10 de novembro de 2015

O teatro

Ainda há pouco tempo falei sobre isto num diálogo que acabou por ser mudo. Um monólogo. Tanto faz. 
Da necessidade que todos temos de pertencer a alguém, a algo, de nos identificarmos, de nos refugiarmos dentro de grupos amigos, onde nos possamos sentir apaziguados.
Não costumo meter a foice em seara alheia, mas esta é também a minha seara. É também aqui que ceifo, é também aqui que alimento os meus dias, é aqui que escrevo a minha história, as minhas teimas, é aqui que me entrego, que me desblogo, que me findo, e que me fundo.
Porque eu pertenço.
Das coisas que mais desgosto de ver nos outros é o comportamento infantil do bate-e-foge. 
Ohh quantas vezes vemos isso nos covardes? 
Vão lá, atiçam, rosnam, metem toda a gente ao barulho - e toda a gente é assim uma gente que decidiram adotar para aquela bulha, apesar de não os conhecerem de lado algum, porque apenas lhes parecem bons tipos, gente inteligente, que dá gosto ler e contratar -, envolvem-nos numa luta desenfreada de palavras, sobre um tema que desconhecem, mas bora lá, atingem com os seus estilhaços quem quer que esteja ali à volta, mas sempre protegidos (pensam eles) pelas tais pessoas que eles próprios criaram nas suas cabeças, os tipos bonzinhos, os tipos solidários, os eruditos das lutas, das letras e do debate, ahhh o saudável debate, os que valem mesmo, mesmo, mesmo, mesmo! a pena nisto dos blogs, e assim que têm a melhor oportunidade, zás! dão um valente pontapé no rabo do inimigo ------- só que não -------- riem-se muito de o terem feito pelas costas, e depois fogem, desaparecendo na bruma, deixando todos, os contratados, os bonzinhos, os solidários, os eruditos e os outros, a olhar em volta e a perguntar: então? agora que estávamos aqui todos prontos para a luta corpo a corpo ... o que foi isto?

Foi um teatrinho.
Era para ser uma grande peça, era um futuro tão promissor aquele que ali se via, havia de se falar naquilo dias e dias, havia de se encontrar um final mesmo em grande para aquilo tudo, um grande final, grandes ovações, tudo de pé, conclusões fantásticas, mudanças profundas no sistema, heróis e condecorados, o elenco era muito bom, que era, o texto tinha letras das boas, aquilo é que era texto, e depois... o manto negro.
Da infantilidade.


O grande artista abandona o palco, qual Elton John amuado, diz que não brinca mais, agarra no seu aviãozinho e vai para outro país. 

52 comentários:

  1. Oh...devem ter problemas mentais, n sejas assim :p

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    1. Bem, se vens aqui para o meu blog escrever como fazes no teu telemóvel, tu põe-te a milhas pá!
      Ou escreves qual Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões ou então aqui, nada feito.

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    2. Tens razão. My bad. Agora só escrita refinada ;)

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  2. Como nas crianças, se ligas aos amuos ganhas mais birras e amuos.
    Se não ligas, aquilo passa!

    :)

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  3. Então não ia correr a maratona? Ou vai para outro país correr a maratona? Ou?

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    1. ´'Vai para Espanha a cavalo numa aranha.'
      Esta expressão é a mais recorrente lá em casa quando a minha filha diz que vai para qualquer lado mas não tem permissão:
      - ó mãe, deixa lá eu ir! eu vou tá bem?
      - vais onde?
      E ela diz logo: para Espanha a cavalo numa aranha.

      Coisas de criança. Não ligues.

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  4. eu quero acreditar que o identificar-mos e refugiar-mos foram intencionais! A Uva a sondar se os seus leitores andam atentos, quiçá!
    vá, e esta não é bate e foge, é de alguém que gosta de muitas coisas que escreves!

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    1. Ia escrever identificarmo-nos e refugiarmo-nos e depois não gostei e ao corrigir zás! fiz merdelim, como está bom de ver...

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  5. Ai que me dá uma coisa!
    Mas isto anda tudo a ferver, é?

