17 de novembro de 2014

Unidos-Venceremos

"Pensava que era de caras...mas afinal é de coroas."

Este belíssimo dito, vem aglutinar de forma fantástica tudo o que me vai na alma sobre os problemas que decorrem de um certo estado civil.
Falo naqueles casais muito modernos, sabem, os que namoram para sempre, que mantêm, sabe-se lá como, as casinhas de solteiros, pois que nunca se sabe não é, e duas contas bancárias, que não há cá confianças, e cheios de dedos para tocar no assunto do casamento, e que é só um papel, e é demodé, e é não sei mais o quê, mas que depois vão viver juntos, porque o amor não tem estado civil, e como é natural fazem aquelas coisas e nascem putos, às vezes aos magotes, e compram muitas coisinhas juntos, e é tudo muito lindo e tudo muito moderno, e ahhhh porque sabes lá o dinheiro que se poupa em impostos, não tem nada a ver, o IRS em separado e a morada fiscal na casa da mãe, e a creche do miúdos para pais e mães solteiros capita que é uma maravilha, porque é tudo muito mais barato, que a vida que está cara, e não sei eu outra coisa, e parecendo que não, ele não lhe paga os sapatos e ela não lhe compras as trusses.
Eu agora parecia um alemão a escrever, não parecia, com aquelas frases que duram dois capítulos?
Mas ia eu dizendo, que até acho bem que se possa contornar a estupidez do Estado que onera os casados com impostos sem fim, afinal estão mesmo a pedi-las, e também não me importo nada de ir jantar a casa dos unidos-venceremos, mesmo que seja um antro de pecado, valha-me Deus, e, para finalizar, e já te calavas, ainda me rala menos não ir a casamentos que são autênticas masmorríces, sobretudo desde que não posso beber álcool.
O problema é depois meus amigos, quando se zangam as comadres e se descobrem as verdades. O problema é quando vem uma certa porca com o rabo todo torcido, chamada divisão das poupanças e despesas, que foram tão consentaneamente divididas, e do PPR que era dos dois mas afinal o seguro só foi feito em nome de um, e a compra da casinha a mielas mas os fiadores são os pais delas, e depois ele deixa de pagar a renda porque já se meteu na alheta, com uma qualquer loira perneta, e a pobre é que tem de amargar, se quiser receber algum de herança. E a pensão de alimentos é um martírio e se um falece, pois que falecemos todos, e há necessidade de se provar que eram um casal, quando vão arranjar as testemunhas já está tudo emigrado, morto, preso, desvairado.  E ninguem sabe de nada, que entre 'marido e mulher' venha o diabo e escolha.

É que esta coisa das separações dos unidos de facto, parece que é de caras, que é tudo igual ao casamento, mas depois vai-se a ver, e para resolver, têm mesmo de gastar uma coroas...


10 comentários:

  1. Fartinha de explicar isso a muito boa gente: é moderno, é giro, é conveniente, mas um dia, se corre mal, estão de serra eléctrica em punho a cortar o colchão a meio. Tuuudo bem. E depois eu é que levo com os olhares de "careeeeta". Mas lá em casa decidimos que era para o pior e para o melhor, que se acontece alguma coisa a um o outro não fica desvalido, e não custa nada assinar um papel, até tivemos 15 dias de férias e tudo, eia.

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    1. É que não me imaginas nestes dias atrás de um assunto sobre o tema, caramba, que já corri seca e meca, por causa destas modernices.
      Casem-se pá. Hoje um divórcio custa 250,00€ pela internet.
      A parte das pensões de viuvez então, é um martírio... para não falar da cena dos empréstimos das casas, que isso então é de ir às lágrimas.

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  2. Eu bem digo que o casamento não faz com que as pessoas se amem mais, mas o raio do papel assinado faz muita diferença na hora em que cada um resolve ir à sua vida, porque o até que a morte nos separe é giro nos contos de fada, mas na vida real nem sempre é assim. Mas agora é muito mais cool não casar... É muito old fashion casar, isso é coisa do passado. Desculpem lá a franqueza, mas falta de responsabilidade e senso prático é o que é não casar. Casar é um contrato, se não querem festarolas seja porque não gostam seja porque não podem largar o guito para as festarolas arranjem duas testemunhas e vão lá assinar a papelada. Todos ficam salvaguardados perante a lei e poupa uma quantidade de chatices na hora do adeus que me vou.

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    1. Já agora, nem é preciso testemunhas. No nosso caso, fomos só os dois, que não queríamos festarola.

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    2. A parte fiscal é mais abonatória para mães e pais solteiros, especialmente quando há filhos nas creches. A capitação sendo só feita com um vencimento o valor final (IPSS) é mesmo mais barato.
      O pior são as casas e os empréstimos e aquele bruxedo da divisão do bem comum... ó valha-me a nossa santinha...

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  3. Ainda esta manhã me passou um casalinho desses pelas mãos.

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  4. A mim falam-me de porcas com o rabo todo torcido e comovem-me, que queres?

    Mais a sério: e fazer perceber a essas alminhas do ajuntamento que a maior diferença não é o papel, são os filhos? Não querem casar, porém reproduzem-se. E não se apercebem do compromisso, para a vida toda, que estão a assumir diante (ou noutra posição qualquer) daquela pessoa, pois não? Ah. É que esses não se racham ao meio. É tal e qual como nos casais casados.

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    1. Nessa parte, tanto pior.
      Mas é uma moda.
      Por acaso assim que me lembrei do 'a porca torce o rabo' lembrei-me de ti.
      Tudo nice com a gaiatada? Quem é que trata dos TPC´s?

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    2. Tudo em cima :)
      São eles, é tudo enorme!
      Mas já fui eu. Nem te conto quantas vezes andei na reza do uuuu, do iiiiiiii, do ui, do iu, e daquelas frases tipo "O pai papa a papa e a pipa do papa", ou lá o que era aquilo.

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