto menos expressão, é certo, haviam os pais "modernaços" q todos invejávamos. A questão é q eu bem sei onde acabaram os filhos deles (sim, o preconceito é feio, já sei)

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    2. Os pais não entendem a diferença entre ser pai e mãe e ser um amigalhaço da escola.
      Estou sempre a dizer à ML que não sou uma amiga dela da escola.
      Por isso é que a 'crise do não' se instalou, e os pais fazem tudo aos meninos por culpa do sentimento de culpa que sentem por não estarem com eles o tempo suficiente, e depois em vez de terem os amigos que julgam que estão a fazer, têm tiranos que se for preciso ainda lhes batem e coisas do género.

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  12. A minha tem 8, em breve 9....nunca me pediu até porque certa ocasião presenciamos numa ourivesaria uma menina mais ou menos da mesma idade a furar as orelhas; ora as empregadas usaram uma técnica que dizem ser "melhor" que consiste em furar as 2 orelhas ao mesmo tempo! As 2 empregadas qual pistoleiras do faroeste à contagem de 3,2,1.....e pás tiro na orelhita! Escusado será dizer que a miuda largou no berreiro, a Mãe "pronto pronto que isso já passa" e a minha a dizer-me "eu nunca vou furar as orelhas"!
    Atá hoje não as furou, também nunca pediu e eu não insisto...eu furei devia andar talvez no 6º ou 7º ano; já a minha irmã desde miúda que sempre gostou de brincos, piercings, tatuagens, chegou inclusivé a ter a orelha cheia de furos e usar aquela moda da argola maior para a mais pequena...e já disse por 2 ou 3 x "Vá anda lá que a Tia vai contigo furar as orelhas" mas não a convenceu.
    Isso dos dilatadores muito sinceramente (e não tem nada a ver com preconceitos pois usei durante muitos anos piercing no nariz - que tive de retirar por questoes profissionais- e tenho uma tatuagem e em Setembro vou fazer outra) mas nem em adultos gosto de ver, tal como não gosto daqueles piercings implantados debaixo da pele ou língua bifurcada (BIG WTF)
    Cada um sabe de si ,mas neste caso e falando de uma criança, já estou como alguém que comentou anteriormente, se dessem um estalo ao menino caía o Carmo e a Trindade, agora colocar os dilatadores é uma gracinha

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    1. Para os adultos nem uma palavra. Podem bifurcar o pénis se quiserem, que a mim tanto se me dá.
      Agora deixar uma criança acabadinha de entrar na escola colocar alargadores é demais para mim.
      E olha que não sou nada mas mesmo nada preconceituosa.

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  13. Olha Uva, nunca ouvi falar em alargadores para orelhas mas, se é o que estou a pensar nem sequer corri o vídeo. Fico furibunda. Até nos adultos quanto mais em crianças. Quando vejo algum adulto com essas merdas até rodo a cabeça para olhar......sinceramente. Se é o que estou a pensar.

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  14. Vermos crianças bebés com orelhas furadas para pôr brinquinhos bonitos já não choca tanto. Porquê? Porque nos habituámos, é tradição, é cultural. Sinceramente não me choca assim tanto, e é incrível como se julga assim com a rapidez de um raio vidas que não conhecemos. Aliás o desconhecido é muitas vezes o grande alvo do preconceito. O importante é ser feliz.Ponto

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