O preço é quase proibitivo.
60,00€ por 4 edições.
15,00€ é o preço de um bom livro. Uma jantarada com amigos numa tasca do Bairro Alto. Uma sessão de cinema para ver bonecos em 3D. O valor da taxa sobre os dispositivos digitais. O preço mensal do cartão de dados do meu tablet. Umas ameijoas à Bulhão Pato no restaurante O Modesto.
Poderia [a revista] ser um desperdício se não fosse absolutamente maravilhosa.
É nossa. É adolescente. É fotografia. É literatura. É artística e literáriamente cuidada, famosa e única.
Talvez por ser única lhe tenham chamado Egoísta.
Egoísta porque vive só para ela e só dela.
Egoísta porque a exclusividade gera ciúme, e o orgulho é uma presunção apenas permitida aos melhores.
Reparem: é uma revista com 61 edições e 70 prémios, nacionais e internacionais. São mais as distinções concedidas, ganhas com mérito, do que as edições publicadas.
Um luxo.
Não publicita produtos; as margens não têm em pisca-pisca néon a nova versão do Audi A8 ou a Sara Sampaio de pernas abertas e boca sensual a lamber um sorvete.
É só imagem e letra. Artistas e escritores. Edição, Design e Produção.
E textos deliciosos escritos em folhas grossas.
Tudo o que basta para me fazer feliz.
A última edição celebra 15 anos e presenteia-me com um trabalho fotográfico de excelência de José Ð Almeida (que terei imenso gosto em partilhar numa das minhas rubricas favoritas) e ainda com 15 textos inéditos escritos pelas mãos de Inês Pedrosa, Gonçalo M. Tavares, ou Valter Hugo Mãe, sobre 15 personalidades, também elas de certa forma inéditas, egoístas, que vogam entre Hélia Correia, Saramago, Pacheco Pereira, Manoel de Oliveira, João Botelho, Vasco Graça Moura, entre outros.
A capa, pois a capa, o ex-libris desta 'revista de culto', escolhida para celebrar o feito, não fica nada aquém de outras tantas que o Atelier 004, em conjunto com a Norprint, nos têm habituado.
Parabéns miúda!