30 de junho de 2015
Melancolia
Devo ter morrido de melancolia, numa outra vida.
A morte, essa, não escandalizou ninguém, ninguém falou dela, ninguém escreveu sobre ela, não se soube de nada. Tal como a melancolia, talvez a minha morte tenha sido apenas um estado, curto, fino, com ou sem causa específica. Se fosse algo de nota, decerto que haveria um quadro, uma pintura, um desenho, uma estátua. Mas nada. Nada se fez para assinalar o momento do decesso nem tão pouco se estranhou a falta da protagonista que cessou.
Que falta de prazer, que fracasso, que desanimo.
E que tristeza.
Se nada se disse, se nada se fez, foi uma morte melancólica, foi um tempo perdido.
E agora que meto a lupa na ferida, parece-me evidente que se nada fizermos para curar este sangramento melancólico que jorra das acções que praticamos todos os dias, vamos ter o mesmo filme parado na película, repetiremos todos as mesmas falas aborrecidas, num murmúrio, seremos espectadores passivos da nossa vida; não pintamos nada, não criamos nada, e da nossa morte não haverá notícia.
Oh, quero morrer extravagante!
Quero despertar da minha morte e sentir que valeu a pena.
Que o carrasco venha pintando, e escrevendo, e esculpindo, e rindo, e dizendo:
Aqui jaz morta a melancolia.
Artista Fábio Coruzzi - http://www.fabiocoruzzi.com/
29 de junho de 2015
TUDO QUE VICIA COMEÇA COM "C"
Isto está muito engraçado.
É do Luiz Fernando Veríssimo, um escritor brasileiro cheio de pinta, que um dia teve esta epifania, um insight como lhe chamou, e descobriu algo (c)urioso.
Vale a pena ler.
Por alguma razão que ainda desconheço, a minha mente foi tomada por uma ideia um tanto sinistra: vícios. Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade. Pensei,
pensei e, de repente, um insight: tudo que vicia começa com a letra C!
De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo vício curiosamente iniciava com C.
Inicialmente, lembrei do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra C. Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaína, crack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com C.
Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café mas não deixam de tomar seu chimarrão que também – adivinha – começa com a letra C.
Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por quê a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenómeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois C no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum.
Impressionante, não?
E o computador e o chocolate? Estes dispensam comentários. Os vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele extraído da cana.
Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada “créeeeeeu”. Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade… cinco.
Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letra C. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o “ato sexual”, e este é denominado coito.
Pois é.
Inicialmente, lembrei do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra C. Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaína, crack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com C.
Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café mas não deixam de tomar seu chimarrão que também – adivinha – começa com a letra C.
Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por quê a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenómeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois C no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum.
Impressionante, não?
E o computador e o chocolate? Estes dispensam comentários. Os vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele extraído da cana.
Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada “créeeeeeu”. Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade… cinco.
Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letra C. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o “ato sexual”, e este é denominado coito.
Pois é.
Coincidências ou não, tudo o que vicia começa com a letra C.
Mas atenção: nem tudo o que começa com C vicia.
Se fosse assim,
estaríamos salvos pois a humanidade seria viciada em Cultura.
As coisas que a Uva descobre inusitadamente #4
O meu pai é uma bomba relógio.
Dizem que sou herdeira dele e por isso tenho medo.
Mas tenho um medo muito corajoso, um medo que se põe ali a tremer de frio - mas que mesmo assim sai de casa em mangas de camisa -, só para mostrar a depilação aos pelos do peito.
É um medo pequenino mas muito estúpido, porque se fosse pequenino e inteligente, pequenino mas rebitezo, há muito que me tinha imposto a regra mais elementar da alimentação e quiçá fosse agora uma pessoa mais saudável.
Mas não sou, e a culpa também é minha.
Sendo herdeira de uma carga demasiado perigosa para andar a brincar com o fogo, e já se sabe, se o rastilho dá em rabiar por ali fora, soltando chispas como fazem as mulheres muito zangadas, pum! junto-me ao meu pai e aos seus 3 AVC, e lá andamos os dois, muito loirinhos, muito branquinhos, a tomar catrefadas de comprimidos para alargar as veias, cheiínhas de sal grosso, como se veste às sardinhas.
E por pensar que já não vou para nova, e que o sal é inimigo do insonso, ando agora numa fona a tentar desintoxicar-me deste vício malinoso, que tic tac tic tac tic tac me faz pulsar nas veias um sangue demasiado grosso, à espera do momento certo para me por a boca como o linguado.
Mas deixar de comer sal é quase tão difícil como largar as drogas duras.
E ando muito pendurada, porque a comida não me sabe a nada.
Bom.
Fui então ao LIDL fazer umas comprinhas e aproveitei para comprar o café (Ristretto e Viola) - maravilhoso pah!!! obrigadinhos, sois as melhores -, e o que é que eu lá vi?
Alface Iceberg (coisa mai linda da sua mãe, onde é que eu andava que nunca tinha comprado isto) e Joghurt Dressing para vestir a respetiva alface, que coitadinha, vem ali muito carente das suas folhas exteriores.
M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!
Perfeito para substituir o sal, o demónio branco, a tortura chinesa, e dar um sabor super leve à salada.
Guardei a azeitunça e a vinagrunça e toca de derramar este néctar dos deuses, esta maravilha das maravilhas sobre a minha salada verde. Eu que detesto molhengas fabricadas, esta superou a expetativa.
1 Euro. É mais cara a alface do que o molho!
Querem melhor? 27 de junho de 2015
Da Loucura
Ao longo da minha vida fui muitas vezes louca, o que não quer dizer, faço notar, que o corpo me fosse indiferente.
No limite encarava a minha loucura como um abandono corporal, uma certa elevação mental, embora a loucura me transportasse para um estado muito nítido de excitação física.
A loucura artificial é uma espécie de ego experimental (Milan Kundera), uma experimentação de nós mesmos, baseada na liberdade de não sentir limites, nem mesmo os da pele.
Para mim a loucura foi sempre um espaço artificial, uma tontura, uma interrogação. Não queria saber se depois daquilo tudo, das inúmeras consequências que o meu comportamento rebarbativo provocava nos outros, pressionados sobretudo por preconceitos ligados ao sério e ao formal, poderiam trazer-me quando acordasse daquele estado.
Ninguém entende nada disto da Loucura. Ninguém quer saber de ir jantar com um amigo e de repente esse amigo se transformar num personagem desconhecido.
Muitas vezes decidi ficar louca. Não é uma decisão fácil, porque implica descer baixo de altas considerações, implica transformar a ideia que os outros têm de nós, implica saltar para cima da cama e desarranjar os lençóis, implica amarrotar a reputação.
Mas que quereis? Que aceite assim a imutabilidade da vida, que passe as minhas noites insone sem saber nada da loucura, sem saber como sou se estiver fora de mim?
E se um dia estiver mesmo fora de mim naturalmente? Não será isso uma verdadeira loucura? Não saber, ali, naquele estado, o que faço comigo?