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    1. Há dias assim. Uma pessoas anda com menos paciência, n posso mandar p o cara*** certas pessoas (incompatibilidades profissionais) e depois pronto. Não está p engolir mais sapos.
      E eu tb n estou habituada a estas lides, admito q possa n ter reagido, como aqueles q já têm calo disto, teriam reagido.

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    2. Me, percebeste o que aconteceu, não percebeste? Alguém estava, praticamente, a implorar para ser destratada para a seguir se vitimizar e poder fechar o blogue com estrondo.
      Na minha opinião foi isto que aconteceu. (E as opiniões... Enfim, já se sabe....)

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    3. Para mim também foi isso. Acho que virou moda. Vou fazer isso também. Amanhã zango-me com toda a gente, atinjo o auge blogosférico com 2000 visitas hora e pumba... o manto negro.

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    4. ahahahahahah

      A questão que ponho é: será que a idiota se apercebeu da triste figura que fez? Ou terá saído dali a achar que deu uma lição a toda a gente? Mais ou menos como deve achar que fez da outra vez?
      (qualquer dia, com tanto pulo, ainda torce um pé....)

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    5. Muito se gosta de dar lições à malta. A malta é que ainda vai tendo dois dedinhos de testa. Enfim.

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    6. Não uva, não é zangar-se com "toda a gente", é zangar-se com as suspeitas do costume. Enfim, só para diabolizar mais um bocadinho.

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    7. Eu diria que é zangar-se com a Picante. As outras são meros danos colaterais, que se lixe, tem muito mais impacto falar num bando de mulheres raivosas e dementes. Só isto atesta o carácter da criatura.
      Enfim, ainda vai é para perto, para a China é que era.

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    8. Vai chamar dano colateral ao caralho.

      Deves ter a mania, tu.

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    9. ahahahahahahahahhaah
      ahahahahahahhahaahah
      ahahahahhahahahahhaah
      ahahahahhahahahahahah

      Ai que eu choro...

      ahahahahahahahhaha
      ahahahahahahhahahaah

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  6. Não brinca mais? Que chato, pá! Bora lá brincar comigo?

    Beijocas, Uvinha. :)

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  7. Tudo tem apenas a importância que lhe damos. Valerá a pena Uva?

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  8. Se estivesses a falar de alguém dos blogs, que não estás claro, apostaria que depois de armar o maior banzé ainda faria um post a dizer que se tinha visto forçada a fechar o blog, que para confusões já bastam as da vida real, que não está para aturar gente má e raivosa.
    Ainda bem que não estás...

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  9. Uva, muito obrigada pela sua atenção, é uma grande senhora, by the way e, sim, concordo, acho que a uva tem dois grandes dedos de testa. Sempre soube. Apenas me desloquei aqui para a informar que está a induzir os seus leitores a erro. Não vou fechar o blog. Acho que não leu bem o que escrevi. Pronto, não faz mal. Fica esclarecido.

    Gosto muito de a ler, mas não precisa de me dar tanta atenção, sou de corar facilmente. Despeço-me com um sorriso :)

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    1. Oh Maria, sabe que a Uva era uma das visadas lá no hate blogue cuja existência tanto vangloriou porque só atingia o tal grupo de mulheres raivosas e dementes e imbecis e doentes e isso. Não sabe?

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    2. (E, Maria, desculpe que lhe diga mas já é pelo menos a terceira vez que edita o post de "despedida" pelo que assim fica difícil de ler o que quer que seja...)

