Entre a UVA PASSA, e o Blog Relevante, doravante BR, foi aberta a seguinte sessão, o que se fez nos seguintes moldes e com os seguintes artigos:
Artigo 1º
Começei um blog por sim.
Posso, ou tenho de pedir algum certificado?
Artigo 2º
A idade e o ano (sim, no singular) que levo de blogosfera, quase que
não me davam o 'direito' de ter sequer um blog irrelevante, mas há
razões que a razão dos BR desconhecem, e eu, uma Uva qualquer,
sem
objectivos claros, ou cínicos (como gatos?) permitiram que - com
serenidade, sem culpas e sem complexos de inferioridade (ou
superioridade) - abrisse um blog, e nele escrevesse as minhas futeís e irrelevantes coisas, que não consigo vender a ninguém, bem sei, mas que é um blog que se
sente, porque é filho de boa gente, e se mostra sentido com certas
palavras.
O direito ao fónix não pode ficar só na esfera dos que se consideram relevantes, porque todos somos relevantes, todos temos coisinhas para dizer, todos somos LIVRES de fazer, e discorrer sobre o que nos dá na real gana.
Artigo 3º
Portugal não é só teu, e a Bloga não é só tua, poderá ouvir-se nos ecos desta segunda-feira tão negra, e se alguém de enorme relevância decide dizer o que quer, pois arrisca-se a ouvir o que não quer.
A liberdade de expressão não pode pois ficar só do lado de quem se considera superior e relevante, e acredito mesmo que a democracia das palavras só se faz se alguém as escrever, ora de um lado ora do outro, equilibrando pólos, evitanto monopólios e ditaduras extremistas, que todos sabemos onde vão desaguar.
Artigo 4º
Os BR, só são relevantes porque muitas pessoas os visitam, e porque são conduzidos por bons bloguers que de algum modo se destacaram da maioria numa determinada área.
O caso em apreço é um deles. Caramba!
Muitos motivos podem estar na origem desta relevância e deste interesse (não vale a pena dissecar a sociedade portuguesa neste âmbito), no entanto parece-me óbvio que em chegando a um certo nível de audiência, a responsabilidade do blog sobe em flecha, e, ou a pessoa demonstra carácter para continuar, ou a pessoa é atingida em cheio pelo Princípio de Peter e começa a ser incompetente para ocupar aquele lugar, nos moldes com que o faz na atualidade.
É preciso não perder a humildade e a capacidade de resistir a provocações. Quem cede são os fracos e dos fracos .... já todos sabemos a ladainha.
É preciso não fazer tábua rasa e atingir à razão de juros (ou de fónix) toda uma blogosfera amiga, porque um mau post quando nasce é para todos, mesmo para os bons bloguers.
É preciso (coisa que se ganha em pouco mais de 3 anos, vá) interiorizar a crítica, porque tudo o que escrevemos atinge sempre de alguma forma, alguém.
A nossa liberdade acaba lai lai lai..
Artigo 5º
Gosto muito de os ouvir falar.
Gosto sobretudo de os ver
trabalhar para o bem comum, sempre a pensar nos leitores, nos
seguidores, nas pessoas a quem acreditam mudar a vida, que lhes dependem, que
gravitam, que se encontram ligadas a eles como o paralítico (e o
político), à cadeira, mas não gosto mesmo nada de sermões aos peixes. Não sou religiosa.
Artigo 6º
O pior não é toda a gente querer ser bloguer, que isso era das melhores coisas que nos podia acontecer (tudo a escrever, tudo a aprender), o pior é haver pessoas de classe (e da classe) achar que o perfil de um bloguer pode ser avaliado como um perfil de calça-casaco.
O bloguer não tem perfil.
O bloguer tem ou não capacidade de atingir mais ou menos pessoas com a sua escrita e com os seus interesses.
A blogosfera não é uma escola no sentido restrito da palavra, para agora haver professores de régua em punho. A palmatória é do tempo da Maria Cachucha.
Os bloguers podem aprender com os outros e ajudar os outros a crescer, não é envinagrando as expetativas de quem quer ser bloguer que se demonstra o carácter.
A humildade é o papão do Princípio de Peter.
Sócrates tinha uma frase muita boa para isso.
Artigo 7º
Para mim, o que melhor define o carácter de um ser humano, é a forma
como um individuo trata outro indivíduo, grupo ou instituição, sabendo
de antemão que este não lhe vai trazer benefício algum.
Não gosto de os ver trepar com a soberba nos queixos, ditando regras comezinhas que todos percebem que têm um intuito unicamente comercial: declarar guerra à concorrência, mesmo à que julgam ser muito má.
Artigo 7º
Esta vida é lixada, esta classe é ainda mais
lixada e eu, lixada estou, porque agora sou compulsada a dizer aqui no
meu espaço público, quatro vezes a palavra
fónix, só para
demonstrar que o fonix faz parte desta classe, como o apêndice faz parte
do intestino.
Lisboa, 04 de novembro de 2014
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