Por tudo isto decidi decidir que sou um ser bígamo.
Movo-me entre dois mundos totalmente diferentes. Um em que suporto a vida, duro, não me mexo para não desarrumar, para não suscitar questões, para não me confundirem, para me sentir integrada, pertencida, e outro, construído, totalmente ausente, totalmente teatral, quase inverosímil, que me diverte, que me camufla. Sou louca, sou inglesa, sou rica, sou marinheira, médica, engenheira, estou perdida, fiquei esquecida.
O que se passou aqui?
A loucura passou por mim?
Tanto faz.
Fica apenas a evidência: o pior é a ressaca.
Jim Morrison@google
26 de junho de 2015
Desesperança
Hoje, o Serviço Social regressa de braços caídos, cambaleando, ferido, agonizando, talvez já morto, sobre os ombros de todos os profissionais que esperam há 18 anos o reconhecimento da sua classe profissional.
Não tenho palavras, não há palavras.
Passados 18 anos de discussão na classe, 12 anos
na AR, 3 propostas de projecto-lei, 3 quadros legislativos, dezenas de
audições e audiências parlamentares, 2 petições que reúnem mais de 9 000
cidadãos no seu conjunto, os Deputados pretendem ainda "aprofundar a
matéria" evitando uma votação que clarificaria definitivamente as
posições tantas vezes anunciadas pelos diversos grupos parlamentares.
A Ordem dos Assistentes Sociais foi novamente negada. E não pensem que foi assumidamente ou fundamentadamente, que nos disseram que não.
Foi covardemente, foi à traição. Para não votarem taxativamente (PSD) contra nós, incapazes de assumir a posição que já todos sabemos que têm sobre as ordens profissionais e todo e qualquer tipo de associação profissional, estes vermes cobardolas neoliberais, que tomaram conta do país, protelaram a votação na generalidade e impediram, na prática, a sua aprovação nesta legislatura, atendendo a que a última sessão da AR será dia 23 de julho. Como nenhuma proposta transita para a nova legislatura, os Assistentes Sociais deverão iniciar tudo de novo, como se tudo o que já fizeram, todo o esforço, toda a esperança que quiseram sempre manter, nunca tivesse existido.
Daqui se depreende a massa de que são feitos os nossos Deputados.
É uma massa pegajosa que não dá para fazer nada, agarra-se aos dedos, desfaz-se aos bocados, sem consistência, salgada, esfarrapada.
Mete nojo.
Metem-me nojo.
Caros todos,
Se um se dia se encontrarem nos caminhos da necessidade, da falta e da pobreza, com um filósofo, historiador, pedagogo, ou antropólogo, para vos resolver um problema familiar, social, de intervenção, de articulação e do qual necessitem de conhecimento profundo sobre as problemáticas da sociedade e as políticas sociais, os apoios, os subsídios, as licenças, os lares, as escolas que vos poderão salvar a vida familiar, social ou sénior, lembrem-se que não está lá um assistente social, profissional de excelência nas temáticas supracitadas, porque a Ordem Profissional lhes/nos é negada desde 2002, e porque qualquer licenciado em ciências sociais pode ser um técnico superior que presta serviços sociais à população aos olhos deste DESGOVERNO!
V-E-R-G-O-N-H-O-S-O.
Então e a Mequinhas?
Está barricada dentro do caixote dos papeis, desde que vieram 'a lume' as primeira notícias da manhã...
Soubemos todos esta manhã que
Soubemos todos esta manhã que Maria Barroso caiu em sua casa e que está em coma profundo no Hospital da Cruz Vermelha.
Soubemos todos esta manhã que em Bragança, nas festas populares de São João de Mourão, um gato foi queimado vivo em nome da tradição, com toda a gente aos saltinhos de contente, a assistir.
Soubemos todos esta manhã que um assistente social no lar A Nossa Casa, em Lisboa é suspeito de violar e bater em inúmeras crianças.
Soubemos todos esta manhã que os trabalhadores do Metro fizeram ponte.
Soubemos todos esta manhã que Almada, Seixal e Barreiro transformam-se em Lisbon South Bay com a justificação de um posicionamento global da estratégia que
pretende construir uma região de referência à escala internacional e atrair investimento e emprego.
Soube hoje de manhã que nas redes sociais o tema mais debatido e com mais comentários foi o facto, importantíssimo diga-se de passagem, de um jogador ter enfiado o dedo no cu de outro para beneficiar com a sua expulsão.
25 de junho de 2015
O que eu já me ri com isto!
O título do post é: 10 tipos de pessoas que não sabem fazer sexo.
Entre eles encontrei este.
Muito bom!
Eu não percebo como é que estas pessoas têm sexo, quando têm nojo da troca de fluídos. É um mal que ataca ambos os sexos e que apenas é compreensível quando nos cheira que outra pessoa descurou na higiene íntima ou que foi ao WC recentemente e não havia lá bidé para refrescar a zona das vergonhas. Fora essas situações, as pessoas que têm nojo durante o sexo são parvas. Tenho um amigo que uma vez a rapariga com quem ele estava a lutar todo nu disse as seguintes palavras que eu nunca mais me esqueci "Vem-te aqui para este guardanapinho".
O NOJINHOS
No Blog Por falar noutra coisa.
Na Buchholz
Os livros crescem em mim por arborescência*; como as árvores.
Aparte disto, desta absoluta parvoíce que é andar sempre de roda dos livros, envolta nos livros, engolfada por livros, tenho uma urgência muito estúpida de os aconselhar a outras pessoas como se os livros que leio fossem os únicos que valessem a pena ler.
É um serviço público aconselhar livros e oferecer livros, e um crivo muito pessoal que gosto de manter. Acontece que já ninguém se espanta com um livro, mesmo que seja um livro espantoso.
Noto que se alguém oferecer um pinchavelho horroroso para meter no rabo, por exemplo, ficam todas contentes, 'ai que lindo, é da Pedra Dura?'
Claro que sim, se não fosse dura não dava para enfiar no rabo.
Estou-me literalmente a cagar se aventam o saco da Leya ali para um canto, enquanto se encantam com os restantes pinchavelhos. Na verdade a desculpa de escolher mais um livro e o prazer que isso me dá, já me basta a satisfação.
Fui por isso comprar um livro à miúda dos anos.
Aparte disto, desta absoluta parvoíce que é andar sempre de roda dos livros, envolta nos livros, engolfada por livros, tenho uma urgência muito estúpida de os aconselhar a outras pessoas como se os livros que leio fossem os únicos que valessem a pena ler.
É um serviço público aconselhar livros e oferecer livros, e um crivo muito pessoal que gosto de manter. Acontece que já ninguém se espanta com um livro, mesmo que seja um livro espantoso.
Noto que se alguém oferecer um pinchavelho horroroso para meter no rabo, por exemplo, ficam todas contentes, 'ai que lindo, é da Pedra Dura?'
Claro que sim, se não fosse dura não dava para enfiar no rabo.