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    3. Não sei se os predicados são para ler à luz da sua célebre nota de rodapé ou se são efetivamente sentidos. Com a Maria uma pessoa nada muitas vezes para fora de pé. É tudo uma grande ode à ironia, uma grande ode à metáfora (coisas lindas, que eu adoro - por isso digo que pertenço aos que sabem usar essa técnica, as tais, as mazonas, pérfidas e coiso).
      A minha atenção (em si e noutras como a Maria) centra-se muito naquilo que eu chamo, ou que a Elena Ferrante chama, perder o contorno das coisas, isto é, tentar perceber uma determinada conduta, que 'era' uma boa conduta, tentar enquadrá-la, e não conseguindo, vê-la esboroar-se, perdendo o sentido e a forma.
      Foi o que em si me chamou a atenção. Achei a Maria (acho a Maria) uma miúda muito boa de letras, mas depois não sei a que propósito deu em criticar aquilo que o seu blog tem de melhor. A ironia. Pareceu-me muito uma coisa tipo Marta Rebelo: desancou na outra coitada sem a conhecer de lado algum e depois chamou Portugal inteiro de cretino porque lhe fizeram o mesmo a ela.
      E depois amuou.
      E digo que amuou porque escreveu, cito, 'sendo assim é mais fácil fechar o blog e desligar-me desta coisa da net. Isto só faz mal a uma pessoa.'
      Oras Maria, qualquer pessoa que a siga, depois de a ver apagar uma série de post e fazer desaparecer o blog do ar (quando mais uma vez teve uma atitude de bate e foge), naturalmente que colocava novamente essa hipótese. Quem induziu os seus leitores em erro foi a Maria, não eu.

      Mas se não vai fechar o blog, e acho bem, se gosta assim tanto de escrever não se limite por tão pouco, (tão pouco foram palavras suas, que eu nada sei das suas importâncias e prioridades) tem agora todo o tempo do mundo para voltar a contornar aquilo que andou a esboroar estes dias todos.

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    4. Sim, sim, para não falar nessa coisa parva de ter colocado na sua lateral esse mosquito ensanguentado.
      Gosta muito de me ler mas não se poupou a esforços para me (as) ver ali a ser gozada(s). Quer dizer, Maria, que coisa incoerente. A menina perde a forma e depois quer que as outras andem aprumadas.
      Foi exatamente isso que me chamou a atenção.

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    5. Uva, e agora fora de ironias, sempre achei que estava muito mal empregue no tal grupo que não aprecio lá muito. Preferia vê-la no outro que muito gosto de ler. Acho que estava melhor enquadrada. Não consigo perceber a finalidade de achar que precisa disto (por isto leia-se este tipo de posts) para alguma coisa. Se escreve realmente bem, qual a necessidade de se deixar levar por aquilo que não interessa a ninguém? É a minha opinião, aquela que vale o que vale.

      Só para terminar, eu era realmente sua seguidora, fazia parte do seu quadrado de seguidores (já não faço, admito) lia o que escrevia e só não comentava porque acabam por ser alguns gestos dos donos dos blogs que afastam as pessoas. O que não deixa de ser pena.

      Esclareço: não fechei o blog para acabar de vez com ele, a intenção era fazer uma limpeza no blog, limpeza de posts que já nada me diziam. Lá está, aquilo que se escreveu há um, dois anos, por vezes deixa de fazer sentido quando damos por nós um pouco diferentes. Crescemos em todos os sentidos, até na escrita. Sim, tentei apenas eliminar alguns posts que lendo em voz alta eram... estranhos, entretanto pensei: por que não recomeçar?! Estou um pouco diferente, a minha leitura de algumas situações/pessoas alterou-se, portanto embora lá mudar. E mudei. Mudei o visual ao blog e recomecei. Foi o melhor que fiz. Porque me identifico mais com este. Só não muda quem acha que é perfeito e não erra. Eu não sou perfeita e erro bastante. Sou basicamente igual a toda a gente e não tenho qualquer receio de dar a cara. Se me doer. Aguento-me.

      Percebo que pertence ao grupo da Picante e tem que seguir de alguma forma o mesmo alinhamento. Faz parte de quem quer fazer parte de um grupo. Só que no seu caso foi uma pena ter optado por esse caminho. Valia muito mais.

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    6. Só agora vi o seu segundo comentário, o do "mosquito ensanguentado". Não percebi logo, é que o tal blog só esteve na lateral dois dias. Foi uma provocação à Picante. Não teve nada a ver consigo. Obviamente que ao escolher fazer parte do grupo da Picante acaba por ser arrastada. Daí eu ter escrito no meu outro comentário que as nossas escolhas acabam por fazer estragos. A Uva fez uma escolha, todas as pessoas que não gostam da Picante vão sempre inclui-la no lado menos bom da blogosfera. Tenho para mim que muita gente não gosta efectivamente da Picante, não sou só eu. Acho que sabe disso...

