Autor: Uva Passa Blog para UpToLisbonKids®
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«O que é isso
de bater numa miúda à frente dos amigos? E na televisão?
O que leva um
fedelho de 20 anos, que mal segura as calças nos ilíacos, a dar uma tareia na
namorada, com instintos de macho alfa, entesuado por exemplos
domésticos, quiçá inocentes, permitidos socialmente através das televisões e
comentários na internet?
Que fraca parede
foi esta, que inútil muro é este, que ao despontar da maturidade imberbe, como
desponta a barba mal semeada, não é capaz de evitar o caminho funesto da violência
fortuita, experimentativa, curiosa, como o é a adolescência, e que ocupa todo o
espaço da relação, caindo desamparado e deixando entulho suficiente para
enterrar uma família inteira?
Poderia esculpir
aqui uma teoria baseada no aumento da miséria humana, da pobreza, nas raízes
secas desta gente, sem eira e nem beira, sem chão. Delinquentes, perdidos
nesses bairros sociais, repletos de problemas irresolúveis, engolfados pelo
sistema vigente, pobres, também no espírito acomodado.
Mas cai-me
por terra a parede que tento erguer entre a plebe cicatrizada e a classe menos
vadia, entre o bairro social e a classe mediana do subúrbio nascido rente ao
Centro Comercial, entre os mal formados e os pouco formados, entre os que se
criam na rua sem muros e sem janelas, e os que se criam em casa, atrás de
'janelas', que partem muros e partem tudo.»
A minha crónica deste mês na UpToLisbonKids
é um pântano de águas paradas, que nunca me canso de agitar.
é um pântano de águas paradas, que nunca me canso de agitar.
Nem é amor, nem é violência
ResponderEliminarÉ inaptidão para a relação
É incompetência
Tudo começa na construção do edifício que eles são
Quem os constrói, quem?
E essa campanha, ameniza. Não muda, não.
Gosto dessa campanha, acho que aborda todos os pontos que interessam.
ResponderEliminarLi tudo o que escreveste com atenção e apeteceu-me comentar que também há miúdas/mulheres bastante violentas, não são só rapazes/homens e existe em todos os estratos sociais. Sabes o que acho, que isso tende a acontecer, quando o outro não é visto como uma pessoa mas como uma coisa, uma coisa que se possui. Se é uma coisa, está ali para satisfazer todas as vontades e desejos, assim como as outras coisas que se têm e que servem para usufruirmos delas, usá-las como queremos, as coisas não nos contrariam, não têm vontade própria. Quem confunde amor, relações humanas, com direito de propriedade, com posse, está a confundir o outro com uma coisa e então se a vida não o satisfaz, pode muito bem descarregar a frustração dando uns estalos, uns pontapés na coisa, afinal é indiferente se dá um pontapé na parede, se atira uma almofada ao chão, se parte uns pratos, ou se desata a dar murros naquela ou naquele que ali está, afinal são para ele/ela tudo coisas. Talvez seja urgente ensinarmos aos nossos filhos, que a vida para além de poder ser uma maravilha, também está cheia de desafios, obstáculos e chatices e que eles não podem ter sempre tudo quanto querem e têm que saber viver com isso e que também não são o centro do mundo, só o lá de casa e também têm que aprender a viver com isso e que as outras pessoas, são pessoas, não coisas que ali estão só para lhes satisfazer as vontades, (e tanto mais que já não posso escrever porque agora vou sair e isto assim também já chega ;)) talvez assim...
Um tema complexo mas muito bem abordado Uva.
ResponderEliminarMentes turvas e a precisar de tratamento. Por muitos e graves que sejam os problemas de alguém, nada lhe dá o direito de ter esse tipo de atitudes. É urgente que se tratem...