Estou-me literalmente a cagar se aventam o saco da Leya ali para um canto, enquanto se encantam com os restantes pinchavelhos. Na verdade a desculpa de escolher mais um livro e o prazer que isso me dá, já me basta a satisfação.
Fui por isso comprar um livro à miúda dos anos.
O primeiro, A Condição Humana do André Malraux, coisa finíssima, que começa com uma personagem a tentar esfaquear outra, que dorme, recolheu uma desfeada e muito franzida ruga da testa da mulher do balcão.
- Para quem é? Alguma amiga do escritório?
- Não. Para uma solteira. Serve?
Riu-se e apontou-me as 'Sombras'.
- Tenha decoro! - respondi-lhe eu. Anda sedenta por me vender esse pseudo-ultraje. Chega a haver sexo ou só se lambem?
A mulher fica a olhar-me escandalizada, mas não muito. Lamber é talvez persona non grata das palavras da livraria. Vejo que não gostou do termo nem esperava que o utilizasse. Vê-me sempre com os meus óculos de massa preta e julga-me pela aparência. Estive quase a dizer-lhe que o tal livro, a servir-me, só se fosse para ajudar a levantar um pouco o rabo quando... mas depois desisti. Tossi uma tosse rouca que não me larga, devolvi-lhe o olhar e disse:
- Há pessoas que gostam de lamber papel. Acho até um pouco erótico. No fundo é isso que fazem as mulheres que compram estes livros. Não havendo sexo, lambem o papel - metafóricamente falando.
24 de junho de 2015
Ainda o livro
Ainda o livro.
A obra prima.
A obra prima.
Os meus olhos percorrem as páginas como que sorvendo cada letra. Sigo incessantemente as reflexões. Esquivo-me nos parágrafos mortos e obedeço ao chamamento de lá regressar. Tenho uns enormes dentes que arrancam pedaços do texto e os depositam, como faz a mãe-gata, com muito cuidado, num livrinho pequenino.
Quero cristalizar aquelas ideias tal como ali vêm descritas porque perfeitas.
A cadência certa, calibrada, as explicações que não ocupam um espaço já preenchido pela nossa dedução, um show, don't tell extraordinário.
Uma coisa do outro mundo.
Aparece-me este gigante no meio do caminho, sem vontade de me deixar passar, e no entanto, não é um livro incontornável.
Escapou-se da minha boca muito aberta a dificuldade de ler O Som e a Fúria.
Disse-lhe, à queima roupa, que o início do livro me pareceu completamente desarticulado e que o tinha abandonado, considerando-me demasiado estúpida para o entender. Faulkner escreveu toda a primeira parte sob a prespetiva de um deficiente mental de 33 anos. Talvez não fosse assim tão fácil entender o que dizia um deficiente mental, disse-me, já com a caneta vermelha no papelinho, com aquele ar de quem sabe tudo, sabendo, deixando-me na perplexidade natural dos ingénuos, ignorantes, sem acesso à internet nos verdes anos.
Leia este. Vai talvez entender melhor o que Faulkner escreveu, e talvez encontre alguma referência a Joyce.
O homem é grande.
O que escreveu o livro e este que mos dá a ler.
Que a vida é uma armadilha, isso sempre se soube: nascemos sem o ter pedido, encerrados num corpo que não escolhemos e destinado a morrer. Em contrapartida, o espaço do mundo oferece uma permanente possibilidade de evasão.
Milan Kundera - A Arte do Romance
Triste sina
Eu bem quero fechar os olhos à degradação da minha cidade.
Eu bem quero assobiar para o lado sempre que os vejo engravatados, em filinha pirilau, a tentar sacar por tudo quanto é janela, por tudo quanto é buraco, o dinheiro que os contribuintes cospem anualmente para a conservação da obra pública.
Todos os dias há diversos atentados ao património da cidade e às suas mais emblemáticas instituições. E todos os dias os jornais e as televisões tornam público este saque à mão armada, às vezes até o saque das forças armadas, com a conivência dos comensais que olham apáticos para a televisão pendurada na parede da cozinha.
Recentemente, em mais um caso absolutamente sinistro que visou desmantelar e fragmentar o Institut Français au Portugal, unicamente para vender o edifício da Luís Bívar, intenção que foi amplamente combatido por altas individualidades portuguesas e francesas através de uma petição (que pouco pode fazer), antes, a vergonhosa tentativa de transformar a [MAC] Maternidade Alfredo da Costa num portentoso hotel five stars, que só serviu para separar os bons profissionais das suas equipas de sempre, e aumentar a desilusão do serviço prestado naquela casa, mas que deram com os burros na água, o focinho nas couves, e a gata não foi às filhoses, porque felizmente o Alfredo da Costa, amigo do peito, soube antever aquilo que à época já era prática comum: a ilustre mansidão de um povo Vs. a imensa voragem política.
Com o fogo preso no cu, raios o partam se não estoira de uma vez, temos O Ignóbil mas bastante ativo Manuel Salgado, que mal contente com a tentativa frustrada do fecho do quartel de bombeiros mais moderno de
Lisboa para vender o terreno (público) à (privada) Espírito
Santo Saúde para fazer uma extensão do Hospital da Luz (cujo arquitecto projectista era ele
próprio) - assunto que também tive a oportunidade de partilhar -, resolve agora, qual iluminati do monte dos vendavais (não há uma ventania que o leve?) ter a ideia peregrina de fechar a Estação de Santa Apolónia para dar lugar às bicicletas.
Às bicicletas??
Julgais, caro dono-desta-merda-quase-toda (que-eu-também-cá-tenho-um-pedaço) que nós, os lisboetas, somos assim tão anormais, jumentos, erva rasteira?
Achais mesmo que se a cidade de Lisboa (ou outras metrópoles portuguesas), fossem cidades planas, sem colinas, com pontes, ciclovias, cidades praticáveis para andar de bicicleta, como Paris, Colónia ou Amesterdão, não tínhamos já pensado nisso? não tínhamos já enchido a cidade desses meios de transporte tão funcionais, baratos e não poluentes, que todo o europeu metropolitano privilegia, e mais, sem precisar das vossas ideias peregrinas para nada?
Não há bicicletas na cidade que justifiquem acabar com a estação e NEM NUNCA VAI HAVER!
Vá lá morar para Odivelas, Sr. Vereador, e depois de subir a Calçada do Carriche, subir a Av. Padre Cruz, fazer ali os túneis do Campo Grande, descer a Avenida da Liberdade, subir até ao Castelo, dar uma voltinha na Graça, descer ao Martim Moniz, e reunir com o seu advogado no Saldanha, ou no Ritz, venha cá dizer-me se quer trocar os comboios, os barcos, o metro, aos autocarros e o automóvel por uma bicicleta a pedais.
23 de junho de 2015
O sócio
E aqueles pais que logo que os filhos nascem tratam logo de lhes meter a coleira do clube à volta do pescoço?