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    7. Maria, nem todas as pessoas que não gostam da Picante faz o mesmo julgamento que a Maria faz das suas amigas. Não lhe parece um bocado limitada/limitadora essa atitude. Que culpa tem a Uva ou outra blogger do que a Picante ou outra blogger escreve. Cada blogger é responsável única e exclusivamente pelo que escreve. É possível gostar de bloggers dos dois grupos (não consigo deixar de me incomodar ao pôr as coisas nesses termos) e não percebo que não consiga ver isso. Gostar de A não me impede de gostar também de B, por muito diferentes que A e B sejam entre si. Essa necessidade de separar, de ver só branco ou preto, de um lado só bons e de outro só maus, roça a cegueira, é muito redutora para a variedade que entendo que deve existir na vida.

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    8. Fazem*
      Depois de atitude é escrevem deve estar um ? em vez de .

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    9. Maria, a Maria não entendeu é que somos todos um mesmo grupo. Mas isso agora não está em causa.
      Essas meninas de que fala, com as quais me cruzei durante muito tempo, aliás a Izzie era à época o meu blog favorito, lia-o sempre, comentei-o sempre, até que ela se passou e deixou aqui um duhhh a propósito duma discussão sobre a Carolina, coisa que me desgostou bastante e à qual não respondi, não porque me tivessem faltado as palavras mas porque naquele momento se quebrou ali qualquer coisa, e as outras de que fala, pois as outras uniram-se contra mim, a favor da Izzie, e contra aquilo que disse sobre a Pólo Norte e a do Desassossego, e ficámos ali com a nossa 'relação' detonada irreversivelmente, porque se apoiam blogs na generalidade ao invés de se apoiarem ideias em posts, o que com sabe é toda uma diferença.
      Esta parte é absolutamente essencial para perceber o que lhe quero dizer.
      A pessoa tem um blog e escreve hoje a favor do PSD e amanhã contra o aborto. Ora eu não sou do PSD e sou a favor do aborto. Que faço eu? Fico contra ela ou a favor dela. Decido-me contra ela porque ela também é contra os ciclistas e eu não. Depois essa pessoa vai fazer comentários num blog que também é a favor do PSD mas a favor do aborto, e é ciclista, e que faço eu? ora, meto-a no grupo das más e zás! zango-me também com esta porque é amiga da outra. São diferentes mas são amigas e isso é que interessa.
      Ora isto não tem lógica nenhuma. Mas é o que fazem TODAS as pessoas que lêem blogs. Fazem grupos.
      Outra: quem escreve bem é a Agustina. Eu sou como a Maria, gosto de escrever, e se gosto tenho de escrever com o que me identifico. O grupo. A Maria entrou no meu grupo por interposta pessoa. E eu falo da Maria que me suscitou interesse. Não percebo a sua questão. E também não entendo que não entenda que somos um grupo. Comentamos uns nos outros e temos blogs. Isso faz de nós um grupo. Agora aqui é difícil de explicar, mas eu sei explicar.
      Não tenha pena da Uva. A Uva vai escrever sempre a favor ou contra aquilo que acha, independentemente do que acham blog A ou B.
      Se prefere etiquetar pois está no seu direito. Se nos acha todas de igual maneira, pois também está no seu direito.
      Cada leitor saberá discernir o que houver a discernir.
      Se leu e já não lê, pois faz muitíssimo bem, porque quando não gosto do que leio um e outro dia, também deixo de ler. E não dói nada.
      Não sou melhor nem pior que ninguém, não vejo o busílis de me atentar em coisas (como lhe chama) menores, porque de resto não tenho cabeça nem pachorra de estar constantemente a debitar grandes tiradas filosóficas.

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    10. Mirone. Espetacular capacidade de síntese. Eu aqui a escrever feita doida e tu pimbas. Disseste tudo.

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    11. Eu confesso que isto de pertencer a grupos não é para qualquer um:
      por vezes a Picante, que é a cabecilha, não me deixa publicar determinados posts. Tem uma censura muito própria, não queiram saber.

