5 de abril de 2016

O mistério das tubagens de 'paper'

Eu sei que anda tudo muito 'interessado' nas contas que os ricos (e o Messi) têm nas offshore desta vida. É uma notícia interessante e vem mesmo a calhar, sobretudo porque vem sobrepor-se ao discurso do Passos, e já ninguém aguenta os discursos do Passos, muito menos se acompanhados pelas conclusões da espatafurdia Maga-Constantológica num telejornal perto de si.
Longe de mim querer banalizar essa coisa tão interessante que é os ricos terem contas nas offshore para fugir à austeridade dos líderes dos seus partidos, mas é que o tema suscita-me o mesmo interesse que o penalti caridoso que o árbitro ofereceu ao Braga, só para agradar o Presidente da República, um amigo tão querido da nação.
No entanto outros terramotos deram à costa, quer dizer, às costas, de uma certa empresa que faz autoestradas, e isso sim, parece-me assunto de valor, porque vendo bem as coisas foram ali muitos milhões enterrados, e agora, tal como o assunto das offshore, deu buraco.
Ele há engenheiros com muita lata, e esta frase da minha autoria ilustra bem a força do tema que aqui me traz hoje, e olhem que era preciso um tema destes para me tirar da cama, depois da tareia que levei ontem com aquele post sobre o Código Penal...
Bom.
Entrando agora mais a fundo no tema, deixem-me apresentar aqui um pequeno 'paper' sobre a minha opinião.
Que os engenheiros tenham construído uma autoestrada sobre uma ribeirinha que entretanto passava dentro de uns tubinhos um bocadinho mais fortes do que aqueles que o Maradona costumava usar para dar umas snifadelas, não é coisa que me choque, apesar de tudo aquilo ser provisório e não estar previsto passar lá mais nada do que meros aviões, ou alguma cabra perdida, o que realmente me faz espécie é ver, depois daquela porcaria ter desabado toda em cima das tubagens escoadeiras, e estar ali um perigo do caraças para as viaturas e para as pessoas, foi ver um bombeiro com a sua viatura de serviço, andar para cá e para lá, a passar exatamente onde a estrada não cedeu (por sorte), como forma de bravura autónoma, passando 'papers' de estupidez os engenheiros, e bem passados, e às autoridades que ali estavam muito circunspectas a falar do assunto das 5 batatas -  quer dizer, dos campos agrícolas onde foi construída a autoestrada -, e dizendo [o bombeiro] com esta passeata, que pôs (a meu ver, e eu vejo mal) em causa a sua segurança e a segurança da viatura, quiçá de toda a sua família dependente, que aquilo cedeu, cortaram a estrada por perigo eminente, ninguém passava, nem a cabra, mas que a ele, ao bombeiro herói, nunca a derrocada haveria de o atingir, porque ele é bombeiro, um homem sem medos, e que essa coisa de a estrada ceder de repente no exato momento em que ele se passeava por cima da zona mais perigosa, não haveria de acontecer a ele, porque esses azares só acontecem aos outros.
Os outros são, claro, os ricos que brincam aos engenheiros e enfiam o dinheiro dentro de palhinhas tão seguras como autoestradas.

3 comentários:

  1. Mas esse buraco é o retrato perfeito do país...

    :)

    ResponderEliminar
  2. No ponto em que estamos, é caso para dizer " mais buraco, menos buraco" de cada vez que alguém levanta uma pedrita, sai uma pedreira

    ResponderEliminar
  3. Desculpa mas estás a ver mal a coisa, afinal foi uma solução de recurso que durou 22 anos...

    ResponderEliminar