Eu não quero ser mázinha nem nada, mas espetar com uma fotografia de um recém nascido, acabado de sair da maternidade, coitadinho, com a cabeça toda pendida para um lado, num cartão de adepto, e ainda ter disponibilidade para começar a pagar quotas ao clube desde tenra idade ... desculpem lá, mas ponham a mão na vossa santa consciência.
Começam cedo a tomar decisões que devem ser tomadas pelo próprio, se acaso o próprio se interessar por esse tipo de desporto, e que podem mesmo inviabilizar-lhe um futuro profissional num outro clube.
Mas diz que não, que o filho é livre de escolher (e ser) o que ele quiser, em todas as questões que lhe digam respeito enquanto ser humano livre e democrático.
Não pode é ser do clube adversário.
Graças a Deus que é só um clube de futebol.
Olha se fosse o Estado Islâmico.
Eu não quero ser mázinha nem nada, mas espetar com uma fotografia de um recém nascido, acabado de sair da maternidade, coitadinho, com a cabeça toda pendida para um lado, num cartão de adepto, e ainda ter disponibilidade para começar a pagar quotas ao clube desde tenra idade ... desculpem lá, mas ponham a mão na vossa santa consciência.
Começam cedo a tomar decisões que devem ser tomadas pelo próprio, se acaso o próprio se interessar por esse tipo de desporto, e que podem mesmo inviabilizar-lhe um futuro profissional num outro clube.
Mas diz que não, que o filho é livre de escolher (e ser) o que ele quiser, em todas as questões que lhe digam respeito enquanto ser humano livre e democrático.
Não pode é ser do clube adversário.
Graças a Deus que é só um clube de futebol.
Olha se fosse o Estado Islâmico.
Do usufruto
Ainda não sei muito bem o que pensar sobre o teu novo hit.
Percebo que sejas uma mãe babada, que queiras mostrar o fruto do teu trabalho, o esmero da tua educação, a fibra da qual és feita.
Foste uma filha medíocre mas não estás para aí virada quando se trata do teu filho.
É um trunfo que deves aproveitar, afinal é ele que te vai pagar o lar.
Sim, entendo, não é por mal, os adultos começam a ficar sem fichas para apostar, afinal já se expuseram totalmente aos outros, já toda a gente sabe onde moram, com quem namoraram, o que comem ao petisco, como está a barriga e as mamas depois da gravidez, que praia frequentam, que país visitaram, que medos os apoquentam, se gostam ou não dos biquínis folhados e florificados que as moças agora usam, qual a posição para engravidar mais depressa, talvez esta assim, de perninhas para o ar depois do acto, e voi-lá, contigo até resultou e até metes a fotografia, e que tal a tatoo com o nome do herdeiro mesmo por cima das mamas, amor eterno, dependência eterna.
Acredito muito que promoveres uma imagem, a apitar nos 40, é algo verdadeiramente difícil, e até muitas vezes impossível, quando o sucesso profissional, familiar e social é precário ou inexistente, quando toda a gente já sabe que não falas com a tua irmã vai para dois anos, que te divorciaste porque demonstravas mais amor pelas tuas unhas de gel do que pelo rapaz, que não trocas de carro há 10 anos porque esse que tens é pago pelo teu pai, que o teu cão afinal é um rafeiro muito mal cruzado mas que não, que te custou 700 euros que ainda estás a pagar, que a tua pele desdenha de ti, como a tua conta bancária desdenha das coisas que não podes pagar, porque vives no subúrbio e és fã do frango assado, ou porque o teu novo companheiro não foi além da linha de produção, e que tu, afinal, não chegaste a acabar o nono porque enfim, não davas muito para a escola.
Mas, tens um filho, um hit, e novas oportunidades se abrem à tua frente.
Apostas forte na educação do gaiato, empreendes que a vida dele há-de ser só escola, escola pelos olhos, pelas orelhas, pela testa, empreendes que ele há-de ser campeão de judo, futebol, voleibol, natação e danças de salão, contando que em alguma coisa ele acabará por sair-se bem, e que nem que a vaca tussa ele há-de ser exatamente aquilo que pensaste para ele, mesmo que o pobre menino já não se aguente nas canetas.
Cuidas que é muito bonito espetares com as notas do miúdo no facebook, com o rabo do miúdo no facebook, com a pilinha do miúdo no facebook, como se ele fosse um toiro de feira, para demonstração do teu ego petulante, para tua própria vaidade.
Não tardará muito que numa próxima visita ao médico não aproveites também para colocar o resultado das análises ao sangue do menino, ou mais tarde, quando o menino estiver para se casar mas a mulher não estiver para filhos, não lhe ponhas também o resultado que obteve na avaliação dos espermatozóides, e que rápidos, e que potentes, sai à avó que o avô nem espermatozóides tinha.
Nós, os humanos em geral, a família e os vizinhos em particular, temos um verdadeiro interesse em saber que o intestino do menino trabalha muito bem, que tem três namoradas nas danças de salão e que até lhes apalpa o rabo, assim é que é rapaz, fura bolos, fura todas.
Ñisso e nas notas que o puto teve na 2ª classe.
Já se sabe a importãncia que isso tem para a média.
Da tua própria avaliação.
22 de junho de 2015
Água de Colónia - Capitulo I
Carméncita,
Minha querida e boa amiga,
Por ocasião da minha visita a Colónia, onde me recebeste nos teus braços, e em tantos abraços, pude finalmente cumprir a ilusão, realizar um sonho, e saciar uma grande sede de menina.
E escrevi-te muito, e escrevi-te cartas sem fim e cartas sem conta.
Minha querida e boa amiga,
Por ocasião da minha visita a Colónia, onde me recebeste nos teus braços, e em tantos abraços, pude finalmente cumprir a ilusão, realizar um sonho, e saciar uma grande sede de menina.
Visitar-te no teu país, ser eu a abrir o portão e dizer: ó-da-casa, já não há ninguém para receber a família?!, desarrumar o teu quarto e sair impune com isso, chegar muito tarde do café e dizer ela é que me levou porque eu não conheço aqui nada (e livrar-me assim de substancial castigo), mas sobretudo para descobrir porque razão te decidias a desaparecer todos os anos, dentro de um taxi demasiado pequeno para tanta folha de eucalipto, tanta areia da praia, tanta casca de sapateira, de um sitio para onde de resto voltavas sempre, foi uma curiosidade e uma vontade que me acompanhou a vida toda.
Julguei que amavas muito mais o teu país - conceito que se assemelhava a uma espécie de íman gigante que sugava os estrangeiros todos no final do verão, como os aspiradores sugam as migalhas no final das festas -, do que me amavas a mim, tua prima emprestada pelo avô emprestado, os tios e padrinhos, o Pitó, a Lagoa, e o mar.
Enganei-me.
Também me enganava, ou quem queria eu enganar, quando te via desaparecer na velhinha estrada de terra batida, perdendo o teu rasto visível, mas esperando, secretamente, que na curva da rua espreitassem os teus olhos muito negros, novamente, como se a visão explícita da tua partida se transformasse antes na visão implícita da tua chegada.