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    12. Uva, gostei da sua resposta. Muito até. Lá está, gosto de pessoas que sabem argumentar. No entanto não entendo o porquê de se pertencer a um grupo, grupo lembra-me coisa de adolescentes, não de adultos. Grupos, gangues, seitas (estou a extrapolar um pouco) catapulta-me de imediato para pessoas sem vontade própria, que deixam que terceiros lhes façam verdadeiras lavagens ao cérebro e que, só por isso, acabam por entrar em determinadas situações que as prejudicam mais cedo ou mais tarde. Penso eu, mas obviamente que posso estar errada.

      Não vejo qualquer necessidade de se pertencer a um grupo nisto da bolgosfera. Uma pessoa pode identificar-se mais com um do que outro, no entanto consegue sobreviver sozinho/a. Aliás, sendo eu uma pessoa um pouco estranha, gosto de ler pessoas com quem me identifico e pessoas que têm opiniões completamente opostas às minhas. Tenho sempre a sensação que cresço mais com aquelas que me fazem parar e me obrigam a ver as coisas de uma outra forma.

      Também gostava bastante do blog da Izzie. Tive pena que tivesse fechado. Acho que existe espaço para toda a gente na blogolândia. Mas isto sou eu que tenho tendência a achar que o sol a nascer todos os dias pode ser dividido por todos.

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    13. Vou dar-lhe uma resposta redonda Maria.
      A Maria está pender para o polo negativo da coisa, quando o assunto tem muito mais coisas boas do que negativas.
      Pense comigo, Maria: nós não podemos amar toda a humanidade. Não podemos comer o mundo inteiro, o bolo inteiro. Se o fizermos vamos cansar-nos, vamos empanturrar-nos. Somos em primeiro lugar seres gregários. Mas somos uns gregários muito especiais, porque enquanto os outros animais gregários perdem as suas características individuais para adotarem as características do grupo, nós levamos para o nosso grupo as nossas características individuais para mudar o grupo. O primeiro grupo que tiveste foi o teu pai, a tua mãe e o teu irmão, suponhamos. Seita? Gangue? Não. Pertença, segurança, paz. Se de repente, num país estranho te visses sonegada do grupo que te acompanha na viagem, vias-te aflita, perdida. Que maravilha e que felicidade tenho eu de ter o meu grupo das pedaladas, o meu grupo do ginásio, o meu grupo de almoço da minha empresa multinacional. Se não pertences a ninguém estás sozinha. SE não tens um grupo na escola é porque te fazem bullying, se não tens o teu grupo da faculdade, amigos de infância, família és só um ser totalmente desenraizado das tuas características humanas de seres gregária.
      Não partilho da opinião quando dizes que não é necessário pertencer a um grupo na blogosfera. A blogosfera é ela própria um grupo. Uma seita. Um gang. É assim em tudo o que possas imaginar. Acha mesmo que a Picante faz lavagens ao cérebro de alguém? A miúda abre é os olhos das pessoas, o meu caso, abriu-me aí os olhos em relação a umas coisas que eu não percebia.
      Olhe lá se as suas 'amigas' já não estão todas num grupo. Acaba de dizer que me preferia no grupo delas. E as que fazem publicidade encapuçada nos blogs, outro grupo, todas juntinhas, ali a proteger o flanco das que denunciam essa palhaçada, e as dos filhos como unidade de produção? à boa maneira da revolução industrial? Todas num grupinho. E a Maria não se identificou logo aqui e ali? Neste e naquele grupo? Como era a Maria na escola? Era a Maria e os outros ou a Maria 'com' os outros?
      Relativamente ao 'gosto de pessoas que são totalmente opostas a mim', no meu caso não se passa bem assim. Considero que os pólos diferentes se atraem só para bater de frente. Eu gosto de pessoas que me ensinam, sim, que me fazem abrir horizontes diferentes, sim, mas que eu possa unir no meu 'grupo', caso contrário abandono-as porque não posso perder tempo com coisas que se encontram desconectadas da minha própria personalidade.
      E como referi ali em cima, não posso amar toda a humanidade blogosférica porque simplesmente não tenho essa faculdade física nem mental.
      Eu sou só eu, e o meu limitadíssimo grupo de neurónios.
      Se são uma seita? São.