Nunca voltaste, a curva da rua levou-te sempre, definitivamente, como o outono leva o verão.
Julguei que amavas muito mais o teu país - conceito que se assemelhava a uma espécie de íman gigante que sugava os estrangeiros todos no final do verão, como os aspiradores sugam as migalhas no final das festas -, do que me amavas a mim, tua prima emprestada pelo avô emprestado, os tios e padrinhos, o Pitó, a Lagoa, e o mar.
Enganei-me.
Também me enganava, ou quem queria eu enganar, quando te via desaparecer na velhinha estrada de terra batida, perdendo o teu rasto visível, mas esperando, secretamente, que na curva da rua espreitassem os teus olhos muito negros, novamente, como se a visão explícita da tua partida se transformasse antes na visão implícita da tua chegada.
Nunca voltaste, a curva da rua levou-te sempre, definitivamente, como o outono leva o verão.
A grande ilusão, a herança que me deixavas no adeus do ultimo dia, num gesto sem amanhã, como diria Kundera, de que mais cedo ou mais tarde, quem sabe se no Natal, te visitaria, não tardou em transformar-se numa grande realidade, que havia de se repetir a cada ano, e como um rol de memórias boas, dessas que nos deixa de legado o velhinho falecido, definíamos a cada verão as partilhas das emoções, chorávamos umas lágrimas já muito crescidas, habituadas aos mortos de saudades, e dali a pouco, enquanto eu de bruços na cama esquiçava já um projecto de carta numa folha qualquer, tu, no grande avião, ligavas o teu espantoso walkman e adormecias.
A grande ilusão de te visitar vagueava nos meses seguintes pelas meninges inflamadas de memórias, mas a viagem, essa, nunca se realizou.
Realizava-se outra coisa, não tanto do meu agrado como receber-te novinha em folha no portão, mas que fez parte, muitos anos, da minha vida.
Nos meses frios e já em Lisboa, cumpria-se a desdita.
Um grande caixote de papelão chegava ao aeroporto e vinha numa fona parar à minha porta. Nunca soube como chegava nem como conseguia a tua mãe enviá-lo, mas chegavam todos os anos envoltas num vago perfume a naftalina, as tuas roupas de inverno. E era um grande castigo para as vestir. Ainda hoje não sei como deixaste a tua mãe comprar-te aquelas coisas. Uma vez mandaste-me um vestido cor de vinho, muito feio, feito numa grossa e dura flanela, com grandes mangas em balão. Lembro-me muito bem de ver a minha mãe retirá-lo todo engelhado do caixote, onde jazia dobrado em três, e a exclamar: ahh este é muito bom, que quentinho, apalpa lá, e serve-te de certeza. Apalpei e serviu. Serviu sobretudo nas mangas, onde fiz quatro buraquinhos pequenos, com a tesoura do cabelo, para enfiar as patas do gato, que coitadinho, cheio de frio, ali gostava de se enfiar com a manga vestida. Levei uma grande tareia por estragar a roupa boa, mas a culpa foi tua, a culpa foi sempre tua. Onde tinhas a cabeça quando compraram aquele entroncho?
Salva por um gongo muito semelhante ao que utilizava para sair a correr da escola, escapei-me quase sempre aos teus, digamos que, sinistros modelitos alemães compostos por vestidos de flanela e calças de fazenda-cor-de-caramelo-boca-de-sino, que ainda por cima me picavam como se estivesse estendida sobre um manto de urtigas, e aos gorros, tão retesados e grossos que mal podia ouvir os meus pensamentos.
A causa principal, o que me prolongava aquele horrível sofrimento que vinha dobrado em três dentro do grande caixote, era que quando chegavas no pino do verão, toda fresca e airosa nos teus calções de licra ou nas tuas calças rasgadas, sempre me esquecia de te dizer que cá em Portugal o termómetro nunca passava dos 5 graus para baixo e que os teus gorros não me passavam nas orelhas.
Mas acabou por não ser preciso. Finalmente as minhas pernas cresceram mais que as tuas, e nesse ano senti um grande alívio.
A felicidade estival, o que sentia de cada vez que te via no portão, implicava pouca roupa e nesse aspeto, tu e o teu corpitcho de Jessica Rabit, davam 10 a zero ao caixote.
Raro foi o rapaz, surfista, motoqueiro, azeiteiro, bimbo, beto, banheiro, que não se apaixonaram pelo teu dialecto colonês, quando dizias que gostava muito de comer patatas fritz, ou quando utilizavas o quipkadinho quando te convidavam para dar um mergulho.
- Quipkadinho estou de volta, não te esqueças de me escrever, já tens a morada? olha que é igual à do ano passado!
E escrevi-te muito, e escrevi-te cartas sem fim e cartas sem conta.
As fotografias que me mandavas nas respostas, todas marcadas com mês e ano a caneta azul de letras muito redondas, recordam para sempre aqueles tempos tão felizes, as nossas memórias mais profundas, os nossos segredos ainda escondidos, as pessoas que ainda tínhamos vivas.
Foi por tua causa que aprendi a escrever.
Já não visto a tua roupa, mas ando sempre contigo vestida.
Uma espreitadela ao Museu Ludwig em Colónia?
Peter Ludwig tinha uma coleção particular de arte estimada em 20 mil peças - das quais 774 obras eram de Picasso - e uma fábrica de chocolates.
Não.
Na verdade o museu Ludwig era a sua fábrica de chocolates. É indiscutível que, a meus olhos, todo o edifício se assemelhe a uma gigantesca fábrica alemã. O telhado de zinco em forma de ziguezague, as secções separadas por compridos corredores iguais a linhas de produção, as janelas cheias de luz que convidam o operário a produzir alegre, sem parar, durante todo o longo dia alemão, é a maior prova disto mesmo.
270 milhões de marcos numa espécie de instalação fabril repleta de quadros, é algo verdadeiramente espetacular. Mesmo para a rica Alemanha.
E não bastou a este visionário colecionador entregar-se a doces devaneios. O museu foi erigido na Heinrich-Böll-Platz, mesmo ao lado do indiscutível símbolo de Colónia, a imponente Catedral Gótica, o que instiga a que todas as pessoas que visitam a enorme Catedral, visitem também, mesmo que só com os olhos, o Museu Ludwig.
Foi o que fiz.
Não pude estar além da 1 hora que tinha disponível para visitar a exposição (escolhi a happy hour - 8,00€ em vez dos 14,00€ para a livre visita) mas tive sorte de apanhar a exposição temporária de Sigmar Polke (1941-2010) e de por os olhos numa imensidão de Picasso, onde se incluem as obras mais enigmáticas e uma escultura belíssima.
Picasso também esculpia, aliás a obra dele é tão vasta em pintura quanto em escultura, mas foi a primeira vez que vi uma escultura dele ao vivo.
Foi emocionante.
A minha máquina disparou fotografias até se finar num último suspiro.