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    14. Olha, baralhei-me um bocado no tu e no você. Peço desculpa. É você, em qualquer dos casos.

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    15. ("A miúda" ahahahahahahahhaha tarda nada estás a chamar a gaja de magra...)

      (Pá, uva, sabes que te amo, mas assim de caixão à cova e só não somos do mesmo grupo porque és ciclista e eu odeio ciclistas com os seus calçanitos de licra e o total desrespeito pelo código da estrada e respectivos apensos, por isso te digo:
      Ganhavas mais se te dedicasses ao arraiolos. A sério. Não vale a pena. Daqui não tiras nada a não ser dores de cabeça.)

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    16. Lá está, Uva, no tal desafio entrevista à Picante fiz questão de lhe dizer que concordava com ela na parte de também não ser a favor da exposição de filhos na net (escrevi sobre esse assunto algumas vezes) na história da publicidade encapotada que também abordei (embora ache que outros bloggers o fazem de outra forma e ninguém diz nada). Disse apenas que não concordava com a forma como era feito no seu blog. Incentiva os outros a um género de perseguição. De humilhação. Não acho que ajude alguém a perceber o que quer que seja se formos pela parte de enxovalhar esse alguém. Prefiro que assuntos sérios sejam tratados com seriedade, assuntos que dão para a palhaçada sejam tratados com humor. Quando se misturam as situações as pessoas não apreendem coisa alguma.

      Não sou uma pessoa de grupos, nem em criança, nem em adolescente, nem agora em adulta, sempre fui muito independente. Gosto de pessoas, mas não sou de grupos. No entanto sempre tive amigos, bons amigos, nas empresas onde trabalhei evitei sempre pertencer a grupos, nunca dá bom resultado. Já vi gente ser despedida só porque fazia parte de um grupo. Pagaram todos por o erro de um só. Neste caso nem era trabalho, foi pura má-língua. O tentar afundar um colega. Foi feio. É perigoso... Tanto viajo sozinha, como acompanhada. Não me sinto desenraizada por chegar a um país que não conheço, sozinha, antes pelo contrário. Já passei duas semanas de férias no Algarve sozinha, foram as mulheres férias que tive. Acabei por fazer amigos sem querer. Não somos todos iguais, existem pessoas como eu que não sentem essa coisa de se sentirem sozinhas. Aliás, tenho para mim que muitos, tal como eu, precisam dessa "solidão" para respirar melhor.

      Não amo ninguém na blogosfera, não faria sentido algum para mim. Amar/gostar de pessoas implica conhecer pessoalmente, olhar nos olhos, conversar e observar os gestos, beber as palavras, pelo menos para mim funciona assim. Aqui na blogosfera gosto de ler o que algumas pessoas escrevem. Apenas isso. Somente isso.

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    17. Não é o que parece, mas é como te disse, o teu blog é sempre uma imensa ironia e uma imensa metáfora. És do tipo individualista, dizes tu, uma espécie de Clara Ferreira Alves da política, nem à esquerda nem à direita, não queres saber de nada nem de ninguém, mas depois tens um blog e falas dos outros. Mas depois tens um blog e fazes entrevistas às pessoas. E fazes entrevistas a alguém com quem não te identificas minimamente. E foi o que foi.
      Talvez não tenhas mesmo essa sensibilidade para as pessoas, gerir pessoas. Talvez entrevistas não seja a tua praia. Vi algumas.
      Maria, para mim és uma pessoa muito esboroada, não consigo ver os teus contornos.
      Um lonely ranger do texas sozinho na garupa de um cavalo é uma visão muito romântica, mas é nos filmes.
      Eu sou um animal social, não vivo sem as pessoas, iria detestar passar férias sozinha, sem ter com quem falar, sozinha num quarto de hotel, organizando sozinha os meus percursos. Não.
      Sou no entanto filha única que gosta de ter os seus momentos, mas o meu grupo de amigos, pois, não largo mão deles.
      Eu sou socialmente dependente. Não me revejo nas pessoas que cultivam a solidão.
      Amar as pessoas é tudo um mundo tão mas tão extenso, que posso dizer-te que há pessoas que se amam sem nunca se terem tocado, visto ou falado.
      O meu coração abarca tudo, até bicicletas, sem olhos, sem cérebro e sem coração.
      Um abraço Maria.
      Passa por cá um dia destes, se quiseres.
      Boa sorte lá na Espanha. Se precisares de arranjar os dentes pergunta pela Propdental e diz que vais da minha parte. Serás ser bem tratada.