Trouxe comigo uma doce memória.
Abençoados chocolates.
As fotos são minhas.
21 de junho de 2015
Venham cá que eu trato-vos da saúde!
Publicado originalmente no DESblogue d'Elite
Fui solenemente convidada para falar sobre saúde.
Para não fugir muito ao tema, da saúde, achei por bem contemplar temas que fugissem um pouco aquela bitola chata e mal-cheirosa chamada 'dieta' e 'perca de peso em 7 dias' e 'fique feia de magrérrima para a silly season' e 'cheire cocaína com precaução' e essas tretas todas que nos tentam impingir pelos olhos (e por outros orifícios), tentando convencer-nos que há outras formas de emagrecer que não sejam fechar a boca e passar fome de rato.
Caras amigas e caros amigos, aquilo que realmente nos faz perder algum peso, é o tamanho.
O segredo por detrás de uma figura saudável e perfeita é só e apenas o tamanho.
Se estão a pensar no tamanho do órgão sexual, seus depravados, estão certos. Toda a gente sabe que um pénis enorme, daqueles que dá para enrolar às pernas como as sandálias gregas, o hit do verão 2015, é na verdade a única forma natural, sem corantes e sem conservantes, que permite uma perda de peso commme il faut.
Como? A Uva explica.
Experimentem controlar uma piton e depois façam o mesmo exercício com uma reles minhoca.
A piton, enorme, obriga a uma ginástica de braços só comparável à máquina de supino na força máxima.
Controlar uma cobra hirta, queima calorias como quem queima a pedra de chamon. Dá-se ali um calor, e aquilo derrete-se tudo. Derreter calorias é o que todos queremos não é verdade? É. Pois então para quê perder energias a tentar emagrecer com uma coisa pequenina, laganhenta e sem músculo?
Acontece porém, que nem todos têm a sorte de ter uma piton disponível, um músculo razoável, um órgão avantajado, para fazer os seus exercícios. Pobres coitadas.
Bom, regressemos pois ao tamanho e à minhoca.
Há pessoas que não têm a mesma facilidade de emagrecer que outras, isto é, por ironias do destino, a minhoca é a única forma que dispõem para serem saudáveis.
Pois a Uva tem a receita perfeita para atingir os mesmos resultados das que têm uma piton ali à mão de semear.
Comer a minhoca.
A minhoca tem pouquíssimas calorias. Uma minhoca pode ser comparada ao caracol, esse bicho maravilhoso que desliza no orvalho.
Pode não parecer, mas o caracol, neste caso a minhoca, dá curvas a 120, o que na prática emagrece mais dos que uma simples máquina de supino ou uma piton pujante.
Escusam de fazer juízos de valor e considerar este post uma reles e pornográfica forma de perder peso, porque se toda a gente sabe que o tamanho interessa, não entendo porque é que continuam a brincar com coisas sérias.
Fui solenemente convidada para falar sobre saúde.
Para não fugir muito ao tema, da saúde, achei por bem contemplar temas que fugissem um pouco aquela bitola chata e mal-cheirosa chamada 'dieta' e 'perca de peso em 7 dias' e 'fique feia de magrérrima para a silly season' e 'cheire cocaína com precaução' e essas tretas todas que nos tentam impingir pelos olhos (e por outros orifícios), tentando convencer-nos que há outras formas de emagrecer que não sejam fechar a boca e passar fome de rato.
Caras amigas e caros amigos, aquilo que realmente nos faz perder algum peso, é o tamanho.
O segredo por detrás de uma figura saudável e perfeita é só e apenas o tamanho.
Se estão a pensar no tamanho do órgão sexual, seus depravados, estão certos. Toda a gente sabe que um pénis enorme, daqueles que dá para enrolar às pernas como as sandálias gregas, o hit do verão 2015, é na verdade a única forma natural, sem corantes e sem conservantes, que permite uma perda de peso commme il faut.
Como? A Uva explica.
Experimentem controlar uma piton e depois façam o mesmo exercício com uma reles minhoca.
A piton, enorme, obriga a uma ginástica de braços só comparável à máquina de supino na força máxima.
Controlar uma cobra hirta, queima calorias como quem queima a pedra de chamon. Dá-se ali um calor, e aquilo derrete-se tudo. Derreter calorias é o que todos queremos não é verdade? É. Pois então para quê perder energias a tentar emagrecer com uma coisa pequenina, laganhenta e sem músculo?
Acontece porém, que nem todos têm a sorte de ter uma piton disponível, um músculo razoável, um órgão avantajado, para fazer os seus exercícios. Pobres coitadas.
Bom, regressemos pois ao tamanho e à minhoca.
Há pessoas que não têm a mesma facilidade de emagrecer que outras, isto é, por ironias do destino, a minhoca é a única forma que dispõem para serem saudáveis.
Pois a Uva tem a receita perfeita para atingir os mesmos resultados das que têm uma piton ali à mão de semear.
Comer a minhoca.
A minhoca tem pouquíssimas calorias. Uma minhoca pode ser comparada ao caracol, esse bicho maravilhoso que desliza no orvalho.
Pode não parecer, mas o caracol, neste caso a minhoca, dá curvas a 120, o que na prática emagrece mais dos que uma simples máquina de supino ou uma piton pujante.
Escusam de fazer juízos de valor e considerar este post uma reles e pornográfica forma de perder peso, porque se toda a gente sabe que o tamanho interessa, não entendo porque é que continuam a brincar com coisas sérias.
Créditos da imagem / artista: Pieter Hugo
19 de junho de 2015
Quero muito escrever sobre isto
" O Homem deseja um mundo em que o bem e o mal sejam nitidamente discerníveis, porque nele há o desejo, inato, indomável, de julgar antes de compreender. Sobre este desejo são fundadas as religiões e as ideologias." - Milan Kundera.
Vejo-me seguir em frente nos dias, a miúda a crescer, os desejos a mudar, a vida a acontecer de forma tão absolutamente diferente daquela em que me movia quando eu própria crescia, e depois, um olhar mais atento nas ruas, uma posição mais acérrima na ideologia, a minha descrença no ser maior de infinita compaixão, as roupagens mais ousadas, o cabelo mais loiro, e aparece a massa de que somos todos feitos, uns nuns temas e outros noutros, mas em todos, a indiferença crescente que se apoderou de todos nós perante a miséria dos outros.
Faço um mau juízo de valor, sobre o valor que dou à coisas.
Sou Homem. Visto-me de humanidade, sou igual a todos.
Ontem, incrédula, ouvi o relato de uma alma minha, que contava como tinha acordado no meio da rua, carteira para um lado, óculos de sol para outro, cabelo desgrenhado, uma poça de vómito onde banhava uma das faces, e passos acelerados em pés velozes, caminhando na rua, ao seu lado.
Desmaiada, na penumbra da calçada do meio dia, ali ficou sem amparo.
Quem passava?
Talvez alguém atrasado para a missa, ou envergando um profundo véu cobrindo os cabelos.
18 de junho de 2015
A obra prima
Não sei se já tinha referido mas abandonei o canal de notícias definitivamente.
Não é uma coisa nova, mas não deixa de ser uma coisa boa.
Não sei de nada, mas sei cada vez mais.
Hoje por exemplo encetei um livro novo.
É um livro tão precioso, tão imensamente bom, tão maravilhosamente escrito, que estou em condições de vos dizer - e sei que para muitos o que vou escrever a seguir constitui crime e ofensa grave -, que logo que li as primeiras linhas, corri a buscar um abre-olhos, e já tenho tudo sublinhado, tudo apontado, tudo exclamado, para reter e usar (na medida do possível e dentro das minhas muitas limitações), para entender e saber, sem sombra de dúvida, que linha coseu aqueles dois hemisférios que em conjunto escreveram um livro assim.
É uma linha de pesca, pensarão vocês.
Somente a linha de pesca, elástica, translúcida, brilhante, inquebrável, infinita, pode coser ideias tão saborosas como só o mar nos sabe trazer.
Ou será antes a corda que amarra o boi argentino, forte, pesada, inquebrável, laçando sem dificuldade o melhor que a terra nos dá, depois do pão?
Não sei, por isto, e também por outras coisas que vou aos poucos sabendo, o que faça com o livro.
Não sei se o coma, se o marisque.
Não sei se arrisque em dizer-vos já, como diz o homem erudito que nunca fere as palavras 'isto que está a ler é muitA bom', ou se afinal é outra coisa diferente de bom.
E pus-me agora a pensar: tão bom como as primeiras golfadas de ar que respiramos, depois de nos largarem o pescoço? tão bom como os primeiros goles de água fresca, depois da longa caminhada? tão bom como a solidão, esse fardo, essa angústia, essa maldição, forjada claro, depois do esmagamento que nos impõe a coletividade omnipresente?
Tão bom assim não sei se será.
Talvez seja dos meus olhos, deve ser mesmo dos meus olhos, que na ressaca da atualidade bruta, da falta da imagem (i)refletida da TV, vêem nos livros, esses seres vivos, que falam e andam, que matam e criam, magnânimas partes de um todo desigual, verdades tão pouco absolutas, dúvidas que somente querem o seu querer, de perguntar e responder, e dar-nos algumas respostas.
Quão bom é este livro?
O livro, como a guerra, ambulante e perpétua, que realiza e desfaz, é a unidade da humanidade, e isso é bom?
Porquê?
Porque ninguém, em nenhum dos casos, pode escapar para parte nenhuma, sem lhe seguir de certa forma o rasto.
Melhor que seja um bom livro.
Melhor que seja uma justa guerra.
17 de junho de 2015
Do juízo
E ainda bem.
Caso soubesse o que come o juízo já teria albardado o rapaz com tanta comezaina que agora estava aqui a morrer de tédio com a cabeça cheia de ses.
Nunca fui ajuizada, aliás, ainda hoje, as pessoas que me conhecem realmente bem, ou desde pequena, tendem a tratar-me como se eu fosse uma miúda igual à que costumavam chamar para vir para casa almoçar, já depois das nove da noite.
E eu gosto. É uma certa condescendência infantil, desculpada, uma carinhosa preocupação que me enche de calor humano e de alguma fé nas pessoas.
Perdi tantas vezes o juízo que desisti de o reencontrar.
Às vezes, aflita, fazia juras sentada na mesa da cozinha, já depois dos açoites da minha mãe me arderem no rabo, e juntava a mãos em oração: juro que a partir de hoje vou ter mais juízo e hei-de ser um exemplo de menina. Juro!
Quem mais jura mais mente. Isto é ponto assente. Pelo menos de menina...
Se tivesse juízo não tinha seguido pela vereda mais torta da vida, a que se apresenta mais escura, repleta de calhaus dos maiores e de gente que agarra nos calhaus e mos lança enfurecida.
Ando muitas das vezes de cabeça partida, com os pontos todos à mostra, cheia de galos e de dores, cega no caminho, indecisa no rumo que devo tomar para encontrar definitivamente um pasto verde, e quem diz um pasto verde diz umas minhocas ou esses bichos peganhosos e amorfos, cheios de medo da luz e da vida, para alimentar o meu juízo.
Prefiro mil vezes a incerteza da vida à certeza da morte, lenta, do caminho direito.
És uma menina tão ajuizada foi coisa que ouvi tantas e tantas vezes dizerem a outras meninas, enquanto eu me encolhia de vergonha tentando ao mesmo tempo e para esconder a cara, arrancar as crostas dos joelhos.
Hoje tinha aqui num caminho estreito, e mesmo à minha frente, um grande calhau. Baixei-me e peguei-lhe. Olhei demoradamente para ele e depois comi-o, vagarosamente, delicadamente, tentando morder bem no epicentro para degustá-lo de ambos os lados da boca.
Perdi a cabeça e parti os dentes.
Comi-o.
Era o meu juízo.
O juízo é um grande calhau. Os calhaus não se alimentam.
Servem quiçá para enfeitar as bermas, para se atirarem dos penhascos, para ferir os outros.
A mim não me servem para nada.
Vinde, vinde que a Uva tem aqui uma bela pinga
Olá caras leitoras,
Sim, se estão atentos já repararam que este post é uma coisa assim mais para la belle femme.
Então é assim:
Há aí uma blogger no pedaço, que nos brindou FINALMENTE com umas dicas absolutamente imperdíveis sobre a higiene do pelame. Aliás, estava meio Portugal à espera que ela se dignasse a escrever o post do ano, e ela, enfim, sempre muito mal disposta, sempre muito a contragosto, lá foi empurrada para o palco, ainda voltou para trás uma ou duas vezes, deu dois sopapos numa que estava a empatar-lhe o caminho, mas lá cantou a mais pedida: a insustentável (sim que aquilo deve ser caríssimo) leveza da limpeza das peles como manda a Lei!
Ó pá, eu até já imprimi para a impressora a cores e tudo.
Toalhitas do Continente? Só para limpar o rabo.
Obrigada!
Com as Dúvidas Cor de Rosa, a mulher deixa de ser pirosa!
Idiossincrasias do mundo da banca - Capítulo 'Gestores de Topo'
- Bom dia!
- Olá, está boa?
- Estou ótima e tenho novidades.
- Ai sim? Então venham elas.
- Estão cá em Lisboa, e durante 2 dias, um grupo de investidores que constituem um importante fundo de investimento americano. Estão interessados em reunir convosco para aferir sobretudo se há interesse na compra de ativos imobiliários e crédito mal parado. São excelentes notícias. Vamos agendar?
- Claro!
(...)
- Bom dia!
- Olá, está boa? Tudo certo para a reunião com os americanos?
- Bom, mais ou menos.
- Então, alterações? Temos tudo preparado.