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    18. Oh Uva, esta história de "grupos" mete-me um bocado (grande) de confusão.
      Nunca ninguém me disse (ou influenciou) a postar ou a comentar o que quer que fosse. Graças ao criador sempre pensei pela minha cabeça e palas nos olhinhos é coisa que não me assiste. Agora, nunca dividi isto no grupo dos bons e dos maus. Nunca. Identifico-me com umas pessoas e com outras nem tanto. Só isso. Mas gosto de muita gente. De algumas gosto mesmo. Assim de coração. Algumas sinto-as como minhas amigas, tu vê lá. (E é por gostar tanto que se calhar não tenho o distanciamento devido para ter uma opinião em condições sobre isto.) Nem sempre concordo com elas, enfim, é assim a vida. E quando não concordo nem sempre tenho disponibilidade ou vontade para "discutir" (no bom sentido) com essa pessoa (e se gosto da pessoa tendo a relativizar, é verdade). Eu e tu, por exemplo, sei bem que não concordamos sobre política (bem sabes que sou mais puxada à direita) ainda que nunca tenhamos trocado um piu a esse respeito. Mas vi-te fazê-lo com terceiros. E isso bastou-me. Percebo-te e respeito-te. Do que te leio és-me mais que isso. Pensamos diferente... Só isso. E siga a marinha!
      Vou-te dar outro exemplo. Aprendi a respeitar a Luna. Não concordo com ela em muitas coisas, mas apesar disso, sei ver que é combativa e dá o peito às balas e não mede esforços para explicar o seu ponto de vista, e no fim do dia é isso que me importa. Uma coisa é concordar, outra é respeitar. No fim do dia somos todos gente. Diferente. (Graças ao criador se não isto era um tédio.)
      A única coisa que a mim me importa (na bloga e fora dela) é que não sinta "espinha mole" do outro lado. Agora... Opiniões e pessoas diferentes de mim? Pah, venham elas.

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    19. A Uva que me respondeu ontem, já não me parece a Uva que me respondeu hoje. Gostei mais da Uva de ontem. Mas pronto. Compreendo. E acho que fez bem em alterar... Não incomodo mais.

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    20. Clap clap clap.
      Totalmente de acordo.
      Lá porque comento no teu blog e tu no meu não quer dizer que sejamos do mesmo 'grupo-homogéneo-idêntico-manas-siamesas'.
      Somos um grande grupo de pessoas diferentes que escrevem coisas em blogs. Só isso.
      O grupo serve como identificação psicológica. Para te identificares ou não com aquelas pessoas, mas só isso.
      O grupo é um arquétipo.

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  10. Sabes o que te digo, uvinha?
    O conceito de vergonha alheia ganhou, para mim, todo um novo significado.

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    1. As pessoas perdem as estribeiras mas não sabem fazê-lo com a classe de algumas.
      É preciso sacar dos pergaminhos para não desancar no 'inimigo'.
      A classe é uma coisa tão cara que o dinheiro não compra.

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  11. É verdade, Uvinha, TU não sabes ler bem o que as pessoas escrevem. Não percebo como não tens a capacidade de ler o que foi entretanto editado e apagado. Que parva que és, caramba...

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    1. Sei bem o que li. Que ia fechar o blog porque não aguentava a pressão.
      Se editou não sei. Mas a ideia foi exatamente esta. Eu escrevi este post ontem.

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    2. É. Mas uma pessoa aguenta muita coisa. No dia do arraial também não sei como me aguentei sem a mandar para o real falo mais velho. Mas olha, aguentei.

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