- Não tenho boas notícias e venho justamente desmarcar. A equipa destacada para a reunião, e os dois diretores do departamento, acabam de ser convidados para um roadshow em Itália para captar investimento estrangeiro. Perguntam se pode ser antes uma conference call. Podem até fazer a partir do hotel em Roma, acha bem?
Acho lindamente.
Acho absolutamente natural e até educativo que um bando de arvelas descerebradas decidam captar investimento estrangeiro em roadshows all include, com grandes jantaradas em restaurantes de portugueses emigrados - coitados, que dão o cu e três tostões para receber os alarves engravatados só para lhes darem um cartão de visita que nem chega ao hotel -, em visitas à Disney ou para observar como se fazem feiras populares à séria, aproveitando o free time para dar uma voltinha na avenida ou ver algum espectáculo do La Féria italiano, coisa muito chique, só que não, depois de dias inteiros com o cu alapado em round tables a discutir a diferença entre o Real Madrid e o Barcelona, tudo pago pelo dinheiro dos depositantes, claro, que se lixem os depositantes, cambada de miseráveis, ao invés de receberem os investidores que se deslocam até cá, fazendo eles próprios o obséquio da despesas, pagando eles próprios as despesas de representação e com ideias de investimento sérias, de negócio franco enfiadas na mochilas. Com dinheiro.
Depois ainda perguntam porque é que estamos no cu da Europa.
E eu respondo: porque há uns gajos que só pensam no que enfiam no próprio cu, que na verdade é exatamente o que têm na cabeça.
Genial
Pulseira bóia salva-vidas.
Para quem olha, pensa que é uma pulseira normal, de elástico, mas na verdade é uma bóia salva-vidas.
Isso mesmo, basta dar um puxão que ela infla, transformando-se em bóia.
É genial. Sobretudo para as crianças.
Não entendo este mundo, tão evoluído para umas coisas e tão atrasado noutras.
15 de junho de 2015
Wunderbar!!!
Cucu!
Ahhh pois é!
Voltei.
Voltei.
E gostava muito de vos dizer que voltei fresca que nem uma alface, mas de acordo com as loucuras que decidi impingir ao meu corpinho, voltei podre que nem uma batata.
Sou por estes dias uma Uva Pisada, o que assim de repente me parece muito pior que ser uma Uva Passa.
Venho tesa que nem um carapau do país onde não comi um único peixe, mas venho cheia de experiências boas que tive o privilégio de viver e venho sobretudo mais magra, embrulha!, apesar de ter comido carnavança que dava para alimentar uma vara de porcos omnívoros e de ter bebido Kölsch que nem uma alarve alcoólica, que foi aliás no que me tornei, hic.
A Alemanha é um país soberbo e de soberba. Faz lembrar aquela anedota do 'tudo à grande' e quando damos conta em vez de irmos fazer um pipi caímos dentro da piscina, julgando que até a sanita é de dimensões generosas. Mas esta soberba de que falo não é a soberba-má, não, esta não é apenas jactância hostil, esta é apenas a soberba capacidade de respeitar o equilíbrio da natureza com a forte industria. Cada paisagem, cada ponte, cada recanto do imenso vale que bordeja o Reno se multiplica em milhões de árvores e arbustos, num verde cerrado, bem tratado e absolutamente imponente, que nunca vi em parte alguma, onde a cidade respeita a natureza e não o contrário.
E os maquinões que aquela gente tem? Credo!
É tudo a acelerar em brutas máquinas (a AUDI no top de vendas e não vacila) sem limites de velocidade, e sem Imposto Automóvel, por aquelas autoestradas que parecem um fio de água serpenteando na densa floresta, tão rápidos e ao mesmo tempo tão elegantes que mais parecem uma princesa muito rica quando entra roçagando um belíssimo vestido no salão da sociedade.
É tudo a acelerar em brutas máquinas (a AUDI no top de vendas e não vacila) sem limites de velocidade, e sem Imposto Automóvel, por aquelas autoestradas que parecem um fio de água serpenteando na densa floresta, tão rápidos e ao mesmo tempo tão elegantes que mais parecem uma princesa muito rica quando entra roçagando um belíssimo vestido no salão da sociedade.
Loiras? Nem vê-las. Andava lá eu e pouco mais. A cidade de Colónia, ultra-metropolitana, ultra-atual e civilizada, tem uma tal mistura de nações a correr-lhe nas veias que dificilmente se consegue identificar o alemão-alemão porque se calhar o loiro grandalhão que nos serve a bica a 1,98€ (cruzes, vão mazé roubar para estrada) é afinal ali de Odivelas.
O meu poiso foi em Mülheim mas não me fiquei por lá muito tempo; apenas o suficiente para pegar na bicicleta, o meio de transporte de excelência daquela gente magra e de músculos tonificados, que faz razias incríveis aos transeuntes que ousam usurpar as ciclovias com as suas maratonas diárias e muito pouco participadas.
Fiz 15 quilómetros em cima de uma bina. E duas nódoas negras no rabo.
Foi um dos passeios mais maravilhosos que fiz. Pensei que morria, senti o mesmo no avião, mas afinal cheguei sã e salva. Quem diria.
Nas lojas tudo muito moderno, e caro. Se uma bica ou uma cerveja básica custam perto de dois euros, imaginem um par de sapatos.
Comprei umas sandálias. Giras que dói. Mas acho que já estava bêbada.
A Zara às moscas e a Primark apinhada de gente. Nisso da moda não me venham com coisas que a nossa é bem boa e barata; é que nem vale a pena sair para a estranja só para ser depenado, quando aqui com duas penas a coisa serve, e fica a matar. E ninguém nos bate quando as pernas ficam bronzeadas e pomos um vestidinho de flores.
Nas ruas impecavelmente limpas, ergue-se uma cidade tremendamente cultural. O meu pescoço ainda me dói de tanto olhar para o casario.
Nas ruas impecavelmente limpas, ergue-se uma cidade tremendamente cultural. O meu pescoço ainda me dói de tanto olhar para o casario.
Foram só 1200 fotografias.
Gostava muito de vos mostrar tudo o que vi, mas acho que adormeciam. O meu pai adormeceu e ainda ali está a dormir desde ontem.
Vou só dizer-vos que num país onde há um imposto específico (que vem no recibo de vencimento) e que vai direitinho para a Igreja, a Catedral de Colónia faz jus a cada tusto que para ali é cuspido.
É linda, soberba, de tirar a respiração.
Eu ia morrendo, que ia, mas subi os quinhentos e muito degraus em caracol para lá chegar acima, paniquei quase no topo com uma crise brutal de vertigens, mas consegui chegar, e quando finalmente desci e entrei na nave central, os meus olhos não acreditaram no que viam. Os vitrais. Meus senhores que vitrais.
Vi muita coisa nova e diferente, e fiz uma coisa que nunca tinha feito.
Desliguei o telefone na sexta feira e só o liguei ontem ao fim do dia.
Ligo-me agora novamente a vocês.
Deixo aqui as melhores recordações.
Para o ano há mais.
Subscrever:
Mensagens (Atom)